Por Italo Wolff

Ivano Devilla afirma que lidar com saída de professores temporários, reestruturação administrativa e eleições para reitoria ocuparão os próximos anos da instituição

Em seu livro "A Formação de Jovens Violentos", Marcos Rolim explica como um processo de socialização perversa em periferias e o abandono escolar tornam jovens violentos
[caption id="attachment_211378" align="alignnone" width="620"] Familiares aglomerados na porta do 7º batalhão em busca de notícias dos jovens queimados em 2018 | Foto: Jornal Opção[/caption]
O conflito entre jovens e a lei é rodeado de enganos, senso comum e fracasso. Sob a pecha de “defender bandido”, tentativas de entender o fiasco do sistema socioeducativo são colocadas de lado em detrimento de endurecimento das políticas de segurança pública que, na prática, não dão resultados, mas ressoam fundo com apelos populares. Goiânia, que atualmente tem cerca de 600 adolescentes internos em centros socioeducativos e mais que o dobro disso em servidores públicos ligados a área, tem a oportunidade de melhorar sem aumento de gastos aquele que é um dos sistemas socioeducativos mais atrasados do Brasil – segundo pesquisadores ouvidos – caso empregue políticas comprovadas pela ciência.
Os próprios veículos de imprensa têm sua parcela de culpa, já que, segundo o Núcleo de Estudos sobre Criminalidade e Violência (Necrivi) da Universidade Federal de Goiás, o ato infracional análogo ao homicídio é mencionado uma vez a cada quatro matérias jornalísticas que abordam o tema, mas esse ato infracional corresponde a apenas 0,8% dos atos infracionais totais. Ainda mais: em 2013, adolescentes foram responsáveis por apenas 1.963 dos 50 mil homicídios (4,5%) no Brasil. Não obstante, os três atos mais noticiados são os menos cometidos: estupro (2% do total de atos infracionais), homicídio (0,8%) e latrocínio (0,2%).
Portanto, apesar da percepção comum, uma minoria dos jovens em conflito com a lei pratica a violência. Dentro desta minoria, o sociólogo Marcos Rolim se debruçou sobre uma amostra ainda menor – a dos que cometem violência extrema. Rolim escreveu sua tese de doutoramento, que se transformou no livro "A Formação de Jovens Violentos", lançado em Goiânia no dia 20 de setembro, e que trata daqueles que respondem a provocações mínimas com agressão desproporcional.
Em busca da origem da brutalidade, Rolim entrevistou jovens com disposição violenta e os comparou com aqueles de perfil social, sexo e idade semelhantes, mas que não foram autores de atos desta natureza. Sua intenção, por meio de um tratamento estatístico e metodologia científica de fôlego, foi encontrar fatores comuns nas histórias de vida dos jovens agressivos em conflito com a lei. Seus achados apontam soluções e desmentem diversas noções do senso comum.
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Marcos Rolim afirma que se sua hipótese for verdadeira, vivemos um processo de socialização perversa nas periferias | Foto: Ramon Moser / Divulgação[/caption]
Treinado para matar
Em sua base de dados, mostraram maior probabilidade de violência entre os jovens que passaram por treinamento violento. A disposição à violência extrema cairia 54%, caso não houvesse uma socialização dos jovens com criminosos mais velhos (o recorte não investiga a violência em geral, mas a tipificação específica de agressão desproporcional). “Mas podemos afirmar que a taxa de homicídios no Brasil seria muito fortemente impactada sem o que chamamos de treinamento violento”, afirmou o sociólogo em entrevista ao Jornal Opção. “Daí a importância da evasão escolar. Aqueles jovens treinados na prática de matar não estariam ali se estivessem na escola.” O treinamento violento diz respeito à socialização do jovem feita por um grupo que valoriza o ato de matar, a não hesitação quanto a violência. “Em algum momento da vida, especialmente início da adolescência, os jovens se associaram a grupos armados que praticam atos de violência e instruem os mais novos. Exatamente onde a escola pública falha, já que esse jovem faz parte da cifra de evasão escolar, há o acolhimento pelo grupo criminal. Ali ele se socializa.” Na prática, trata-se da valorização de atos violentos pelo grupo, a ridicularização dos novatos resistentes a atacar pessoas, coerção com ameaças de punição física e exortação à violência com instruções. Ao passo em que descobriu a importância determinante do treinamento violento, Marcos Rolim encontrou também que fatores comumente atribuídos aos jovens em conflito com a lei são, verdade, pouco importantes. Por exemplo, os jovens envolvidos com o tráfico e com a violência foram, em regra, criados em famílias onde, independentemente dos problemas típicos da exclusão social, se valorizava o trabalho e a honestidade. Rolim afirma: “Se criou essa ideia que não está amparada em evidências de que os jovens violentos são resultado de famílias desestruturadas. É claro que a desestruturação familiar é um fator de risco importante, mas não é o único. Muitos vêm de famílias onde o trabalho e honestidade eram valorizados, tanto é que escondem o envolvimento com o crime o máximo que podem. Às vezes, têm uma educação protetiva, que está indo bem na formação moral, mas quando chega na adolescência, é muito comum que o jovem defina seu comportamento pelo grupo ao qual se vincula. Essa lógica tribal de comportamento na juventude é muito comum.”
Desistência criminal espontânea
Em todo o mundo e em qualquer período analisado, o pico de cometimento de crimes violentos se dá por volta dos 23 anos de idade, como mostra relatório da Agência de Estatísticas de Justiça (Bureau of Justice Statistics), do Departamento de Justiça Americano. Duas hipóteses complementares explicam o porquê de a juventude ser o período crítico. Primeiro, há a hipótese da maturação, que explica a violência com base no fato de que o córtex pré-frontal é a última parte do cérebro a amadurecer e ser onde se processa o juízo e autocontrole. A outra explicação é sociológica. Rolim afirma que, na infância as crianças são naturalmente vinculadas, pois precisam da proteção de um adulto; na adolescência há o rompimento, ainda que simbólico, desse vínculo e criação de uma individualidade. “O único vínculo que permanece é o da escola, por isso ela é tão importante. Nesta fase ainda não há os vínculos típicos da vida adulta: emprego, casamento, filhos, que começam a surgir na faixa etária em que a curva criminal cai, pelo início dos vinte anos”, afirma Rolim. Por isso, apenas uma pequena parte dos adolescentes envolvidos em atos infracionais continuará praticando crimes a vida inteira. A maioria, que passa pela chamada remissão espontânea, ou desistência criminal, deixa os conflitos por mérito próprio, sem apoio governamental. Na realidade, os adolescentes que terão uma carreira no crime podem ser encontrados justamente nos centros de internação socioeducativos. No Centro de Internação Provisória (CIP) de Goiânia, do total de adolescentes em internação definitiva, 25,5% são reincidentes. O CIP tem um passado que envolve superlotação, interdições pelo Ministério Público por falta de condições de funcionamento e morte de nove adolescentes em incêndio no ano passado. A comunicação da Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado de Goiás informou que o prédio onde funciona foi reformado nos locais danificados pelo fogo e que está prevista uma reforma para o prédio completo – localizado dentro do 7º Batalhão da Polícia Militar. Há ainda planos, mais a longo prazo, de desativar o Centro de Internação Provisória. É importante destacar que, por funcionar também como lar por até 45 dias para adolescentes apreendidos em flagrante, ou quando um juiz determina que o adolescente suspeito aguarde lá por suas audiências, o centro atualmente funciona como local de socialização violenta sobre a qual Rolim alerta. Os nove alojamentos de três metros por quatro do CIP atuam como ponto de encontro entre jovens que não tiveram medidas socioeducativas determinadas, frequentemente em situação de vulnerabilidade social, e adolescentes com disposição a violência extrema. “Mais do que a promessa da inclusão no mundo glamoroso dos carros de luxo e das mulheres encantadoras, o tráfico dá aos meninos a possibilidade da autoria, do respeito e do poder – tudo aquilo que o Estado sequer cogita como elementos de políticas públicas”, escreve Marcos Rolim no capítulo final de sua tese.
O deputado federal afirma que o Difal é uma bitributação e afirma contar com apoio de Caiado, mesmo com o impacto negativo nos cofres
[caption id="attachment_142178" align="alignnone" width="620"] Foto: Divulgação[/caption]
O deputado estadual Thiago Albernaz (Solidariedade) comentou sobre seu projeto de extinguir a cobrança do diferencial de alíquotas (Difal) sobre produtos que não foram industrializados no estado de Goiás. O parlamentar afirmou ter se reunido com o governador Ronaldo Caiado (DEM), que se mostrou sensível aos apelos do setor interessado no fim da cobrança – setor produtivo e lojistas – sob a justificativa de que o Difal significa bitributação.
Segundo a Secretaria de Economia, o Diferencial de alíquota está previsto na Constituição Federal. Foi criado para compensar o Estado de origem quando a empresa sediada na unidade federada adquire determinados produtos em outros estados. Em Goiás, por exemplo, é comum as empresas comprarem produtos de São Paulo, pagando alíquotas fiscais diferentes das existentes em Goiás. Ao tomar a decisão de aplicar o Difal, já praticado em outros Estados, o Governo atua para proteger as empresas instaladas em Goiás que ofertam os mesmos produtos, mas com alíquotas em alguns casos mais elevadas.
Thiago Albernaz afirmou que realiza um levantamento junto à Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) e Secretaria de Economia para verificar quanto da arrecadação estadual seria perdida com a extinção do Difal. “Mesmo impactando os cofres, o governador foi favorável”, afirmou Thiago Albernaz. “Quero elogiar Caiado, que em momento de crise está abrindo mão de recursos, porque são injustos.”
RRF
O parlamentar ainda afirmou não acreditar que o Regime de Recuperação Fiscal (RRF) será discutido ainda este ano na Assembleia Legislativa de Goiás. “A tramitação depende de uma conjuntura nacional. O governador ainda terá de se mobilizar em Brasília para conseguir autorização do Supremo Tribunal Federal de ordem judicial para ter a documentação necessária para pleitear o RRF. Eu particularmente não vejo com bons olhos a ânsia do Governo em entrar num programa que limita tanto as ações da gestão.”
Moradores do Madre Germana II também devem ser beneficiados pelo Governo do Estado, com investimentos recuperados pelo Estado junto à União.
[caption id="attachment_211551" align="alignnone" width="620"] Foto: Divulgação[/caption]
Neste sábado, 21, o governador Ronaldo Caiado (DEM) entregou 473 escrituras aos moradores do bairro Madre Germana I, em Aparecida de Goiânia. Assinaturas para o registro de outras 271 escrituras em cartório também foram coletadas. O investimento foi realizado por meio da Agência Goiana de Habitação (Agehab) como etapa do programa de regularização fundiária urbana de interesse social das áreas do domínio do Estado de Goiás.
O programa de legalização dos bairros tem objetivo de entregar, até o final dos quatro anos de mandato de Ronaldo Caiado, mais de 20 mil escrituras em todo o Estado. “Estamos avançando naquilo que o povo de Goiás deseja: ter sua casa escriturada para que a pessoa possa ter a garantia da propriedade. Para mim, melhorar a qualidade de vida daqueles que vivem em Goiás é o objetivo principal”, afirmou Caiado na ocasião da entrega de escrituras.
Mônica Aparecida de Oliveira, 50, foi uma das beneficiadas na ação. A dona de casa que reside há 15 anos no Madre Germana I afirmou que a entrega das escrituras traz mais tranquilidade e dignidade para as famílias do bairro. “Para gente é mais segurança. Agora o lugar que a gente vive realmente é nosso. É muito importante você ter um documento que atesta que o imóvel é seu”, afirmou.
Durante a entrega deste sábado, o governador Ronaldo Caiado anunciou que cerca de R$ 15 milhões serão destinados à promoção de melhorias no bairro Madre Germana II – recurso que foi recuperado junto ao Governo Federal.
O vice-governador Lincoln Tejota, que também esteve presente na cerimônia, ressaltou que a ação resgata o compromisso do governador Ronaldo Caiado em dar dignidade e qualidade de vida à população. “O governador, por meio da Agehab, vem fazendo isso com muita maestria. São pessoas que estão aqui há muito tempo e que merecem ter sua vida regularizada.”
Este programa do programa do Governo de Goiás já atendeu a mais de mil famílias na região Noroeste de Goiânia nos bairros Jardim Curitiba, São Domingos, Floresta, Primavera, Boa Vista, Vitória, São Carlos e Mutirão. Os documentos já foram encaminhados ao cartório para registro. O Governo do Estado pretende entregar 2 mil escrituras ainda este ano.

O presidente estadual do PSDB e prefeito de Trindade afirmou que respeitará autonomia de diretórios municipais, e afirmou que “não vai ter nome empurrado ‘goela abaixo’” pelo partido
[caption id="attachment_211473" align="alignnone" width="620"] Foto: Divulgação[/caption]
O 3º Encontro Regional do PSDB foi realizado na cidade de Uruaçu nesta sexta-feira, 20. No evento, que foi atendido por duzentos participantes, dirigentes estaduais tucanos traçaram planos para o partido, como “apoio incondicional” a municípios onde houverem lideranças tucanas que desejarem ser candidatos e aumento no número de candidatas mulheres.
O presidente estadual do PSDB e prefeito de Trindade, Jânio Darrot, afirmou que o partido dará “apoio incondicional” a pré-candidatos em qualquer cidade. Segundo Jânio Darrot, o PSDB estadual dará autonomia para cada diretório municipal trabalhar. “Cada município sabe quem são as pessoas que têm aprovação da população”, disse.
Jânio Darrot afirmou aos presentes: “Podem investir em suas candidaturas. Vocês, candidatos, podem trabalhar, que vamos dar todo apoio e vamos respeitar a decisão local. Não vai ter nome empurrado ‘goela abaixo’ sobrepondo à decisão tomada pelas bases locais.” O prefeito de Trindade também usou a ocasião para exaltar atuações de colegas tucanos, como a do prefeito de Uruaçu, Valmir Pedro.
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Foto: Divulgação[/caption]
Vereador Irmão Thiago, presidente do PSDB de Mara Rosa, afirmou que os tucanos do município estão preparando um grupo para disputar as eleições na cidade. “Jânio Darrot. O senhor nos dá segurança em continuar com a formatação do nosso projeto”, afirmou, dirigindo-se ao presidente do PSDB Goiás.
A vice-presidente do PSDB estadual, Eliane Pinheiro elogiou o desempenho de prefeitos tucanos em alguns dos 77 municípios administrados por gestores tucanos. Além disso, Eliane Pinheiro usou a ocasião para chamar mulheres para participar da vida política de suas cidades. “Mulheres, vamos sair candidatas. Vamos nos fortalecer”, convocou Eliane, que também lembrou do legado deixado pelo partido em Goiás.

Segundo organizador do evento, o evento é um caminho para despertar o interesse pelo conhecimento e para estudantes descobrirem sobre as tecnologias
A Olimpíada Nacional de Ciências (ONC) recebeu 1 milhão e 860 mil inscrições para a edição de 2019. Em Goiás, foram quase 50 mil inscritos. O objetivo da competição é despertar nos alunos da educação básica o interesse pelo conhecimento, aproximando-os das instituições de ensino superior e dos institutos de pesquisas no Brasil e no mundo todo. Também pretende incentivar o ingresso dos alunos nas áreas científicas e tecnológicas e proporcionar desafios aos estudantes visando o aprimoramento de suas formações.
Podem participar da ONC todos os estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental; em qualquer ano do Ensino Médio e estudantes da 4ª série do Ensino Técnico e que não tenham ingressado em curso superior. Em 2019, as provas da ONC vão contemplar as disciplinas de Física, Química, Biologia e Astronomia.
Para o coordenador estadual da ONC, Renato Candido, “a Olimpíada Nacional de Ciências é um projeto do Ministério da Educação que tem como missão a popularização da ciência, uma excelente oportunidade para os estudantes testarem os conhecimentos nas disciplinas. As olimpíadas científicas têm estimulado muitos jovens a descobrirem mais sobre as ciências e as tecnologias, revelando-se cada vez mais como um caminho para despertar o interesse pelo conhecimento e desenvolvimento para o país”, afirma.
A premiação dos alunos será feita em nível nacional e estadual. A ONC é uma promoção do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC) através do programa institucional "CIÊNCIA NA ESCOLA" e constitui um programa da Sociedade Brasileira de Física (SBF), Associação Brasileira de Química (ABQ), Instituto Butantã e Sociedade Astronômica Brasileira (SAB).

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