O empresário Marcos Soares Moreira, conhecido como “Patriota Capixaba”, foi preso neste sábado, 23, no Espírito Santo (ES), após descumprir ordens judiciais e usar as redes sociais para atacar os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Rosa Weber. Ele é réu por participar dos atos golpistas do dia 8 de janeiro, em Brasília.

Em vídeo recente, Marcos disse que não temia nova prisão e desafiou os ministros a fazer isso. Foi atendido. A prisão aconteceu após decreto de Moraes, expedido na noite desta sexta-feira, 22. Ele já havia sido preso anteriormente, em janeiro deste ano. Segundo a Polícia Federal (PF), Marcos, que não estava em casa no momento da prisão, foi levado para o Centro de Detenção Provisória de Viana 2.

A defesa do empresário informou que tomou ciência da prisão de seu cliente, mas que ainda não conhece o teor da decisão do ministro Alexandre de Moraes e, por isso, não vai se manifestar. 

Golpe militar 

O empresário Marcos Moreira é morador de Serra (ES), na Grande Vitória, já fez trabalhos como modelo e é conhecido por atuar numa empresa de fabricação própria de cortinas. Nas redes sociais, Marcos defendeu, anteriormente, que houvesse uma tomada de poder e saiu em defesa da família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O empresário também divulgou, no passado, diversos vídeos em suas redes sociais sobre sua participação nos atos em Brasília, a começar por uma gravação dentro do ônibus saindo do 38º Batalhão de Infantaria do Exército, na Prainha, em Vila Velha, no dia 7 de janeiro, onde estava montado um acampamento golpista.

Justiça

Ao determinar a prisão do empresário, o ministro Alexandre de Moraes ressaltou que, mesmo ciente da proibição de usar as redes sociais e “demonstrando total desprezo pela Justiça, o denunciado publicou dois vídeos na rede social TikTok, nos quais ataca esta Corte e profere diversas ofensas à honra dos ministros que a integram”.

A revogação foi determinada em 3 de maio, mas Marcos publicou em suas redes sociais vídeo de sua soltura em 8 de maio. “Nesse contexto, a notícia de que o acusado descumpriu a medida cautelar a ele imposta por ocasião da concessão de liberdade provisória constitui motivo suficiente para a decretação da prisão, nos termos do art. 312, § 1º, c/c art. 282, § 4º, ambos do Código de Processo Penal”, concluiu o ministro do STF.

Perfil fechado

Apesar de afirmar no vídeo em que ataca os ministros do Supremo que não temia voltar para a prisão, Marcos fechou os comentários das postagens e o seu perfil no Instagram depois de viralizar na internet na última quarta-feira, 20.

Em seu perfil, ele se apresentava como pré-candidato a vereador da Serra, tendo publicado vídeos da sua presença na convenção realizada pelo PL em julho, em Vila Velha (ES). O empresário chegou a fazer duas postagens no perfil da sua empresa nesta sexta-feira, 22, mas, segundo a PF, foi localizado à tarde e preso.