A Prefeitura de Rio Verde — cidade com o maior PIB do Sudoeste de Goiás — deve ser disputada por cinco políticos. Curiosamente, todos qualitativos — o que sugere que a política não está aquém da economia no município.

Quatro dos pré-candidatos — Flávio Faedo (PT), Lissauer Vieira (PL, está de saída do PSD), Osvaldo Fonseca Júnior (Republicanos) e Wellington Carrijo (MDB) — são ligados ao agronegócio, uns menos e outros mais.

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Flávio Faedo, do PT, e Karlos Cabral, do PSB

Flavio Faedo, produtor rural | Foto: Sindicato Rural de Rio Verde

Flávio Faedo, o postulante petista (Professor Vavá também é cotado), é produtor rural e um histórico do PT. É um nome respeitado no município e é apontado como um dos responsáveis pela modernização da economia agrícola da região.

Ao lado de Karlos Cabral, pré-candidato pelo PSB (do vice-presidente Geraldo Alckmin, do senador Jorge Kajuru e do ex-deputado federal Elias Vaz), Flávio Faedo e Professor Vavá são de esquerda. São políticos modernos e moderados, ou seja, são realistas e conhecem bem a realidade de Rio Verde — cidade avessa a radicalismos políticos. Os três são pró-Lula da Silva e anti-bolsonaristas.

Karlos Cabral, deputado estadual pelo PSB | Foto: Reprodução

Entretanto, os três principais pré-candidatos a prefeito — Lissauer Vieira, Osvaldo Júnior e Wellington Carrijo — são bolsonaristas, quer dizer, são de direita ou, quem sabe, de centro-direita. E são vinculados ao agronegócio.

Em termos políticos, pode-se sugerir que três políticos são favoritos para uma disputa eleitoral? Talvez sim. Talvez não. Porém, pelo cenário atual, pode-se indicar que Lissauer Vieira, Osvaldo Júnior e Wellington Carrijo têm chance de serem eleitos prefeito. Qualquer um deles.

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Lissauer Vieira, do PL

Lissauer Vieira, ex-presidente da Assembleia Legislativa | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

O trunfo de Lissauer Vieira é a experiência política, pois foi presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, tendo se tornado um articulador habilidoso. Ao aceitar a troca do PSD pelo PL, atendendo convite do senador Wilder Morais — que promete ajudá-lo com a estrutura do PL (fundo eleitoral alto) e pessoal — e do ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-deputado saiu fortalecido.

Se cair nas pesquisas, Lissauer Vieira pode recuar? Um líder do PL postula que não. “Ele irá até o fim, para ganhar ou para perder.”

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Wellington Carrijo, do MDB

O médico Wellington Carrijo tem quatro trunfos. Primeiro, um nome respeitado na cidade, como profissional da Medicina. Segundo, é tido como eficiente na área em que atua na área de Saúde da Prefeitura de Rio Verde. Terceiro, e mais decisivo, tem o apoio do mais importante general eleitoral do município — o prefeito Paulo do Vale, do União Brasil. Ele é um dos gestores municipais mais bem avaliados do Estado. Quarto, conta com o apoio do governador Ronaldo Caiado, do União Brasil, e do vice-governador Daniel Vilela, do MDB. Quer dizer, seu exército eleitoral será o mais forte da campanha e poderá fazer a diferença.

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Osvaldo Júnior, do Republicanos

Osvaldo Fonseca Júnior, médico | Foto: Euler de França Belém/Jornal Opção

Osvaldo Júnior é uma incógnita. Ele tentou ser o candidato do bolsonarismo na cidade, mas foi superado por Lissauer Vieira. Mas tem capital eleitoral e não pode ser subestimado. Precisa, porém, montar um grupo que encampe e faça sua campanha. Política é grupo, apenas alguns outsiders são eleitos para cargos executivos. Em 2020, ele foi bem votado para prefeito, mas contava com o apoio do MDB, do qual se afastou em 2022.

Médico, Osvaldo Júnior, assim como Flávio Faedo, Karlos Cabral, Lissauer Vieira e Wellington Carrijo, é um político consistente, definido ideologicamente e tem bom nome na cidade. (E.F.B.)