Aylton Vechi registra candidatura e deve ser mantido como procurador-geral de Justiça

17 janeiro 2021 às 00h53

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As inscrições acabam na segunda-feira, mas, até sexta-feira, apenas o procurador atual havia se registrado

As inscrições para a disputa da Procuradoria-Geral de Justiça de Goiás terminam na segunda-feira, 18. Até agora, apenas o procurador-geral de Justiça, Aylton Vechi, se inscreveu para a eleição, que será realizada no dia 5 de fevereiro, daqui a 18 dias.
O Jornal Opção ouviu promotores e procuradores de justiça na semana passada. Alguns deles, que são citados como possíveis candidatos, disseram que não estão interessados na disputa, porque acreditam que, mesmo se ficar em terceiro ou segundo lugar, Aylton Vechi será indicado, pela segunda vez, pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do partido Democratas.

“Em época de pandemia, com dificuldade de comunicação — ainda que os meios digitais facilitem o contato —, não é nada fácil fazer campanha. Ademais, por que participar de um pleito se, mesmo ficando em primeiro lugar, o vitorioso não assumirá a Procuradoria-Geral? Disputar por disputar, só por vaidade, para dizer ‘vim e venci’, pode não ser um ato de maturidade”, afirma um procurador. Ele admite que um grupo de promotores e procuradores o procurou para formatar uma chapa. “Estou pensando a respeito, mas a tendência é que deixe o barco seguir adiante, sem a minha presença”, diz.

Chegou-se a comentar que os promotores Villis Marra e Fernando Krebs poderiam disputar. Atuantes, os dois não têm rejeição por parte do governador Ronaldo Caiado. Há quem considere que um “rodízio” seria produtivo e, democraticamente, saudável. Mas um procurador experimentado pontua: “Entre os três, ainda avalio que Ronaldo Caiado vai ficar com Aylton Vechi”.

Apontado como pré-candidato, o promotor Umberto Machado afiança que não vai entrar na disputa. Benedito Torres, ex-procurador geral de Justiça, é cotado para enfrentar Aylton Vechi. Mas, como ganhou e não levou na eleição anterior, talvez não entre no páreo, afirmam aliados. “A possibilidade de Benedito Torres, extremamente popular, ser o primeiro colocado é alta. Mas a de assumir a Procuradoria-geral é baixa”, admite um promotor. José Carlos Nery, presidente da Associação Goiana do Ministério Público, é citado como uma “alternativa”.

“Ao contrário do que alguns pensam, Aylton Vechi não transformou o Ministério Público num órgão governista. Pelo contrário, o MP continua tão livre, dentro dos limites legais, quanto antes. O que os promotores temem, no momento, é o excesso de rigor do Conselho Nacional do Ministério Público e as decisões das instâncias superiores da Justiça, como o Supremo Tribunal Federal. Em Goiás, como nos demais Estados, os promotores gozam de ampla autonomia no seu trabalho cotidiano.Mas eles estão procurando agir de maneira responsável, evitando o midiatismo”, afirma uma promotora.

Um promotor acrescenta: “Aylton Vechi criou protocolos de organização, o que contribuiu para tornar mais eficiente o funcionamento do MP. Mas, quanto à autonomia dos promotores, ninguém, desde que trabalhe de maneira responsável, amparado na lei, tem do que reclamar”.