Por Demóstenes Torres

Encontramos 17 resultados
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OPINIÃO
A ressignificação e a importância de ficar odara

Narrativa de golpe não cabe em um embrulho de padaria; é preciso anistiar os brasileiros que merecem voltar para casa

OPINIÃO
PCC e CV lucram mais com falsificações que com drogas

Estado omisso, penas leves e mercado bilionário consolidam o comércio ilegal de bebidas, cigarros e combustíveis como principal fonte de renda do crime organizado

SP vai despoluir 1.100 km do Tietê com 5,6 bi. COP deve custar o triplo sem limpar 1 metro de córrego

Governos ricos, como os da França, da Alemanha, do Japão e da Inglaterra, pregam metas climáticas, mas passam por cima de suas próprias poluições

Já viajei mais de 100 vezes à Amazônia, tendo a floresta como destino ou parte da viagem. Aliás, a melhor parte de qualquer viagem.

De avião, são 7 milhões de km² de esmeraldas vivas para deliciar a vista. De carro, pelas estradas que os ambientalistas tanto odeiam e de que todos, inclusive eles, necessitam, é como abrir os verdes mares mansos de minha terra.

De barco, no Amazonas, Juruá, Negro, Madeira, Purus, Roosevelt, Tapajós, Xingu, que abastecem 15% das águas dos oceanos, a Starlink nos ligando ao mundo quando a meta é se desligar do mundo. O máximo de tecnologia que a gente quer ali são as pálpebras para dormir no leito do rio, indicar a vitória do sono sobre a apreciação dos peixes, das correntezas, do pôr do sol inefável a anteceder o luar igualmente duplo, o dos pássaros e o dos botos.

Alguns governos e ONGs estrangeiras e nacionais supõem que desprezamos essa bênção. Que azulejaremos a Amazônia só para que o visitante não a belisque. Que desejamos destruí-la. Ou seja, somos idiotas do ponto de vista econômico e ingratos com Deus. A cada ano, essa turma se reúne na Conferência das Partes, a COP, o lado visível de um órgão estranhíssimo cuja sigla em inglês é UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima).

Em novembro, de 10 a 21, haverá em Belém, no Pará, a 30ª edição. A 1ª foi em Berlim, em 1995, e a partir de então rodou o globo. Logo na 3ª, no Japão, elaborou-se o famoso Protocolo de Kyoto prometendo reduzir a emissão de gases de efeito estufa.

França, Japão, Alemanha e Itália, aos quais as demais nações se uniram para libertar e reconstruir durante e depois da Segunda Guerra Mundial (139-1945), são entusiastas desses conclaves, arrumando para os outros tarefas que eles mesmos não cumprem.

Os Estados Unidos, que salvaram (junto com a Inglaterra de Winston Churchill) tais Estados do nazismo e do comunismo, são considerados vilões porque abominam lacração como o Protocolo de Kyoto. Frise-se: não foi um presidente republicano, tipo Donald Trump, xingado pelas ONGs, que dificilmente virá à COP30. Pular fora coube ao democrata Bill Clinton, que, com sua mulher, Hillary Clinton, forma o casal queridinho dos copistas.

Como os norte-americanos protegem sua indústria, os modinhas viraram os berros na direção do Brasil, especialmente para o — vejam só! — pum das vacas. Empesteiam o ar com automóveis e aeronaves e a culpada pelos gases é a pecuária, quer dizer, as vacas. Bifes e laticínios consumidos por esses “degenerados” nascem nas gôndolas dos empórios. Nenhum vai andando ou pedalando de sua casa à COP, mas queimando combustíveis fósseis.

O blábláblá anual se equipara a cantiga de grilo, não agrada e não acaba. Houve três na Alemanha (que conserva 33% de florestas), três na Polônia (38%), um na Holanda (8%), um na Itália (35%), dois na Argentina (10%). Todos menores que o Brasil em área e ainda menos em mata preservada (60%). E onde autoridades e entidades internacionais vêm bater bumbo?

Rio Tietê: por que países ricos como a França, a Inglaterra, a Alemanha, a Bélgica e o Japão não se unem para ajudar a despolui-lo? |Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Confira 3 detalhes cruciais

1

Dados europeus enganosos — os percentuais europeus consideram até aos plantios de pinheiros, em substituição à vegetação nativa, malandragem estatística comparável a inflar os índices de nossos biomas com eucaliptos no Cerrado;

2

Maiores poluidores — este jornal mostrou, com dados do Global Carbon Project, os maiores poluidores desde a Revolução Industrial, em 1850, e o Brasil fica atrás de Coreia do Sul, Irã e Austrália;

3

Onde tem poluição, não tem COP — no mesmo levantamento, os quatro maiores poluidores: EUA (emitem 23 vezes mais gás carbônico que o Brasil), China (14 vezes), Rússia (7 vezes) e Índia (3 vezes). Pode ser coincidência, porém, em nenhum deles houve COP.

Não compõe a pauta da 30ª conferência devolver às antigas colônias as riquezas tomadas pelos europeus, barulhentos por cotas e reparações no território de outrem, silenciosos embolsando os bens expropriados.

Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Holanda, Portugal e Inglaterra fingem que nada levaram dos demais continentes.

O Japão não move um músculo para entregar o que tirou da China. E são rapidíssimos para organizar farras na pátria alheia, regurgitando exigências.

O negócio é dar despesa para quem está com as finanças a sofrer refluxo de más notícias.

“Um aluguel milionário por menos de duas semanas? Em Belém, imóveis chegam a custar R$ 3 milhões no Airbnb durante a COP30”, publicou o jornal “Folha de S. Paulo”.

“Tenho cobrado com insistência para que nós possamos, em vez de ficarmos numa agenda de se justificar, apresentar as soluções que existem e que foram planejadas e construídas”, disse Helder Barbalho, governador do Pará, numa entrevista ao portal do “Poder360”.

Locação diária de R$ 200 mil? Óbvio, a conta vai ser quitada pelos cofres públicos.

O governo de São Paulo vai despoluir 1.100 km do Rio Tietê com R$ 5,6 bilhões. A COP30 deve custar o triplo sem limpar sequer 1 metro de córrego. R$ 7,2 bilhões em obras contrariando o propósito original, impermeabilização para fazer isso, aterro para erguer aquilo. Não é culpa do governador Barbalho, mas do modelo de eventos da turma do fumacê, que adora drenagem, mas de verbas oficiais.

Os estrangeiros são bem-vindos à maravilhosa Amazônia. Tragam suas indústrias. Venham a turismo. Promovam aqui os seus negócios. Invistam. Se quiserem ser úteis à floresta, enviem na moeda local o equivalente ao que gastam com furdúncios tipo a COP. Paguem pelas árvores que carregaram daqui ou derrubaram aí, pois para o planeta respirar conservamos de pé os verdes mares que verão quando se deslocarem a Belém. Será a melhor parte da viagem.

Ideia de José Eli da Veiga pra COP não se tornar um fiasco

(https://tinyurl.com/53455yjv)

Pesadelo com Fidel Castro e Hugo Chávez na Praça dos Três Poderes

O presidente reflete sobre o passado enquanto caminha por Brasília, rodeado por símbolos do poder e da política... é o outono do patriarca que escreve ao Poste mas não ao coronel

2 milhões de ONGs para tomar seu dinheiro

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Chega de intermediários, Ibama para presidente do Brasil

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OPINIÃO
Brasil deveria se envergonhar de esquecer os pracinhas

Abril de 80 anos atrás colocou o Brasil na história dos fortes, dos vencedores, dos que fazem a cobra fumar. No mês seguinte, a Alemanha capitularia, acabando na Europa a 2ª Guerra Mundial, que continuaria na Ásia até o Japão se render, em agosto. Fiquei próximo do embate, com delay de década e meia, dentro de casa, ainda na infância. Tinha um parente queridíssimo, Tio Laurindo, marido de uma familiar da minha mãe, com quem a meninada adorava conversar. Na verdade, entrevistar. A gente o enchia de perguntas e ele, pacientemente, respondia com detalhes sobre sua participação como pracinha da FEB, a Força Expedicionária Brasileira, para livrar a Itália do nazifascismo. Era minucioso, falava devagar e pedíamos para repetir, de tão saborosas as narrativas.

Depois de conquistarem em fevereiro o Monte Castelo e La Serra Cota, e em março Castelnuovo, logo mais, em 9 de abril de 1945, tio Laurindo e seus colegas despedaçaram as linhas alemãs defensoras do que ainda restava do eixo na terra do já derrubado Benito Mussolini. Era a operação Encore, que uma semana depois chegaria ao apogeu com nossos conterrâneos quebrando outras duas etapas da contenção nazista e libertando Montese, cidade vizinha de Bolonha e Modena.

A gratidão daquelas pessoas foi tamanha que todo abril realizam a “Festa ela liberazione”, quando são gravados os vídeos de tanto sucesso no YouTube com estudantes locais cantando em português o hino da FEB. Enchem o peito no refrão:

“Nossa vitória final
Que é mira do meu fuzil
A ração do meu bornal
A água do meu cantil
As asas do meu ideal
A glória do meu Brasil”.

Tio Laurindo nos ensinou a letra e o ritmo da Canção do Expedicionário. Os italianinhos modernos vencem a molecada do meu tempo no quesito entusiasmo, até porque eles aprendem na escola sobre o heroísmo que aqui nos chega em forma de pilhéria. Se não fosse o próprio Tio Laurindo, essa bela página do Brasil com seus feitos passaria em branco para as crianças do meu bairro.

No livro “História oral do Exército na Segunda Guerra Mundial”, o general-de-brigada Thorio Benedro de Souza Lima reclama por seu batalhão, que entre outras proezas libertou Montese, ter sido apelidado de “Laurindo”:

“Essa expressão ‘Laurindo’, que foi música de carnaval, tornou-se uma denominação pejorativa”.

Entre 1934 e 1945, 9 sambas dos maiores compositores citavam Laurindo. Qual Laurindo? Era fictício, o que a imaginação mandasse, como nessa sequência parecida com os desafios de cordel:

Noel Rosa e Hervê Cordovil, em Triste cuíca, gravada por Aracy de Almeida em 1934: “Parecia um boi mugindo/ Aquela triste cuíca/ Tocada pelo Laurindo/ O gostoso da Zizica”.

Geraldo Augusto e João Antônio Pessanha, em Sem cuíca não há samba, cantada por Isaura Garcia, 1942: “Todo mundo cantava sorrindo/ Quando ouvia a cuíca na mão do Laurindo mugindo”.

Herivelto Martins com o Trio de Ouro, Laurindo, 1942: “Laurindo sobe o morro gritando/ Não acabou a Praça Onze, não acabou.”

Em 1944, Ari Monteiro, Arnaldo Passos e Newton Teixeira responderam no feminino, Laurinda: “Depois que a Praça Onze se acabou/ Você nunca mais sambou”.

Outro de Herivelto, mas com Príncipe Pretinho, Quem vem descendo, cantada pelo Trio de Ouro, 1943: “A caravana do Laurindo/ O lamento a gente ouvindo, não pode calar/ Há no seu canto a tristeza/ De lendária beleza que o tempo guardou/ Tristeza que vive num bronze/ Que a sambar na Praça Onze Laurindo ganhou”.

Haroldo Lobo, Jorge de Castro e Wilson Batista saíram-se em 1943 com Lá vem Mangueira! cantada por Déo: “Com harmonia, lá vem Mangueira!/ Vem Laurindo na frente, da bateria/ Perguntei: Conceição, o que aconteceu?/ Laurindo foi pro front, esse ano não desceu”.

O poema seguinte revelou no título a patente, Cabo Laurindo, de Wilson Batista e Haroldo Lobo, com Jorge Veiga, em 1945, já no pós-guerra: “Laurindo voltou coberto de glória,/ Trazendo garboso no peito a Cruz da Vitória./ Oi! Salgueiro, Mangueira, Estácio, Matriz estão agindo/ Para homenagear o bravo cabo Laurindo!/ As duas divisas que ele ganhou, mereceu./ Conheço os princípios que Laurindo sempre defendeu./ Amigo da verdade, defensor da igualdade./ Dizem que lá no morro vai haver transformação. Camarada Laurindo, estamos à sua disposição!”

O carrossel de temas retratou a mágoa do general. Reuniu as várias estrofes dos diversos autores como se fossem apenas um poema e concluiu que recebeu o apelido zombando de uma manobra planejada por ele e corretamente executada por milhares de Laurindos iguais a meu tio ao descerem os Apeninos. Para ele, havia uma relação com a descida de algum morro no Rio de Janeiro. Seguiram-se outros belos sambas mencionando Laurindo, todos exaltando as vitórias de nossos bravos: o Brasil teve a única tropa da 2ª Guerra que venceu uma divisão inteira de nazistas, com mais de 20 mil prisioneiros.

Graças aos sambas e aos batalhões que libertaram cidades mais velhas que o Brasil, o número de bebês batizados de Laurindo passou de 1.644 em 1930 para 2.570 em 1940 e 2.809 em 1950. Ou seja, meu tio estava na moda. Pior aprontaram as autoridades, que simplesmente se esqueceram de nossos heróis. Nos tempos de colégio, passávamos o 1º semestre nos preparando para os desfiles de 7 de Setembro. Encerradas as férias de julho, tínhamos 5 semanas para treinar as coreografias e fazer as vestimentas.

Os meninos sonhavam chegar ao ginásio, atualmente 2ª fase do fundamental, para ter a chance de se mostrar. Os do 1º ao 3º ano iam de short; do 4º ano, de calça. E o melhor: quanto mais evoluído, mais perto dos pracinhas, que abriam o desfile. Meu grande orgulho era ver Tio Laurindo todo garboso com seu uniforme. Excelente músico, ele tocava todos os instrumentos, TODOS, com um detalhe: dos 25.834 pracinhas, 467 morreram em combate, 2.700 voltaram feridos ou mutilados, milhares sofreriam com problemas advindos da guerra. Tio Laurindo retornou são e salvo, mas tinha o hobby de pescar com bomba, uma explodiu em sua mão direita, restou o toco de braço, batia continência com uma tosca prótese de plástico. E a multidão o aplaudia, agradecida. Porém, até a comemoração da Independência rareou. Os heróis que resistem 8 décadas depois devem estar envergonhados do país pelo qual arriscaram suas vidas e o representarem tão bem.

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