Por Euler de França Belém

[caption id="attachment_68302" align="alignright" width="620"] Pré-candidatos Luiz Bittencourt e Francisco Jr[/caption]
De um tucano de bico erado: “É quase certo que o vice do pré-candidato a prefeito de Goiânia pelo PSDB, Giuseppe Vecci, sairá dos quadros do PSD ou do PTB: será Francisco Júnior ou Luiz Bittencourt”.
O PSD, segundo o tucano, ocupa duas das principais secretarias do governo do Estado, é atendido em todos os seus pleitos, “e por isso precisa colaborar”. Ressalve-se que o presidente do partido, Vilmar Rocha, exatamente um dos secretários, tem dito que não abre mão da candidatura de Francisco Júnior.
Segundo o tucano, o que deve menos, talvez nada, ao governo é Luiz Bittencourt. “Mas seria um vice de alta qualidade, pois tem discurso e projeto e é expert na crítica”, afirma um tucano.
O hoteleiro e fazendeiro José Osvaldo confidenciou a um político e a um empresário de Porangatu que vai apoiar a reeleição do prefeito Eronildo Valadares (PMDB) e será candidato a deputado estadual em 2018. José Osvaldo integra a “lista dos piores” prefeitos da história do município. O palanque de Eronildo Valadares pode “cair” — metaforicamente — se convidar o ex-prefeito para apoiá-lo. Ninguém é tão pesado quanto ele. Em conversas com aliados, José Osvaldo costuma dizer que Júlio da Retífica deixou a prefeitura arrebentada, mas, como eram do mesmo partido, não pôde denunciá-lo. Aliados do deputado tucano dizem que não se trata de uma informação confiável, e sim de uma contrainformação, a partir de dados falsos. “José Osvaldo passou oito pensando nos seus projetos pessoais, não na gestão da prefeitura. Mais: alguém acredita que um presidente do Cerea, que nunca tinha disputado eleição para presidir time de futebol, teria condições de ser eleito se não tivesse sido bancado por Júlio da Retífica?”, diz um julista.

A possibilidade de o governador de Goiás, Marconi Perillo, disputar a Presidência da República é cada vez mais comentada no país. Na sua recente turnê por Amapá e Roraima, o tucano-chefe foi recebido como chefe de Estado (nacional). Sua gestão é bem conhecida e merece elogios. Não há quem não pergunte sobre a ação das organizações sociais na saúde, a respeito do Crer e do Hugol. Querem saber também do andamento do projeto de OSs na área da Educação. Políticos do Amapá e Roraima sugeriram que, como o senador Aécio Neves e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, estão em baixa, Marconi Perillo pode ser a aposta do PSDB para presidente. Seria a ascensão do “novo” com “experiência” e “competência administrativa”.
A empresa Galvão pretende assinar um termo de ajuste de conduta com o Ministério Público Federal. Se acertado, pretende recapear parte da BR-153 (até o fim do ano), cobrar pedágio e, em seguida, iniciar sua duplicação. Se tudo for ajustado com o MPF, o que não será fácil, a Galvão pretende investir 100 milhões de reais.
PMDB e PSDB trocam figurinhas em duas cidades importantes de Goiás — Goianésia, no Vale do São Patrício, e Aparecida de Goiânia, no entorno de Goiânia — com vistas as eleições para prefeito em 2 de outubro. Em Goianésia, PMDB e PSDB articulam para lançar José Mateus, do PSDB, para prefeito, e Mara Naves, do PMDB, para vice. O acordo é articulado pelo ex-prefeito Gilberto Naves, do PMDB, e pelo prefeito Jalles Fontoura, do PSDB. Há, porém, quem acredite que, no final, o tucano irá à reeleição. A segunda aliança entre o PMDB e o PSDB pode ocorrer em Aparecida de Goiânia. Alcides Ribeiro apresenta-se como pré-candidato do PSDB a prefeito, mas, se depender da cúpula tucana, pode acabar sendo vice de Gustavo Mendanha, o postulante do PMDB. As relações entre o governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, e o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, do PMDB, são as melhores possíveis. Fala-se que são “administrativas” — e, de fato, são. Mas próximas de tornarem “políticas” — há quem aposte.
[caption id="attachment_67498" align="alignright" width="620"] Governador Marconi Perillo e prefeito Maguito Vilela | Foto: Humberto Silva[/caption]
Há quem aposte que em 2018 se terá um novo cenário político em Goiás, sobretudo se Iris Rezende não for candidato a prefeito e, principalmente, se for derrotado. Se for eleito, fica forte e tende a bancar Ronaldo Caiado para governador. Mesmo se o senador não sair do DEM; o peemedebista acredita que pode convencê-lo a se filiar ao PMDB, porque o DEM praticamente inexiste em Goiás.
Porém, se Iris Rezende estiver fora do páreo, o cenário pode ser outro. O grupo de Maguito Vilela não tem ranços pessoais em relação ao governador de Goiás, Marconi Perillo. Por isso, não será nada surpreendente se PSDB e PMDB marcharem unidos em 2018, com um dos partidos indicando o candidato a governador e o outro, o vice. Unidos, certamente, enfrentarão Ronaldo Caiado, do DEM.

[caption id="attachment_32229" align="alignright" width="620"] Secretária da Fazenda, Ana Carla Abrão[/caption]
O presidente Michel Temer comentou com pelo menos dois políticos de Goiás que as referências sobre a secretária da Fazenda, Ana Carla Abrão, são “positivas”.
O núcleo duro do governo Temer sugere que a indicação de Ana Carla Abrão poderia agradar tanto o PSDB do governador Marconi Perillo quanto o PSB da senadora Lúcia Vânia.
Há, por fim, o fato de Ana Carla ser mulher. O primeiro escalão precisa de mais mulheres, porque o governo Temer está sob pressão da sociedade. Mas, se a economista for indicada — ela contesta a informação de que tenha sido sondada —, não será porque é mulher, e sim porque é competente e afinada com as ideias do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Além de que, embora seja uma indicação técnica, agradaria a aliança política.
Doutora em economia pela USP, Ana Carla tem sido chamada de “a Maria Sílvia de Goiás” (Maria Sílvia é a competente presidente do BNDES, convocada para corrigir os erros cometidos pelo economista Luciano Coutinho).

[caption id="attachment_62421" align="alignright" width="620"] Secretária Ana Carla Abrão em entrevista ao Jornal Opção | Foto: Renan Accioly / Jornal Opção[/caption]
Na semana passada, a imprensa de São Paulo, notadamente a “Folha de S. Paulo”, noticiou que Ana Carla Abrão é cotada para o Ministério do Planejamento.
Ana Carla Abrão aceitou a incumbência de dirigir a Secretaria da Fazenda de Goiás com a finalidade de ganhar experiência pública e, em seguida, galgar postos na administração federal. Pode se tornar política? Pode. Mas seu objetivo é se tornar uma executiva de primeira linha no plano nacional. Uma ministra da Fazenda ou mesmo do Planejamento. Ou presidente do Banco Central.
O governador Marconi Perillo participou da inauguração da Unidade de Pronto Atendimento de Catalão, na semana passada. A UPA é uma das maiores do país. A obra, tida como consagradora, assustou a oposição, que, ao falar mal dela, pode acabar dando um tiro no próprio pé. A inauguração da UPA de Catalão contou com show da dupla sertaneja Israel e Rodolfo.

[caption id="attachment_68292" align="alignright" width="620"] Arquivo[/caption]
Geneilton de Assis, pré-candidato a prefeito de Jataí, visitou a redação do Jornal Opção na semana passada. Não se trata de um poste. É um jovem articulado e que formula suas ideias com precisão e clareza. Pode surpreender o favorito, Victor Priori, do DEM.
Inteligente e perspicaz, Geneilton de Assis sabe, porém, que não é o prefeito Humberto Machado. Ele tem de convencer o eleitorado de que não será teleguiado, de que terá autonomia.
Um prefeito bem avaliado como Humberto Machado, que é competente e sério, transfere votos? Sim. Mas o candidato tem de fazer a sua parte, tem de provar que será um passo adiante, e não o repeteco da gestão anterior.

[caption id="attachment_68290" align="alignright" width="620"] Maguito Vilela e Victor Priori[/caption]
O prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB), apesar dos desmentidos de alguns aliados, banca mesmo a candidatura de Victor Priori (DEM) para prefeito de Jataí. Motivo: pode ser candidato a governador em 2018, operando uma grande aliança política — ele gostaria de incluir até o PSDB —, e planeja contar com o apoio da estrutura política e, sobretudo, financeira do democrata.
Há quem aposte que, se o PMDB bancar a candidatura do deputado federal Daniel Vilela para governador, em 2018, o senador Ronaldo Caiado, por não considerá-lo experimentado e forte, também será candidato. Porém, se Maguito Vilela se apresentar como candidato, o democrata tende a sair da disputa. Vale lembrar que, em 1994, foi derrotado pelo peemedebista.

[caption id="attachment_41896" align="alignright" width="620"] Foto: reprodução / Roda Viva[/caption]
O senador Ronaldo Caiado não parece mais tão entusiasmado com o governo do presidente Michel Temer. O democrata, mais focado na Comissão do Impeachment, também não estaria agradando o governo.
Os temeristas sugerem que Ronaldo Caiado não sabe ser governo, sobretudo não saber defender o governo. Parece que é um “eterno oposicionista”. “Parece mais líder de um UNE da direita do que um líder maduro, compromissado com um projeto de poder”, afirma um peemedebista.
Publicamente, temeristas elogiam Ronaldo Caiado. Nos bastidores, começam a criticá-lo. Mas todos admitem que se trata de um político qualitativo.
[caption id="attachment_57748" align="alignright" width="620"] Foto: Gabinete de Imprensa[/caption]
No segundo turno na disputa pela Prefeitura de Goiânia, se Iris Rezende tiver passado para a etapa seguinte, contra qualquer outro candidato, vai enfrentar um frentão político. Pode terçar forças contra o peemedebista os seguintes partidos: o PSDB do governador Marconi Perillo, o PR de Waldir Soares, o PTB de Luiz Bittencourt, o PT de Paulo Garcia e Adriana Accorsi, o PP de Sandes Júnior e Wilder Morais, o PHS de Eduardo Machado, o PSD de Francisco Júnior e Vilmar Rocha, o PSB de Vanderlan Cardoso e Lúcia Vânia, o PPS de Marcos Abrão.
Até o PT vai virar-lhe as costas, sobretudo porque Iris Rezende articula, de seu escritório, petardos nada inocentes contra a gestão de Paulo Garcia, que agora chama de “filhote de Marconi Perillo”.
O governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, foi o articulador do encontro do ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), com o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, do PT. O petista elogiou o tucano-chefe, que apresenta como “republicano”. Iris Rezende, do PMDB, não faria o mesmo.