Bolsonaro exonera presidente do FNDE. Governo está fritando Weintraub
24 dezembro 2019 às 10h33
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Apontado como “ministro das picuinhas”, Abraham Weintraub pode ser a primeira baixa do governo em 2020
O presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Rodrigo Sérgio Dias, foi exonerado pelo presidente Jair Bolsonaro na segunda-feira, 23. O órgão, com orçamento de 58 bilhões de reais, tem a responsabilidade de transferir verbas para alguns programas, como a merenda escolar e o Financiamento Estudantil (Fies). Karine Silva dos Santos assumiu o cargo. O ministério explicou que a servidora – que está no MEC desde 2009 – foi escolhida por seu perfil técnico.
Rodrigo Sérgio Dias havia sido indicado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Weintraub não o aprovava, segundo o “Estadão”, porque tem “trânsito político”. Do ponto de vista político, a demissão é considerada um erro tático-estratégico. Se já não tinha apoio no Congresso, fica, agora, ainda mais enfraquecido e isolado. Por enquanto, é mantido porque segue a cartilha “fundamentalista” de Bolsonaro e Olavo de Carvalho.
Bolsonaro elogia publicamente o ministro da Educação, Abraham Weintraub, mas a fritura está a caminho. Um de seus principais adversários no governo é o ministro da Economia, Paulo Guedes, o Posto Ipiranga do presidente. O secretário-geral da Presidência, Jorge Antônio de Oliveira Francisco, também não aprecia as diatribes do ministro, porque desgastam o governo. O que se diz, no governo, é que Weintraub, perdendo tempo com picuinhas ideológicas, ainda não entendeu a mecânica do MEC, que estaria ao deus-dará. Acredita-se que não emplaca 2020. O mais certo é que deixe o governo depois do Carnaval (há até quem recomende ao ministro que peça demissão). É o que se diz nos principais gabinetes do governo federal.