Aliado de Bolsonaro apoia Sandro Mabel para prefeito e diz que Gayer e Fred vão destruir a direita em Goiás
20 outubro 2024 às 00h00
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Quando visita Goiás, o ex-presidente Jair Bolsonaro não deixa de ligar para o amigo Ugton Batista, o empresário que o colocou em contato com os principais cantores e músicos sertanejos do Brasil.
Em 2017, quando Gustavo Gayer usava fraldas políticas, Ugton Batista, numa longa conversa com Jair Bolsonaro, disse-lhe que o então deputado federal tinha chance de ser candidato a presidente da República. Por isso, figura entre os primeiros-amigos do líder maior do Partido Liberal.
Mesmo sendo bolsonarista-raiz — Fred Rodrigues, o candidato do PL a prefeito de Goiânia, seria bolsonarista-folha ou red (já foi ligado Jean Wyllys) —, Ugton Batista apoia Sandro Mabel para prefeito de Goiânia.
“Meu apoio a Sandro Mabel vai além da questão ideológica. Estou com Mabel por uma questão de responsabilidade política e administrativa. Porque o candidato a prefeito pelo União Brasil é um verdadeiro gestor e, por isso, tem condições de recuperar Goiânia”, afirma.
“Fred Rodrigues não é gestor. Ele nunca geriu nada. Goiânia sofre, há quatro anos, nas mãos de Rogério Cruz. Se Fred Rodrigues for eleito, a cidade será praticamente destruída. Porque, em oito anos de má gestão, não há cidade que resista”, assinala Ugton Batista.
“O goianiense vai eleger Sandro Mabel por vários motivos. Cito três deles. Primeiro, porque é gestor e pode melhorar Goiânia para todos. Segundo, porque tem o apoio do governador Ronaldo Caiado e terá, portanto, trânsito no Estado, além de trânsito em Brasília, por não ter arestas intransponíveis, ao contrário de Fred Rodrigues, que briga com todo mundo. Ele terá condições de se relacionar com os vereadores de maneira respeitosa, até porque tem o apoio da maioria”.
“Candidato dos ricos, Fred odeia os pobres”
De acordo com Ugton Batista, Fred Rodrigues “é o candidato dos ricos. Ele e Gayer não defendem os pobres. Eles são representantes dos ricos. A dupla odeia os pobres e é agente do mercado”.
Ao contrário de Sandro Mabel, sublinha Ugton Batista, “Fred Rodrigues não tem interlocução em Goiás, não tem interlocução em Brasília e, se eleito, não terá interlocução com a Câmara. Então, pode-se sugerir que votar em Fred é suicídio político. Em seis ou oito meses, se tanto, a Câmara o retiraria do poder por meio de um impeachment. Ele seria cassado de maneira inapelável, sob o aplauso até de seus eleitores. Na prefeitura, ele seria o caos, porque nada sabe de administração e de relacionamento político-institucional”.
“Administrar não é uma missão ideológica. Um prefeito não pode perder tempo discutindo se há funcionários comunistas ou não. Ele precisa recolher o lixo, fazer asfalto, recapear ruas, operar para colocar água tratada em todas as casas e cuidar bem da saúde e da educação. Gestores não podem perder tempo com questões ideológicas”, pontua o bolsonarista. “Por que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, aparenta não gostar de Gayer? Porque o deputado goiano é radical e não tem a mínima preocupação com gestão, com realismo. Tarcísio é um gestor nato, responsável, sério.”
“Gayer e Fred vão destruir a direita em Goiás”
Ugton Batista diz que Fred Rodrigues, por não saber agregar forças políticas, vai, junto com Gustavo Gayer, “destruir a direita em Goiás e, portanto, em Goiânia”. “A direita tem um senador, três deputados federais, deputados estaduais, mas não foi bem nas eleições pelas prefeituras em Goiás. A causa do enfraquecimento da direita decorre do seu radicalismo, do fato de não entender que é preciso conversar com as forças de centro e é preciso falar de gestão.”
O bolsonarista estranha o fato de a direita falar tanto em defesa da família tendo entre seus próceres em Goiás Professor Alcides Ribeiro, Fred Rodrigues e Gustavo Gayer. “Os outros não podem se separar das mulheres, mas eles podem. Além de outras coisas que espantariam verdadeiros católicos e evangélicos. A defesa da família não pode ser apenas produto de retórica para enganar incautos”, frisa Ugton Batista.
“Não estou falando especificamente de um indivíduo, mas quem usa ou usou cocaína tem moral para falar que planeja apresentar projetos para combater o tráfico de drogas de maneira rigorosa? Ora, basta de hipocrisia. Insisto que não estou falando de uma pessoa em particular”, postula Ugton Batista.
Ao término da entrevista, Ugton Batista disse: “Anote aí — sou Mabel 24 [2024] e Bolsonaro 26” (2026). “Quero contribuir para salvar a direita em Goiás e em Goiânia. Por isso apoio a candidatura de Sandro Mabel em Goiânia. O empresário nunca foi de esquerda.” (E.F.B.)