O presidente suspende convenção marcada por Ovasco Resende e convoca uma convenção para terça-feira, 23

Adilson Barroso, presidente do Patriota, e Jair Bolsonaro, presidente da República | Foto: Reprodução

O nome do Patriota corre o risco de, ao olhar do eleitor, mudar para “Brigaota”. Desde que o presidente Jair Bolsonaro decidiu que iria se filiar ao partido, a paz conquistada a duras penas entre o presidente Adilson Barroso e seu vice, Ovasco Resende, foi para o espaço. A convivência não era das melhores, mas ambos estão em guerra aberta e declarada.

Ovasco Resende havia marcado uma convenção do partido para quinta-feira, 24, mas Adilson Barroso anulou o chamamento. O cancelamento saiu no Diário Oficial da União na sexta-feira, 18. O comunicado está assinado pelo presidente da legenda.

O encontro convocado por Ovasco Resende previa sanções contra Adilson Barroso e, segundo a revista “Veja”, algumas “definições sobre mudanças no estatuto” do Patriota.

Ovasco Rezende: vice-presidente do Patriota

Ovasco Resende diz que atos recentes de Adilson Barroso, que estaria se comportando como dono do partido, vão ser “anulados”. Porque, segundo o vice-presidente, “não tem respaldo nenhum”.

No contra-ataque, Adilson Barroso marcou uma convenção para terça-feira, 22. Ele afirma que está em busca de “consenso”. Mas a oposição interna postula que o presidente quer submeter o partido à sua vontade — que é entregar o Patriota de “porteira fechada” para Bolsonaro. Ou seja: Bolsonaro, filiando-se ao partido, teria o direito de, entre coisas, trocar ao menos parte dos comandos estaduais. Em Goiás, a presidência do Patriota já estaria prometida ao deputado federal Major Vitor Hugo, hoje no PSL.

O grupo de Ovasco Resende sustenta que não é contra a aproximação com Bolsonaro e sua família, como o senador Flávio Bolsonaro, que já está filiado ao Patriota, e sim com a “forma como ela está sendo feita”.

A rigor, Adilson Barroso estaria se preparando para ficar com uma fatia do Patriota e a outra seria passada para o comando do bolsonarismo. Consequentemente, o grupo de Ovasco Rezende — que inclui Jorcelino Braga em Goiás — seria, paulatinamente, excluído do partido.