Por Ton Paulo

O instituto Paraná Pesquisas divulgou, no último dia 9, um levantamento que evidencia aos pré-candidatos às prefeituras apoiados pelo presidente Lula da Silva (PT) ou pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) um velho e conhecido fenômeno: o jogo político no cenário local funciona em engrenagens completamente diferentes do cenário nacional.
A pesquisa em questão aponta que, para a maioria das pessoas, o apoio de um chefe do Executivo não muda em nada – não aumenta e nem diminui - a vontade delas de darem seu voto para um determinado candidato.
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Foram entrevistados 2026 eleitores de diferentes gêneros, faixas etárias, graus de escolaridade e nível econômico das cinco regiões do País. Quando se trata de Bolsonaro, 42,6% das pessoas responderam que o apoio do ex-mandatário, agora inelegível, não altera a vontade delas de votarem em um candidato a prefeito. Para 29,2%, o apoio dele aumenta a vontade, e para 25,3%, diminui. Não souberam ou não responderam 2,9% dos entrevistados.
Quando perguntados sobre Lula da Silva, 35,4% dos entrevistados disseram que o suporte dele a um candidato não impacta na vontade do voto. Para 31,6%, a vontade aumenta, mas para 31,3%, ela diminui. Não souberam ou não responderam 1,6%.
Em Goiânia, há dois pré-candidatos que devem contar com o apoio direto de presidentes: Adriana Accorsi, a candidata do PT e de Luiz Inácio Lula da Silva; e Gustavo Gayer, do PL, que deve ter o apoio de Jair Bolsonaro. Ainda conforme a Paraná Pesquisas em um levantamento do início do mês (registrado no TSE sob o número nº GO-09948/2024), os dois estão tecnicamente empatados, com Adriana pegando uma leve dianteira (22,1%) contra Gayer (19,7%).
Os números do instituto demonstram aos pré-candidatos o que é sabido de outras eleições em capitais: de nada servirá se apoiarem no palanque dos presidentes, porque apesar de importantes, esses estão longe de serem decisivos em uma eleição local.
Vale destacar, também, o peso da questão ideológica, que mesmo em uma cidade como Goiânia (onde o agro e os evangélicos exercem lideranças e movimentações consideráveis), é pequeno na hora do eleitor digitar os números de seu candidato na urna.

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A tensão e o receio que pairam nos bastidores do Partido Liberal, o PL, desde a deflagração da operação Tempus Veritatis são inquietantes, quase palpáveis. Desde que a Polícia Federal (PF) prendeu Valdemar da Costa Neto (presidente do PL) e apreendeu o passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro - figura de maior destaque do partido -, além de o proibi-lo de fazer qualquer tipo de contato com os outros investigados na operação, a impressão que se tem é a de que os membros da legenda temem que Jair possa ser preso a qualquer momento. Nas entrelinhas, analisa este mero colunista, para eles não é mais uma questão de "se", mas de "quando".
O cenário onde os bolsonaristas já trabalham é o de que a PF expôs de vez qual o objetivo - a prisão de Jair Bolsonaro -, e, agora, parecem tentar colar o discurso que mais criticaram e fizeram troça à época da prisão de Lula da Silva: o de perseguido político.
Basta dar uma navegada pelos perfis de políticos, influenciadores e blogs bolsonaristas. Suas páginas estão inundadas de vídeos, manchetes e frases de efeito que levam a crer que a operação da PF, ratificada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF), não passa de um esquema persecutório com a intenção "prender Bolsonaro a todo custo".
Não será nenhuma surpresa se (ou quando?) o ex-presidente for preso e começarem a circular bandeiras e camisetas com a face de Jair e a frase "Bolsonaro Livre!", tal qual observado ao longo do período em que o atual presidente Lula esteve confinado.
Sim, o discurso pode colar. Mas a possível prisão de Bolsonaro não é o único fantasma que assombra o PL. A legenda teme que, se realmente comprovado um dos eixos de investigação da PF - o de que o PL usou da estrutura do partido para montar um "QG do golpe" - , a possibilidade de cassação da sigla (já pedida por um senador da República) passe a ganhar forma.
É claro, sabemos, é altamente improvável, diria quase impossível, que a legenda com a maior bancada da Câmara tenha seu registro cassado. No entanto, o argumento pode fazer com que o PL crie mais um "grito de guerra" para a militância bolsonarista.
De todo modo, o PL parece se preparar com tudo o que tem para o desfecho próximo da operação da Polícia Federal. Desfecho esse que, de um jeito ou de outro, não será nada agradável para a sigla que viveu seus dias de glória nas últimas eleições e que agora amarga com a possibilidade de até deixar de existir.
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Em outubro do ano passado, o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli (que, inclusive, está com os dias contados na pasta), oficializou, com o óbvio aval de Flávio Dino e Lula, a nomeação do delegado Carlos Afonso Gonçalves Gomes Coelho para um cargo de coordenação na Polícia Federal (PF). O posto em questão era nada menos que a coordenação do Comando de Aviação Operacional, setor vinculado à diretoria-executiva do órgão.
Coelho ficou apenas três meses no cargo, sendo exonerado na última sexta-feira, 26, após vir à tona a informação de que ele era um dos alvos da própria PF em uma investigação que mira o esquema montado dentro da Agência Brasileira de Inteligência, a Abin, durante a gestão Bolsonaro para espionar, supostamente, jornalistas, advogados, juízes e adversários políticos do então presidente da República.
O esquema, que foi apelidado de 'Abin Paralela', teria monitorado ilegalmente os passos até de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes.
No entanto, o mais surpreendente de tudo isso é saber que o delegado Carlos Afonso Coelho, que foi assessor especial da Secretaria de Governo da Presidência da República e secretário de Planejamento e Gestão da Abin na gestão Bolsonaro, foi nomeado para um cargo fundamental dentro da PF que, por si só, demandava insuspeição absoluta. Ora, estamos falando de Lula colocando dentro do ninho da inteligência federal aquele que era tido como o braço direito de Alexandre Ramagem, bolsonarista de carteirinha que chefiou a Abin e que hoje é epicentro da investigação da PF.
Não se pode crer que o Palácio do Planalto, tendo ciência de ter “pegado o bastão” de um presidente que insuflou seu eleitorado a acreditar que sua derrota confirmaria uma fraude nas eleições, receberia uma máquina pública magicamente comprometida com o projeto de governo eleito.
Vejamos bem: não estamos falando, aqui, de uma “caça às bruxas” contra servidores que atuaram em órgãos públicos na gestão Bolsonaro. Mas, sim, de uma renovação lógica e estratégica em cargos - até uma criança sabe disso – onde é necessário haver pessoal de confiança do atual gestor.
O governo parece assistir aturdido o fato de que nichos fundamentais de estratégia e inteligência do governo podem estar, ainda, cheios de pessoas temerosas de virarem alvos de investigação por movimentações e atos suspeitos praticados durante a última gestão.
Se não é tolice, é de extrema ingenuidade por parte do atual presidente não ter se dado conta de que parte de seu governo joga contra o próprio governo. E se a coisa estourar ainda mais para o lado dele, é como diz o velho ditado modificado com o tempo, mas que mantém a mesma mensagem: Quem pariu Mateus, que o embale.
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