Por Euler de França Belém

O presidente nacional do PHS, Eduardo Machado, deve bancar Chiquinho Oliveira ou Jean Carlo, deputados estaduais, para presidente do partido em Goiás. JC é o favorito. Porém, se confirmada a expulsão de Jovair Arantes do PTB, o deputado federal deve ser convidado a se filiar ao PHS. Chiquinho Oliveira e Jean Carlo abririam mão e o apoiariam para presidente regional do partido. “Trata-se de um grande reforço político. Além de deputado influente em Brasília, comanda uma grande estrutura política em Goiás”, sublinha Jean Carlo.

Aviso aos argonautas: o ex-prefeito Iris Rezende e o vice-prefeito de Goiânia, Agenor Mariano, ambos do PMDB, são carne, unha e, às vezes, cutícula. Agenor Mariano, político leal, trabalha para que Iris Rezende seja candidato a prefeito de Goiânia. Ao mesmo tempo, nos recentes conflitos com o prefeito da capital, Paulo Garcia, sinaliza que seu chefe político, Iris Rezende, está mesmo se afastando tanto do petismo quanto do paulo-garcismo. A tese do irismo é a seguinte: fez tudo o que podia para ajudar Paulo Garcia. E, como o PT não apoiou Iris Rezende no primeiro turno da eleição de 2014 — o que foi visto como uma traição política —, o irismo sente-se desobrigado de manter a aliança em 2016. Outro problema apontado pelo irismo: os adeptos de Iris Rezende não conseguiram nenhuma nomeação para cargo relevante ou mesmo irrelevante no governo da presidente Dilma Rousseff.

A Assembleia Legislativa de Goiás deve aprovar um projeto que possibilita transferir créditos tributários para a Goiás Parcerias — presidida pelo empresário e ex-senador Cyro Miranda. A Goiás Parcerias poderá emitir debentures, quer dizer, poderá vender créditos no mercado.

Comenta-se que o vice-governador José Eliton vai assumir uma vaga no Tribunal de Contas do Estado. Sebastião Tejota estaria verificando se já pode se aposentar. Mas do próprio José Eliton não se ouve nada disto. O presidente do PP, nas conversas com aliados, fala sempre no mesmo projeto: quer disputar o governo do Estado de Goiás em 2018. O cálculo é o seguinte: o governador Marconi Perillo deixa o governo no início de abril de 2018 — para disputar mandato de senador ou um cargo no plano federal —, José Eliton assume e, logo depois, assume sua candidatura. José Eliton está inclusive ampliando seu grupo político, atraindo prefeitos do DEM e de outros partidos para o PP.

O médico Antônio Faleiros está sendo chamado de Hélio Beltrão do governo de Marconi Perillo. Ele assumiu uma secretaria extraordinária com o objetivo de desburocratizar as ações de algumas pastas, notadamente a da Educação.

O governador Marconi Perillo vai almoçar com a bancada federal na segunda-feira, 8, no Palácio das Esmeraldas. No cardápio, além da ambrosia — que apara arestas —, um micro balanço dos avanços do governo e, ao mesmo tempo, uma conversa sobre o comando do PSDB. Alexandre Baldy, Waldir Soares, Giuseppe Vecci, Célio Silveira, Fábio Sousa e João Campos confirmaram que estarão presentes. Curiosamente, os seis podem ser candidatos a prefeito em 2016. E pelo menos um planeja disputar o governo do Estado em 2018.

O governador Marconi Perillo não quer defenestrar a secretária da Educação, Raquel Teixeira, mas já percebeu que, se não pôr Antônio Faleiros como uma espécie de secretário informal, as organizações sociais não vão dirigir as escolas públicas nem em 2018. Ocorre que Marconi quer pressa, pois, se candidato a senador, deve deixar o governo no início de abril de 2018. “Tudo que Raquel Teixeira não tem é pressa de implantar as OSs nas escolas públicas de Goiás”, sublinha um deputado da base governista. Anote: Raquel Teixeira, embora não muito empolgada com as OSs na Educação, está prestigiada por Marconi e não vai cair.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), trabalha para reduzir a caipirice do senador Wilder Morais (DEM). Os dois são carne e unha. O político goiano sempre pontuava suas conversas com “porque lá em Taquaral”. O alagoano corrigiu-o: “E alguém sabe lá o que significa Taquaral?!”. Wilder Morais agora cita Paris, Londres e Nova York cada vez com mais frequência.
De um diretor de cinema: “O que mais se receia, entre os participantes do Festival de Cinema e Vídeo Ambiental de Goiás (Fica), é que a Idesa, a Oscip que também já se chamou Casa Brasil, seja privatizada”. Claro que o diretor de cinema está falando de maneira jocosa. Porque a Idesa não é uma estatal (no máximo, assinala o diretor, é “para-estatal”). Mas identifica-se tanto com o governo de Goiás, graças sobretudo ao lobby de Wolney Unes e Lisandro Nogueira, que às vezes é confundido com uma empresa pública. A Idesa é tão poderoso que, se os empreiteiros brincarem, começará a fazer rede de saneamento básico e pavimentação asfáltica em todo o Estado. A Idesa é tão forte, mas tão forte, que ganha licitação em qualquer área que disputar.

O senador Demóstenes Torres confidenciou a dois amigos que deverá ser absolvido pela Justiça de todas acusações e poderá disputar a Prefeitura de Goiânia em 2016 ou o governo de Goiás em 2018. Ao sair da toca, atacando o senador Ronaldo Caiado com uma volúpia inesperada, Demóstenes Torres sugeriu que está mesmo de olho na disputa de 2018.
A Oscip Ideia, como não tem proteção dos deuses do Olimpo — leia-se Wolney Unes (de “O Popular” e da Universidade Federal de Goiás), Lisandro Nogueira (da TV Anhanguera e da Universidade Federal de Goiás) e Nasr “Sísifo” Chaul (não dá conta de inaugurar a biblioteca do Centro Cultural Oscar Niemeyer mas não abre o jogo) —, não consegue emplacar quase nada na área de cultura de Goiás. Um funcionário do setor cultural contesta: "A Ideia participou de três licitações e ganhou duas, a Caravana Cultural e o Canto da Primavera". Já a oscip Rede Sociocultural participou de várias licitações e só ganhou um Figo (Festival Internacional de Música em Goiás). Tinha um projeto considerado de qualidade para gerir os eventos da Orquestra Filarmônica de Goiás, mas não foi aprovado. Ganhou o Idesa. Sob a proteção dos deuses.

Juntos, o empresário Vanderlan Cardoso (PSB) e o prefeito de Senador Canedo, Misael Oliveira (PDT), são imbatíveis. Separados, podem perder para um candidato alternativo, como Sérgio Bravo ou Franco Martins e até Divino “Vanguarda do Atraso” Lemes. Misael Oliveira, a criatura, e Vanderlan Cardoso, o criador, estão numa fase de conflito. O segundo quer e deve apoiar a reeleição do primeiro, mas ameaça lançar o empresário Zélio Cândido — que entende tanto de gestão pública e de política quanto de física nuclear — para prefeito de Senador Canedo. Misael Oliveira disse ao Jornal Opção que deve trocar o PDT pelo PSDB. “O governador Marconi Perillo, meu amigo e aliado, já me convidou para o PSDB.” Vanderlan contemporiza: “Misael, se estiver bem em 2016, será o nosso candidato a prefeito”.

Sabe-se que mais uma bomba contra o senador Ronaldo Caiado (DEM) está prestes a ser detonada. A primeira foi o artigo devastador de Demóstenes Torres, que alcançou repercussão nacional. Em seguida, numa ação menos do ex-senador e mais de um senador poderoso, vasculhou-se a equipe do líder do DEM. Documentos do Senado foram entregues, organizados, nas mãos de um repórter da “Folha de S. Paulo”. Curiosamente, para não ficar muito explícito, o repórter não é da sucursal de Brasília, e sim do Rio de Janeiro.

[caption id="attachment_36473" align="aligncenter" width="620"] Ronaldo Caiado tem 40% das intenções de voto, ante 12% de Daniel Vilela | Fotos: Agência Senado / reprodução / Facebook[/caption]
Na semana passada, um político importante de Goiás, possível candidato a governador de Goiás em 2018, mostrou uma pesquisa para um deputado da base governista. A pesquisa é para governador. O político sublinhou que a pesquisa, a quase quatro anos do pleito, é extemporânea.
O senador Ronaldo Caiado (DEM) lidera com pouco mais de 40% das intenções de voto. Daniel Vilela (PMDB) aparece em segundo lugar, com 12%. Os demais dão quase traço.

O delegado-deputado Waldir Soares foi decisivo para derrotar (e aposentar) Iris Araújo na disputa para deputado federal, em 2014, e pode acabar contribuindo para derrotar e aposentar Iris Rezende na disputa pela Prefeitura de Goiânia. Waldir Soares, orientado pelo marqueteiro Marcus Vinicius, pode até não ser eleito prefeito de Goiânia, mas pode ser peça chave para derrotar Iris Rezende. Pesquisas indicam que o delegado está “dinamitando” o eleitorado de peemedebista-chefe na região Noroeste, antes visto como reduto irista.