Alexandre Baldy pode ser a surpresa na disputa pela Prefeitura de Anápolis
08 janeiro 2023 às 00h06
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O senador eleito pelo PL Wilder Morais corre sério risco de ser cassado pela Justiça Eleitoral. O fato de ser bolsonarista — e dos mais radicais, tanto que estaria dizendo que não quer nenhum contato com o presidente Lula da Silva, do PT — agrava sua situação ante o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Se o empresário não assumir o mandato, haverá nova eleição, e o ex-ministro Alexandre Baldy, do pP, e o ex-governador Marconi Perillo, do PSDB, certamente serão candidatos.
Mas há a possibilidade de os processos contra Wilder Morais se arrastarem por um bom tempo e, por isso, ele acabará assumindo o mandato, em fevereiro deste ano.
No caso de a Justiça Eleitoral não cassar Wilder Morais, há duas possibilidades para Alexandre Baldy. Primeiro, disputar a Prefeitura de Goiânia. Segundo, a Prefeitura de Anápolis.
Em Goiânia há um “problema” (se for mesmo um problema, um pedra no caminho): a possível candidatura de Ana Paula Rezende. Se optar pela disputa, o MDB de Daniel Vilela e o União Brasil do governador Ronaldo Caiado certamente se alinharão, de cara, com a filha de Iris Rezende. Se isto acontecer, Alexandre Baldy não terá espaço na capital, exceto como apoiador.
Portanto, a grande surpresa eleitoral de 2024 pode acontecer em Anápolis, com a possibilidade de Alexandre Baldy disputar a prefeitura, com o apoio do prefeito Roberto Naves, do pP (estaria se preparando para se filiar ao União Brasil).
No momento, Roberto Naves, que foi eleito e reeleito, não tem um candidato consistente para sua sucessão. Fala-se no vereador Leandro Ribeiro, do pP. Porém, como não tem a força eleitoral de Antônio Gomide, do PT, e de Márcio Corrêa, do MDB, tende a disputar a reeleição, ou então uma vice.
Articulador de primeira linha, um verdadeiro workaholic da política, Roberto Naves não vai ficar parado, esperando 2024 chegar. Vai trabalhar uma candidatura. Ele estaria se aproximando de Márcio Corrêa, numa articulação que envolve diretamente o vice-governador Daniel Vilela, presidente estadual do MDB.
Uma composição com Márcio Corrêa é possível? Questões pessoais sugerem que não, mas o realismo político sugere que sim. Roberto Naves e o líder do MDB em Anápolis são de direita e bolsonaristas, o que representa um ponto em comum, e são avessos à esquerda.
Considerando a possibilidade de que não vingue uma aliança com Márcio Corrêa, o que fará Roberto Naves. Como foi dito, não vai ficar parado. O prefeito tende a articular a candidatura de Alexandre Baldy, que, como fato novo e sua estatura policial, de matiz estadual e nacional, pode simbolizar a renovação da política da cidade.
Comenta-se também que Roberto Naves e o deputado estadual Amilton Filho estariam se reaproximado. Na disputa para deputado estadual em Anápolis, Amilton Filho obteve 22.683 votos (11,55%), perdendo apenas para Vivian Naves (25.795 votos) e Antônio Gomide (25.553 votos). Portanto, está cacifado para a disputa. Se conquistar o apoio do prefeito, se tornará um candidato altamente consistente.
Porém, há uma pedra no caminho. Amilton Filho é filiado ao MDB, e o partido já tem pré-candidato a prefeito — o empresário e primeiro suplente de deputado federal Márcio Corrêa. Para ser candidato, teria de sair do partido, mas não há janela partidária para deputado em 2024 — só em 2026. Portanto, para ser candidato, e por outro partido, teria de contar com a anuência de Daniel Vilela. O que certamente não terá.
O mais certo mesmo é que, se Roberto Naves e Márcio Corrêa não se aliarem — o realismo político sugere que deveriam se irmanar, ao menos em 2024 —, Alexandre Baldy pode despontar como principal surpresa eleitoral em Anápolis.