Por Euler de França Belém
A Band do Rio Grande do Sul demitiu, segundo o Portal Comunique-se, 25 funcionários. O nome mais conhecido é de Paloma Poeta [foto acima; do arquivo pessoal], de 22, irmã da ex-apresentadora do Jornal Nacional Patrícia Poeta.
Haroldo dos Santos, coordenador de Esportes, e Christiane Matos também foram demitidos. O portal não apresentou a lista completa dos que foram afastados.
Nos bastidores, comenta-se que o faturamento da Band no Rio Grande do Sul caiu e, por isso, a cúpula decidiu enxugar a redação — quase à beira de extingui-la.
Data da publicação: 17 de março de 2015 O deputado federal Giuseppe Vecci, do PSDB, anuncia que desistiu de disputar a Prefeitura de Goiânia, em 2016, sinalizando que planeja disputar o governo de Goiás, em 2018. O economista tucano frisa que, no momento, está mais interessado em trabalhar pelo país e por seu Estado na Câmara dos Deputados. “Eu acabei de ser eleito deputado. Quero trabalhar para isso. Quero continuar aprendendo no Congresso Nacional e, não só aprendendo, mas dando vazão a tudo aquilo que falei para os eleitores que votaram em mim. Meu trabalho é em Brasília.” É sua prioridade. Insista-se: no momento. Em entrevista à Rádio Clube FM, com sua sutileza habitual, criticou o lançamento de nomes para a disputa eleitoral — a fulanização —, sem que antes se discutisse propostas para modernizar a gestão da capital goiana. “É preciso ter boas propostas. Tem que ganhar o povo não é só com a questão personalista de A, B ou C, mas com propostas concretas para o desenvolvimento de Goiânia.” Mas o tucano não se furtou a citar nomes que avalia como qualitativos: o presidente da Agetop, Jayme Rincón, os deputados federais Fábio Sousa, Waldir Soares e a secretária da Educação do governo de Goiás, Raquel Teixeira. Ele excluiu o nome do deputado João Campos, igualmente tucano. Vecci sugere que o PSDB deve candidato próprio em Goiânia e frisa que a gestão de Paulo Garcia é de baixa qualidade. Há quem interprete o recuo como “estratégico”. Vecci não tem estrutura para bancar uma candidatura a prefeito e, por isso, precisa ser bancado.
Luas vermelhas do PT e aliados de ocasião passam parte de seu tempo criticando o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), assegurando que é autoritário e que, quando criticado, processa seus supostos detratores. Porém, quando decide censurar alguém, mesmo que esteja fazendo críticas leves e pontuais, o petismo não hesita um minuto. Recentemente, a coluna Bastidores, do Jornal Opção, publicou uma nota informando que o programa do PSH de Goiás criticaria a gestão do prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, do PT. O vídeo do PHS não faz uma crítica pessoal, ao homem Paulo Garcia, e sim ao prefeito, à gestão pública. Noutras palavras, a gravação é, de certo modo, de utilidade pública, uma maneira de apontar problemas na capital — que são graves (as pesquisas de opinião pública mostram o descontentamento com a gestão do petista-chefe). Na segunda-feira, 16, o presidente nacional do PHS, Eduardo Machado, recebeu uma determinação judicial da Justiça de Goiás proibindo-o de divulgar o vídeo no qual critica a gestão de Paulo Garcia. A censura foi pedida pelo prefeito Paulo Garcia, baseado na nota divulgada pelo Jornal Opção. Pegou mal. O TJ de Goiás acatou a tese de que os programas eleitorais têm o objetivo de divulgar as ideias dos partidos (se examinar outros programas, a Justiça terá de censurar a maioria, inclusive os do PT). O prefeito petista também pediu à Justiça que proibisse a circulação na internet, mas o Tribunal de Justiça não concordou. Era censura demais. Será que Paulo Garcia vai conseguir a opinião de todos os goianienses? Eduardo Machado afirma que não vai reduzir as críticas à gestão de Paulo Garcia — não à sua pessoa — porque tão-somente reflete o clamor popular. Ele publicou no Facebook: “Se você concorda comigo e acha que Goiânia vive a pior gestão de sua história, compartilhe este vídeo. Se vc acha que a cidade está muito bem administrada, respeito sua opinião”. Seu comentário-convite é mais democrático que a ação do prefeito Paulo Garcia. Confira o vídeo do PHS: https://www.youtube.com/watch?v=bsd63M7MRXY&feature=youtu.be https://www.facebook.com/video.php?v=10206234461763447&set=vb.1322213454&type=2&theater¬if_t=comment_mention
Um secretário do governador de Goiás, Marconi Perillo, disse para um deputado governista: “O governo tem um déficit financeiro mensal de R$ 140 milhões”. Segundo o secretário, apesar dos cortes no custeio da máquina, redução de nomeações de funcionários comissionados e paralisação de algumas obras, o governo não está conseguindo ajustar a máquina. A saída é um ajuste ainda mais rigoroso.
IMPRENSA PARAENSE
A história em cima da hora
Lúcio Flávio Pinto
[Introdução de “Uma arma letal — A imprensa do Pará”, de Lúcio Flávio Pinto, 130 páginas, Editora Smith Produções Gráficas]
Dez anos atrás, no dia 21 de janeiro de 2005, fui agredido pelo advogado e jornalista Ronaldo Batista Maiorana, um dos donos do grupo Liberal, formado pelo maior complexo de comunicação do norte do Brasil, cujo poder resulta em grande parte de ser afiliado à Rede Globo de Televisão. Segundo Maiorana, a agressão foi motivada por um artigo que escrevi sobre o irmão dele, Romulo Maiorana Júnior, o principal executivo da corporação. O texto não fazia qualquer menção a Ronaldo.
Prestei queixa na polícia, que encaminhou o processo ao Ministério Público, que fez a denúncia, que resultou em processo em uma das varas do juizado especial e culminou no pagamento, pelo agressor, de multa equivalente a 50 salários mínimos. Não em dinheiro, mas no fornecimento de cestas básicas a instituições de caridade, uma das quais muito ligada à família. Um dos dois PMs que deram cobertura a Ronaldo, o que participou diretamente da agressão, foi punido com multa de um salário mínimo.
Além de me negar a fazer qualquer acordo com meus agressores, nada mais pude fazer senão acompanhar, impotente, as tratativas do representante do MP atrás de um valor para a reparação do crime, já que o réu nada mais pode fazer no processo. Silêncio que lhe é imposto a pretexto de dar celeridade à instrução nas varas do juizado especial.
No momento em que fui agredido, dentro de um restaurante, localizado num parque público de Belém, onde também tem sua sede a Secretaria de Cultura do Estado, eu respondia a 16 processos na justiça, cinco dos quais – sendo quatro penais (por calúnia, injúria e difamação, com base na espúria e já extinta lei de imprensa, de 1967) e um cível (para me impedir de voltar a tocar no nome da autora das ações) – ajuizados por Rosângela Maiorana Kzan, diretora administrativa do jornal O Liberal e irmã de Ronaldo.
Menos de três meses depois da agressão, para evitar a decadência do direito no foro criminal, os irmãos Romulo e Ronaldo, mais sua empresa, Delta Publicidade, propuseram 14 ações contra mim. Duas delas porque disse que fui espancado quando, na verdade, fui “apenas” agredido. Cometera assim crime de injúria, difamação e calúnia, além de ser passível de indenizar o ofendido, que viu seu punho ser bloqueado na sua livre trajetória pelo meu rosto.
O melhor teste
Passados 10 anos, quando quatro dessas ações ainda sobrevivem no foro de Belém, continuando a atormentar a minha vida, decidi lançar este livro não para recontar a história da agressão, já suficientemente relatada em dois outros livros. Tento aqui demonstrar ao leitor o que está por trás das circunstâncias desses processos movidos por esses quatro autores, os três irmãos (Romulo, Rosângela e Ronaldo Maiorana) e sua empresa jornalística, 19 do total de 33 que me assolaram e ainda me oneram a partir dos cinco primeiros, os de Rosângela, de 1992:
- Apesar de terem ao seu dispor o maior complexo de comunicações da Amazônia, os três nunca o usaram para se contrapor ao que publiquei em meu pequeníssimo jornal, um quinzenário de 16 páginas em formato A4, com tiragem de dois mil exemplares.
- Os porta-vozes dos Maioranas alegam que essa atitude se explica facilmente: silenciam em seus veículos para não dar repercussão ao que sai no meu jornaleco, deixando que ele se esgote em si mesmo.
- No entanto, podiam aproveitar que publico na íntegra as cartas que são enviadas ao meu Jornal Pessoal e exercer nele o direito de resposta, contraditando o que digo. Ainda mais porque nunca tratei da vida privada dos irmãos. Sempre o que visei foi sua atuação pública, em função exatamente da influência que exercem sobre a sociedade com os seus poderosos veículos.
- Em função desse poder, as ações judiciais que interpuseram se tornaram a principal fonte de atenção, energia e tensão na minha vida a partir de 1992. Os Maioranas não se limitaram a dar andamento processual, como um cidadão comum faria: pressionaram nos bastidores, ou mesmo publicamente, aí, sim, usando seu império de comunicação, para conseguir o que queriam, mesmo que o que estavam querendo representasse a violação aos princípios legais, ao direito e à justiça. O objetivo se tornou evidente: usar a justiça para me impedir de continuar a fazer o meu jornal, ou fazê-lo sob tal sacrifício que a tarefa acabaria sendo demasiada. Eu sucumbiria.
O economista Rodrigo Constantino é um crítico incisivo do governo petista, mas não é um panfletário destemperado. Seus textos, mesmo os mais curtos, contêm análises sérias e equilibradas — o que reflete seu preparo intelectual. Mesmo assim, a publicidade de seu livro “Contra a Maré Vermelha” (Editora Record) — com 80 crônicas políticas — foi censurado pela Companhia do Metrô de São Paulo. Quando denuncia que houve censura — e de fato houve —, não há como discordar.
As frases da publicidade dizem: “Oitenta textos que não foram culpa do FHC” e “Cansado do governo? Rodrigo Constantino também”. Os censores, que se julgam acima das leis do país, disseram que não se pode usar nomes de políticos nem mencionar governos no espaço do metrô. Ora, o nome de FHC é mencionado num contexto positivo — não há uma letra negativa. Trata-se de uma ironia com o PT, que culpa o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sempre que se torna alvo de alguma crítica. O governo citado na segunda frase é, evidentemente, o governo de Dilma Rousseff, mas não há referência explícita — o que sugere mais abrangência. A direção do metrô fez “crítica literária” — identificando “alvos” —, interpretando a publicidade e vestindo, quem sabe, a carapuça.
O editor-executivo do Grupo Editorial Record, Carlos Andreazza, disse, com razão: “A questão fundamental, porém, é outra — e decorre da simples leitura do que foi censurado, cujo conteúdo, goste-se ou não, não fere qualquer direito ou lei: chegará, como parece, o momento em que nada mais poderá ser dito livremente no Brasil?”
O Portal Comunique-se procurou a direção do Metrô de São Paulo, que explicou sem explicar que o anúncio da Editora Record contraria as regras do Regulamento para Exploração de Mídias em Áreas e Equipamentos de Propriedade da Companhia do Metrô. Tais regras tem outro nome na vida real, para além dos tecnicismos habituais: censura pura e simples. A estultice alastrou-se — é o mínimo que se pode concluir. A direção do Metrô de São Paulo se tornou uma instância legislativa, executiva e judiciária.

A senadora Lúcia Vânia (PSDB) deve se encontrar nesta semana com o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, para discutir sua filiação. Carlos Siqueira disse a um político do PSB que não vai retirar o comando de Vanderlan Cardoso, atual presidente da legenda. Estaria praticamente acertado que o PSDB não vai tentar retomar o mandato de Lúcia Vânia.

[caption id="attachment_30766" align="alignright" width="620"] Iris Rezende (PMDB), Paulo Garcia (PT) e Ronaldo Caiado (DEM): o triângulo “amoroso” sugere que um está sendo enganado, possivelmente o petista / Fotos: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
Repórteres de política experimentados dizem que líderes do PMDB têm dupla personalidade: dizem uma coisa privadamente e outra, publicamente. Por exemplo: os jornais que não lidam com bastidores publicam entrevistas dos peemedebistas sugerindo que, na eleição de 2016, PMDB e PT caminharão juntos. Jornais que colhem informações em off, as que trazem os bastidores verdadeiros para a luz do dia, publicam a história de que o PMDB quer se livrar do PT. Uma informação é verdadeira e a outra é falsa? Não. As duas informações refletem o jogo político. Como o PT comanda a Prefeitura de Goiânia, com Paulo Garcia, o PMDB ainda depende de sua estrutura para, por assim dizer, sobreviver até junho de 2016. “Estamos cozinhando o PT em banho-maria”, admite um deputado do PMDB. “Mas não há bobos em política, nem no PT, e por isso todos sabem que o PMDB está caminhando para uma ‘carreira solo’. A nossa chapa possivelmente terá Iris Rezende para prefeito e Sandro Mabel para vice-prefeito. É o que queremos e é a chapa pela qual estamos trabalhando”, acrescenta.
Para o parlamentar, ligado a Iris Rezende, “o PT está usando balão de oxigênio e este oxigênio leva o nome do PMDB. Porém, se fornecemos oxigênio para o PT, este partido nos devolve gás carbônico. É uma troca desigual. Iris entregou a prefeitura ajustada para Paulo Garcia, que, por falta de aptidão administrativa e autoridade pessoal, perdeu o rumo”.
O Jornal Opção apresentou a fala do peemedebista a um petista, para que a examinasse. “Revele-me a fonte e eu darei entrevista”, sugeriu o petista. Ante a negativa do repórter, o líder petista exigiu igualmente off. “Só Paulo Garcia e o deputado Rubens Otoni não estão percebendo que o PMDB está ‘desembarcando’ da aliança.”
Como assim? “Iris Rezende vive uma autêntica lua de mel com o senador Ronaldo Caiado, do DEM, que é adversário figadal do PT em Goiás e no país. Paulo Garcia visita o peemedebista, mas as imagens dos encontros não são divulgadas. Por quê? Iris quer esconder o nosso prefeito? É possível. Mas as imagens com Caiado são divulgadas com frequência. Não só. O PMDB em peso tem anunciado que deve apoiar Ronaldo Caiado para governador de Goiás em 2018. O senador apoia Iris agora, para prefeito, e este apoia Caiado na eleição seguinte.”
O que isto quer dizer? “É simples: se apoiar Iris em 2016, e este for eleito, o PT estará contribuindo, até de forma direta, para a campanha de Caiado em 2018. Será que o PT vai aceitar este papel de ‘bobo da corte’ peemedebista? Acredito que Paulo Garcia tenha paixão desmedida por Iris, mas o partido é maior do que o prefeito. Rubens Otoni, político astuto, tem de abrir os olhos. Afinal, devemos fortalecer o projeto de Caiado para governador? Não é o que a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula querem.”

O político de sucesso nunca faz só um jogo. Aquele que é unidimensional se torna um cultor de fracassos eleitorais. O empresário Vanderlan Cardoso (PSB), depois de duas derrotas consecutivas, quer entrar para o time dos vencedores e, por isso, está armando jogos que podem levá-lo ao sucesso eleitoral.
Seu jogo principal, pelo qual mais se esforça, inclui, como “técnico”, o governador Marconi Perillo (PSDB). Vanderlan aposta que, se tiver o apoio do tucano-chefe, será capaz de derrotar Iris Rezende (PMDB) na disputa para prefeito de Goiânia, em 2016.
O presidente do PSB não está minimamente preocupado com a história de que, em Goiânia, candidato do governo não ganha eleição. “Ganha, se o candidato for sólido e cristalizar a imagem de gestor eficiente”, afirma o pesquisador Gean Carvalho, do Instituto Fortiori. Vanderlan cansou-se de ser terceira via. Não quer mais saber de “vitória moral”, que é uma ficção. Quer ganhar de fato.
A tese de Vanderlan é prosaica mas correta: em Goiânia deve se repetir o enredo da eleição para governador de Goiás em 2014. De um lado, o candidato do PMDB, possivelmente Iris Rezende, e, de outro, o candidato bancado pelo governador Marconi Perillo.
Como não dá para compor com o PMDB, que já tem candidato praticamente definido, e não quer ser candidato da terceira via — porque “seu nome é derrota” —, Vanderlan abriu negociações com o governador Marconi Perillo e com o vice-governador José Eliton (PP).
Há tucanos que recomendam que Marconi Perillo não apoie Vanderlan para prefeito de Goiânia — alegando que, em 2014, o líder do PSB não o apoiou no segundo turno, mantendo-se neutro. Porém, o fato de não ter apoiado Iris Rezende contribuiu para o fortalecimento do tucano-chefe. Mais: o governador não pensa “pequeno” e sabe que a “conquista” de Vanderlan, para sua base político-eleitoral, pode retirar de Ronaldo Caiado um possível aliado em 2018. “Perder” Goiânia para Vanderlan Cardoso pode equivaler a “ganhar” 2018 para José Eliton? É possível.
Quem pensa grande deixa os aliados “pequenos” de lado? Sim. Mas, no momento, o nome de Marconi Perillo para a disputa permanece sendo o de Jayme Rincón (PSDB). Entretanto, se necessário, para um projeto maior — há quem avalie que Jayme Rincón poderá ser o vice de José Eliton em 2018 —, o presidente da Agetop, absolutamente leal ao governador, pode abrir mão da disputa.

O Jornal Opção perguntou a seis ideólogos tucanos e pessedistas que contribuem para formatar o pensamento hegemônico da base política do governador Marconi Perillo: “Por que é decisivo derrotar Iris Rezende em Goiânia?” Como são parecidas e complementares, as respostas serão sintetizadas.
Luas azuis do marconismo dizem que derrotar Iris, na disputa para prefeito de Goiânia, em 2016, é fundamental para reduzir a força eleitoral do senador Ronaldo Caiado, que deverá disputar o governo de Goiás em 2018.
Com sua capacidade de articulação, Iris, se eleito prefeito, começará, a partir de Goiânia, uma operação para reforçar o poder de fogo de Caiado. Porém, sem a Prefeitura de Goiânia como instrumento político — a capital tem fartos recursos financeiros, gera visibilidade em todo o Estado e emprega cabos eleitorais —, o senador por certo também não terá um peemedebista-chefe motivado. Em 2018, se aposentado, aos 85 anos, dificilmente contribuirá com o líder do DEM.
Na edição passada, o advogado Sérgio Lucas, do PP, disse que o deputado federal Roberto Balestra sempre boicotou Sandes Júnior e que tentou usá-lo para atacar o presidente do partido, o vice-governador José Eliton. Um aliado de Balestra, Breno Celso de Moura Barbosa, presidente do PP de Fazenda Nova, contesta o correligionário. “Primeiro, Lucas não é líder do PP. Ele sempre foi um serviçal, um burocrata”, afirma Breno Celso. Segundo, “omitiu que Sandes Júnior deu declarações sugerindo que, em 2014, José Eliton apoiou mais Giuseppe Vecci do que ele para deputado federal. Terceiro, Lucas demonstra má-fé ou desinformação ao dizer que Balestra impediu a candidatura de Sandes a prefeito de Goiânia”. Na época em que Sandes não conseguiu ser candidato, afirma Breno, “o presidente do PP não era Balestra, e sim o Professor Manoel. Mas quem mandava no partido era Sandes. Balestra votava em Goiânia, mas nem participou da convenção. Ele queria ficar fora do processo. Portanto, não se pode falar que ‘prejudicou’ o deputado”. Breno Celso frisa que milita no PP desde quando o nome do partido era PDS. “Entrei no PDS com 13 anos. Hoje tenho 52 anos”, frisa. “Tenho mais identidade com o PP do que Lucas.”

Pelo menos dez deputados estaduais planejam disputar mandato de prefeito em 2016. Veja: Adib Elias (PMDB), em Catalão Álvaro Guimarães (PR), em Itumbiara Cláudio Meirelles (PR), em Jussara Ernesto Roller (PMDB), em Formosa Francisco Júnior (PSD), em Goiânia Júlio da Retífica (PSDB), em Porangatu -- ou pode bancar um filho Lucas Calil (PSL), em Inhumas Paulo Cezar Martins (PMDB), em Quirinópolis Sérgio Bravo (Pros), em Senador Canedo Virmondes Cruvinel (PSD), em Goiânia.

[caption id="attachment_30757" align="alignright" width="620"] Renan Calheiros, Eduardo Cunha e Dilma Rousseff: não há salvação para os três políticos de maneira isolada. São três “mosqueteiros” | Divulgação/Agência Brasil/Paulo Whitaker/Reuters[/caption]
No plano nacional e em horário nobre, o PMDB e o PT podem encenar a novela “O Abraço dos Afogados”, com roteiro de Dilma “Kafka” Rousseff e direção de Michel “Costa Gravas” Temer. Quem vasculha os jornais, em busca de algum norte — o caos parece ter tomado conta da política e da economia do, diria Ivan Lessa, Bananão —, fica com a impressão de que o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, ambos do PMDB, vão romper com o PT da presidente.
Porém aquele que tiver alguma acurácia ou perspicácia perceberá que a novela “O Abraço dos Afogados”, a partir do título, contém a explicação para o que está acontecendo na enlouquecida política nacional. Renan Calheiros e, sobretudo, Eduardo Cunha sinalizam que o PT de Dilma Rousseff quer destrui-los. Fato? Meio fato? Falso?
“De tudo um pouco”, diria Ariano “João Grilo” Suassuna. Ou, diria Orson Welles, nem tudo é verdade. Procede que o PT gostaria de ver a dupla às vezes dinâmica Renan Calheiros e Eduardo Cunha à porta do Inferno, ao menos o de Dante Alighieri. Procede igualmente que os dois peemedebistas gostariam de ver a presidente Dilma Rousseff ao menos à porta do Purgatório. Lula, guiado por Virgílio ou Beatriz, ficaria no Paraíso.
Porém, filigranas literárias à parte, PMDB e PT, neste momento, são irmãos siameses, mas inseparáveis e indistinguíveis. A queda do PMDB levará o PT como “troco”. A queda do PT levará o PMDB ladeira abaixo. Portanto, por mais que se ataquem, os líderes dos dois partidos têm de buscar salvação — alguma salvação — conjunta. Se juntos, será difícil escapar; isolados, serão presas fáceis.
Portanto, o leitor não se deve deixar “enganar” por aquilo que às vezes é obrigado a ler nos jornais. O fato é que o PT terá de salvar o PMDB — leia-se Renan Calheiros e Eduardo Cunha — para tentar salvar-se (leia-se Dilma Rousseff). A alternativa é o cemitério político e ninguém, no PT e no PMDB, quer “ocupar” seus pequenos “lotes” (covas).

[caption id="attachment_10855" align="alignright" width="300"] Frederico Jayme | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
O ex-deputado e ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado de Goiás Frederico Jayme desfiliou-se do PMDB não devido à ameaça de expulsão — orquestrada pelo ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende, que o considera como adversário e, até, inimigo —, e sim porque está trabalhando como chefe de gabinete do governador Marconi Perillo (PSDB).
Ao contrário do que o irismo especulou, Frederico não está patrocinando uma retirada em massa de peemedebistas descontentes — que, de fato, são muitos — para a base governista. Àqueles que o consultam, afirma que, no momento, está mais preocupado com o sucesso administrativo do governo.
O presidente do PSDB, Paulo de Jesus, levou uma ficha para ele se filiar. Frederico prefere aguardar um pouco mais.

[caption id="attachment_30753" align="alignright" width="300"] Jorge Kajuru: “Recebi 84 mil votos em Goiânia para deputado federal” / Divulgação[/caption]
O jornalista e radialista Jorge Kajuru mudou-se para Goiânia e com uma ideia fixa na cabeça: vai disputar a prefeitura da capital em outubro de 2016. “Tenho 54 anos de idade, estou bem de saúde [embora quase cego], depois de ter sido revirado da cabeça aos pés por um médico que é filho de Adib Jatene, e tomei uma decisão: disputarei a Prefeitura de Goiânia nas próximas eleições. Acrescento que vou entrar no páreo para ganhar e não para fazer número”, disse ao Jornal Opção na quinta-feira, 12. Ele é filiado ao PRP.
Perguntado se a aliança política com Vanderlan Cardoso, do PSB, foi rompida, Kajuru é peremptório: “Sim. Como Vanderlan se tornou aliado do governador Marconi Perillo, quero ser seu adversário e derrotá-lo no próximo pleito. Vou criticá-lo duramente na campanha e é possível que, depois de me enfrentar, tenha de voltar para Senado Canedo”.
Procede que Kajuru pode ser vice de Iris Rezende (PMDB) — atraído pelo senador Ronaldo Caiado? “Papo furado. Por que Iris, com toda a sua experiência, não pode ser meu vice? Depois, eu iria a deputado federal, meu sonho, e ele assumiria a prefeitura.”
Kajuru diz que seus adversários não podem esquecer que, como candidato a deputado federal, recebeu 84 mil votos em Goiânia.