Nesta semana, a Câmara Municipal de Anápolis aprovou a suplementação do orçamento para pagamento de folha e gastos na Saúde. O projeto de lei foi encaminhado pela Prefeitura em um procedimento bastante rotineiro para gestões municipais em fim de ano, mas, pela condução da sessão, pôde-se perceber que o Legislativo anapolino foi contaminado intriga “prefeito novo versus prefeito velho”, que não terminou com as eleições.  

Na prática, a lei enviada pelo Executivo aumentaria o orçamento ainda disponível de 38%, para 50%, um acréscimo de R$ 259 milhões. Apesar disso, o Legislativo recusou a proposta, o que fez o Executivo enviar nova matéria. Com o novo projeto (o valor foi reduzido para R$ 184 milhões), a Prefeitura de Anápolis pediu votos “em caráter de urgência”.

O projeto foi chamado de “cheque em branco para o Executivo” para o atual prefeito Roberto Naves (Republicanos) pelos aliados do prefeito eleito Márcio Correa. Os aliados de Naves afirmaram que o projeto era “condição imprescindível para pagar os servidores”.

Nos bastidores, aliados de Roberto Naves criticaram aqueles que votaram a favor do substitutivo, em especial aqueles que estiveram ao lado do prefeito mas mudaram de lado “para beneficiar quem está chegando”. Aliados de Márcio Corrêa disseram que a apresentação de um suplemento orçamentário “inaprovável” seria uma justificativa para uma eventual incapacidade de honrar débitos. 

De ambos lados, vereadores afirmaram que a folha do funcionalismo seria paga. Mesmo os aliados de Corrêa, que minimizaram a urgência dos recursos, incluiram emenda no substitutivo retirando limites para pagamento da folha do cálculo do orçamento. 

Durante a votação, o aliado de Roberto Naves e atual presidente da Câmara Domingos Paula (PDT) foi cobrado diversas vezes pelo não pagamento de emendas impositivas encaminhadas por outros vereadores. Talvez por esses apelos não terem relação com a matéria em debate, ou talvez pelo substitutivo não ser aquele desejado pela Prefeitura, Domingos confrontou os colegas. Ao Jornal Opção, vereadores criticaram duramente a postura do presidente.