Por Euler de França Belém

O deputado federal Sandes Júnior (PP) disse ao senador Wilder Morais, presidente do PP, que prefere permanecer em Brasília, a ser vice do pré-candidato do PSDB a prefeito de Goiânia, Giuseppe Vecci. Nada contra o tucano; pelo contrário, são amigos íntimos. É que, como trabalha em rádio e televisão, e não quer deixar os empregos, nos quais ganha muito bem, o parlamentar prefere ficar na Câmara dos Deputados e atuar como radialista e apresentador de programa de televisão. Sandes Júnior deve voltar para a Câmara dos Deputados na próxima semana. Thiago Peixoto, que havia assumido para votar pelo impeachment e começara a gostar dos debates, decidiu, depois de uma viagem ao exterior com o governador de Goiás, Marconi Perillo, retornar para a poderosa Secretaria de Desenvolvimento.
O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), pode disputar mandato de senador ou de presidente da República (talvez seja indicado para a vice de Aécio Neves). Porém, antes de pensar no próprio projeto, terá de descascar um abacaxi do tamanho de um elefante. Sua base pretende sair com pelo menos seis candidatos a senador: Jovair Arantes, do PTB, Magda Mofatto, do PR, Lúcia Vânia, do PSB, Wilder Morais, do PP, Vilmar Rocha, do PSD, João Campos, do PRB. Nenhum dos postulantes admite recuar — o que vai gerar uma crise de grande proporção. É provável que um deles aceite ser suplente de Marconi Perillo, com o objetivo de, se o tucano for indicado para um ministério, no caso de vitória de Aécio Neves ou de outro aliado, assumir o mandato por quatro anos pelo menos. Porém, pelo menos quatro dos seis pretendem ir até o fim.

O governador Marconi Perillo (PSDB) confidenciou a políticos que, com um secretariado pequeno e com forte articulação política, não deverá proceder a nenhuma reforma estrutural de sua equipe. O tucano-chefe admite, privadamente, que não está muito satisfeito com os resultados das ações de alguns secretários — que conversam muito, reclamam demais, mas produzem pouco. Os setores mais críticos são Saúde e Educação. Leonardo Vilela, secretário da Saúde, da cota pessoal do governador, é cotado para assumir a vaga de Sebastião Tejota ou de Edson Ferrari no Tribunal de Contas do Estado. Raquel Teixeira, finalmente convencida de que as escolas públicas sob o comando de organizações sociais podem ser melhores — as chamadas escolas militares (que, a rigor, não são militares) funcionam bem, com alto aproveitamento dos estudantes e professores —, se tornou uma secretária mais “eficiente”. Mas o governo perdeu muito tempo com sua resistência. O que o tucano-chefe deve fazer são reformas pontuais no segundo escalão, com ligeiras acomodações técnicas e políticas. Até porque alguns políticos devem deixar o governo para disputar eleições nos municípios. Há uma movimentação também para que alguns de seus auxiliares ocupem cargos federais.

A candidatura de Giuseppe Vecci a prefeito de Goiânia pode ser anabolizada se alguns de seus aliados forem contemplados com cargos no governo do Estado? É possível. O fato é que o deputado federal quer pessoas envolvidas de fato com sua campanha, e não só por interesses pessoais. Mas, como os políticos são de um pragmatismo sem limite, não há como não articular em várias esferas.
O presidente do PSL, Benitez Calil, é cotado para assumir o comando da AGR. Ou uma diretoria da Goiás Parcerias. Benitez Calil que diz que deixou a articulação de Goiânia para seu filho, o deputado Lucas Calil.

A situação do PT em Goiânia é tão difícil que alguns de seus líderes avaliam que arrisca-se a eleger apenas um vereador, possivelmente Carlos Soares, que conta com uma estrutura razoável, por já pertencer ao Legislativo municipal.

Adriana Accorsi, pré-candidata do PT, é vista por pesquisadores e marqueteiros como um “nome qualitativo”. Mas eles apostam que será “massacrada”, eleitoralmente, não por seus possíveis defeitos, e sim pelo visceral desgaste do PT.

O PSL, segundo o deputado estadual Lucas Calil, fechou questão: vai bancar José Gomes da Rocha, do PTB, para prefeito de Itumbiara. “Ninguém ganha de Zé Gomes na cidade. Ele é trabalhador, não tem preguiça. É um fenômeno político-eleitoral.

Para a Prefeitura de Goiânia, a cúpula do PSL está dividida entre apoiar Giuseppe Vecci, do PSDB, Francisco Júnior, do PSD, Vanderlan Cardoso, do PSB, ou Luiz Bittencourt, do PTB. “Devemos apoiar um candidato da base do governador Marconi Perillo, e todos os citados são de sua base”, afirma Lucas Calil. Há inclusive a possibilidade de Lucas Calil disputar a prefeitura, para se tornar conhecido e ampliar o eleitorado para a disputa de 2018, quando deve ser candidato a deputado federal.

O presidente da Assembleia Legislativa, Helio de Sousa, e o líder do Governo no parlamento, José Vitti, confirmaram para colegas que o deputado Valcenor Braz vai mesmo para o Tribunal de Contas dos Municípios. Ele vai substituir Honor Cruvinel, que vai se aposentar.

Alexandre Baldy disse ao Jornal Opção que o PTN não aceitaria cargos na gestão do prefeito de Goiânia, Paulo Garcia. Mas o PTN de Goiânia está, sim, negociando cargos com o prefeito Paulo Garcia.

O petista Paulo Garcia fez o impossível para levar o PHS para a Prefeitura de Goiânia e para a campanha de Adriana Accorsi, sua candidata a prefeita. Ofereceu a vice e secretaria. “Qualquer uma”, teria chegado a dizer. Eduardo Machado optou por manter o partido na base do governador Marconi Perillo. O prefeito não está dormindo no ponto. Por isso vai organizar uma frente de apoio para Adriana Accorsi.

A deputada Flávia Morais comentou com aliados que o PDT de Carlos Lupi está de olho no passe do prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, do PT. Já a parlamentar é cotada para assumir o comando do Partido Verde em Goiás, numa articulação nacional. Embora Paulo Garcia não tenha se manifestado a respeito, o PDT gostaria de lançá-lo para deputado federal em 2018, em substituição a Flávia Morais.

Iris Rezende, que anda esbanjando saúde aos 82 anos, não gostou de saber que, se Daniel Vilela disputar a Prefeitura de Goiânia este ano, Maguito Vilela não disputará o governo em 2018. Os Vilelas deixariam o senador Ronaldo Caiado, do DEM, na chapada — o que deixaria Iris Rezende contrariado.

O secretário de Desenvolvimento, Thiago Peixoto, é, disparado, o auxiliar mais próximo do governador de Goiás, Marconi Perillo. É ouvido em quase todos os assuntos. Do ponto de vista pessoal, é respeitado e querido pelo tucano-chefe.