Por Fabrício Vera
Talles Barreto aponta que há um plano para evitar novos problemas com projetos, incluindo aprimoração da assessoria jurídica
No momento, aumento das verbas está descartada pelo governador, por conta do regime de recuperação fiscal
Projeto original foi enviado para a Câmara em dezembro, mas não avançou na tramitação
Parlamentares de base argumentam que emenda que obriga análise de impacto para novos empreendimentos pode acabar com o plano de requalificação
Créditos TDC serão disponibilizados para os donos de locais que cumprirem com os requisitos de preservação
Docentes argumentam que situação estaria obrigando eles a não aderirem a greve
Administração municipal planeja criar memorial, centro gastronômico e sede para a Secretaria de Esportes no local
Entre os inúmeros benefícios fiscais no plano de requalificação do Centro, o Centraliza, há desonerações previstas para estacionamentos fechados. Isenções para esses estabelecimentos parecem atrativas à primeira vista, mas podem acarretar em consequências negativas. Essa prática não só contribui para a manutenção do uso excessivo de veículos particulares, como ainda pode causar o processo da gentrificação, que é o processo de transformação de áreas urbanas que leva ao encarecimento do custo de vida e aprofunda a segregação socioespacial nas cidades.
Em primeiro lugar, desonerar estacionamentos perpetua a dependência dos automóveis como principal meio de transporte nas cidades. Ao reduzir os que envolvem ter um carro, isso encoraja mais pessoas a optarem por esse modal, em vez alternativas sustentáveis. Por consequência, isso aumenta a demanda por espaço para estacionar os veículos, levando a mais congestionamentos, poluição do ar e deterioração da mobilidade urbana.
Desonerar estacionamentos fechados pode contribuir para o processo conhecido como gentrificação, principalmente no Setor Central de Goiânia. Com os incentivos para estacionamentos, essa situação pode alterar completamente os preços dos imóveis e dos aluguéis dos locais. Isso pode “expulsar” os moradores dessas regiões, o que geraria um efeito totalmente contrário ao que o Paço Municipal deseja com o programa Centraliza.
O plano do Centraliza é atrair mais moradores para ocupar o Centro, logo não faz sentido beneficiar estacionamentos fechados, algo que pode causar o efeito oposto ao desejado. Com a criação de uma demanda artificial por esse tipo de empreendimento, ainda há o risco de construções histórias que não forem tombadas serem demolidas. Ou seja, a modalidade pode tomar o Setor Central e apagar a história do bairro e de seus moradores.
Esse é o alerta que os vereadores de oposição realizaram durante a tramitação do Centraliza na Câmara Municipal de Goiânia. Aava Santiago (PSDB), Kátia Maria (PT) e agora Fabrício Rosa (PT) alertaram para os riscos citados anteriormente. Entretanto, a Prefeitura de Goiânia deve seguir firme com o plano de desoneração de estacionamentos.
A solução para o Centro deveria prezar pelo “equilíbrio”, com menos desoneração para estacionamentos e expansão da chamada “Área Azul”. Ou seja, seria o contrário, com a implementação de oneração em locais de parada nos espaços públicos para incentivar modais mais sustentáveis.
E claro, sempre martelar a questão de investir em transporte público, mesmo que pedir investimentos nessa área pareça repetitivo e sem solução. De alguma forma, as grandes cidades precisam se reinventar no transporte público para não colapsar a mobilidade local.
Leia também:
Após criticar isenção para estacionamentos, vereadora cria grupo de trabalho para o Centro
Candidatura busca apoio de eleitores e partidos de centro a centro-direita na capital
Partido vai lançar nomes para concorrer em 12 cidades goianas, incluindo a capital
Iniciativa visa ampliar o acesso ao tratamento para a população goiana
Cidades na fronteira do Rio Grande do Sul foram as mais afetadas
Mais de 42 mil pessoas estão desabrigadas, 9,5 mil em abrigos e mais de 32 mil desalojadas até a última atualização
Mudança ainda não libera motorista de passar pelo processo de obter a carteira novamente, caso queira voltar a dirigir
Acessos rodoviários também foram impactados pelas condições climáticas adversas na capital
