3 candidatos mais bem avaliados em Goiânia estão politicamente isolados

26 maio 2024 às 00h01

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Há uma informação curiosa sobre a disputa eleitoral pela Prefeitura de Goiânia.
Os três pré-candidatos que mais pontuam nas pesquisas — Adriana Accorsi, do PT, Gustavo Gayer, do PL, e Vanderlan Cardoso, do PSD — estão politicamente isolados.
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A deputada federal Adriana Accorsi está procurando um vice fora do PT, com perfil de centro — e nem precisa ser de centro-esquerda —, mas até agora não conseguiu. E acabou perdendo o Partido Verde e o PC do B.
Se não conquistar um vice de centro, Adriana Accorsi acabará tendo de buscá-lo no próprio PT. O ex-reitor da UFG Edward Madureira, embora filiado ao PT, é, politicamente, de centro-esquerda. Não é radical, é moderado e circula bem na sociedade, inclusive entre os empresários. O perfil dele é parecido com o de Adriana Accorsi e exatamente por isso talvez ainda não tenha sido convidado para a vice.
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O deputado federal Gustavo Gayer, bolsonarista radical, é da direita, ou até da extrema-direita. Até agora não conseguiu o apoio de nenhum partido — e nem parece interessado no assunto. Politicamente, está isolado. Mas parece que se sente confortável com o fato de não ter aliados e, portanto, não precisar estabelecer compromissos. Mas, se for para o segundo turno, com quem contará?
Se Gayer for para o segundo turno com Adriana Accorsi, terá o apoio da base governista estadual, mas certamente não terá o do senador Vanderlan Cardoso, que move processos judiciais contra o deputado.
O vice de Gayer, se ele for candidato, tende a ser o ex-deputado estadual Fred Rodrigues.
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O senador Vanderlan Cardoso também está politicamente isolado, talvez no maior no insulamento de sua história política. Ele conta única e exclusivamente, ao menos no momento, com seu partido, o PSD. Na hipótese de segundo turno contra Adriana Accorsi, quem o apoiará? Por certo, Gayer ficará neutro. A base governista talvez faça o mesmo. Porém, se o segundo turno for contra Gayer, aí parte da base governista irá com o postulante do PL.
Os comentários acima não mencionam o pré-candidato do União Brasil, Sandro Mabel, porque, politicamente, não está isolado. Pelo contrário, pode acabar contando com o apoio de 14 partidos — o que poderá levá-lo ao segundo turno. (E.F.B.)