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O livro explosivo do ex-ministro Mandetta sobre Bolsonaro e a Covid-19

Revela pressões de Flávio Bolsonaro pra demitir auxiliares e diz que o presidente não entendeu a extensão da pandemia do novo coronavírus

O presidente Epitácio Pessoa era racista e impediu negro de jogar na seleção brasileira

Friedenreich era um clássico incontestável, apelidado de “El Tigre”, mas o presidente da República resolveu barrá-lo

Diário Oficial da Bahia registrou uma nomeação e o adendo “amiga de dona Carmen”

Mauro Miranda relatou a história no Senado e o baiano Antônio Carlos Magalhães confirmou sua veracidade

O antropólogo Lévi-Strauss achou triste a Goiânia que nascia

“Pois nada podia ser tão bárbaro, tão desumano, quanto essa implantação no deserto. Essa construção sem graça era o contrário de Goiás”

10 casos de impunidade no Brasil que fazem chorar

A roubalheira foi tão grande que não há polícia, Ministério Público e Justiça que consigam perseguir e prender tantos ladrões. Ou falta vontade?

Policarpo Quaresma foge de romance e tenta impor a palavra piroca como patrimônio imaterial do Amazonas

O deputado Wanderley Dallas “apresentou um projeto que propõe transformar palavras como ‘piroca’, ‘cabaço’, ‘baitola’, ‘pinguelo’ e ‘xibiu’ em patrimônio imaterial do Estado”

Segundo mandato de Dilma pode ficar marcado pelo bolivarismo e pelo controle da imprensa

[caption id="attachment_19581" align="alignleft" width="620"]Dilma Rousseff e Hugo Chávez: será que a presidente quer ficar na história como a herdeira brasileira do político venezuelano? / Fotos: Roberto Stuckert Filho/PR / Reuters Dilma Rousseff e Hugo Chávez: será que a presidente quer ficar na história como a herdeira brasileira do político venezuelano? / Fotos: Roberto Stuckert Filho/PR / Reuters[/caption] Certezas e incertezas das eleições: A primeira, maior e indiscutível certeza é a da vitória da presidente Dilma Rousseff (PT). Nas democracias não há discussão que se sobreponha à matemática dos votos, nem há terceiro turno. Ponto. Gostemos ou não (eu, particularmente, não gosto) teremos mais quatro anos com a mesma governante (ou governanta, como ela preferiria). Desista quem fala em impeachment, e daqui a pouco digo por quê. Outra certeza é a de que o processo eleitoral, em alguns pontos, não foi positivo para o País. Nisso também há pouco que discutir, mesmo porque alguns dos malefícios desse processo não foram uma novidade. Fazem parte de um processo maior, mais antigo e voluntário de clivagem social, que acirrou divergências indevidas. Ricos (as elites) contra pobres, negros contra brancos, homossexuais contra heterossexuais, esquerda radical contra Forças Armadas, “progressistas” contra conservadores, muitas vezes caracterizados como “direita raivosa”, nordestinos contra sulistas, os ditos “sem terra” contra fazendeiros, políticos e militância partidária contra a imprensa livre e até contra jornalistas pessoalmente. É certo que esse processo não traz vantagem alguma para o País, embora traga inegáveis lucros eleitorais para o PT, e produza alguns dividendos ideológicos. Alguém no governo deve ter percebido o exagero, tanto que no discurso de vitória, Dilma Rousseff falou em “união” e “diálogo”, palavras de que ela não gosta. Então, não é certeza se falou para valer. Surgiram na campanha malefícios novos, com a extrapolação da marquetagem divulgando inverdades (o candidato de oposição vai baixar o salário mínimo e retirar os benefícios sociais...) e com o uso da máquina pública. Com certeza influíram na votação. Abrindo um parêntese, muito dificilmente um candidato majoritário à reeleição perde, e não é só no Brasil. O peso do cargo, a exposição que ele proporciona e as facilidades que oferece dão ao candidato chapa-branca uma dianteira que só mesmo uma grossa incompetência própria poderia anular. Se há o uso ilegal da máquina pública, então, é quase um milagre a anulação dessa dianteira. No caso presente, chegou a desenhar-se a anulação, mas não se efetivou. É certo que reeleição desequilibra uma disputa. Mas quem perde não se pode queixar, pois é do processo, e perder também significa, quase que certamente, falta de competência. Otto von Bismarck (1815-1898), político alemão, identificava as campanhas políticas com as batalhas, e dizia que deviam ser enfrentadas com ferro e sangue, e não com festas e canções. Carl von Clausewitz (1780-1831), guerreiro, dizia que a guerra era uma extensão da política e que na guerra cada um dos contendores impunha ao outro suas próprias leis. Certamente, Dilma Rousseff (ou melhor, João Santana) impôs sua lei a Aécio Neves (PSDB), mas ele não soube impor a sua a Dilma Rousseff, ou não a tinha. Outra certeza é de que virão tremores de terra na área política. As delações premiadas vão acabar pondo a descoberto e provando o que todos sabíamos: há um concubinato degenerado entre grandes empreiteiras e empresas estatais (e outros órgãos do governo) para a amamentar uma prole, sempre chorando de fome, de membros do Executivo e do Legislativo. Com dinheiro público roubado, é mais que certo. Esses tremores devem engolir alguns mandatos legislativos e manchar alguns emproados executivos. Mas não provocarão um impeachment presidencial, ao contrário do que se afirma por aí. O Supremo Tribunal Federal não é o mesmo dos tempos de Fernando Collor, e Joaquim Barbosa se aposentou. Além disso, vêm aí mais nomeações petistas para a Corte, e o critério moderno, isto é, de Fernando Henrique para cá, não é propriamente o de competência e independência. Seria mais o da segurança. Outra certeza: reforça-se, com a eleição de Dilma Rousseff, uma entidade que não existe em nenhum convênio escrito (talvez menção em alguma ata oculta do Foro de São Paulo), mas que é assustadoramente real: a Federação das Repúblicas Bolivarianas (FRB). Só numa federação de repúblicas com sólidas ligações econômico-político-ideológicas se ignoram fronteiras no aplicar capitais, ou desfechar ações políticas: a Venezuela de Hugo Chávez enviou dinheiro para eleger Cristina Kirchner na Argentina, e deu petróleo de graça para Cuba. O Brasil abrigou Manuel Zelaya em sua embaixada em Honduras para que tentasse uma guerra civil, e ainda mandou capital para obras em Cuba, na Bolívia e no Equador, embora a poupança interna seja baixa por aqui. Não há protesto quando um dos governos da “federação” incentiva o cultivo de drogas, como faz a Bolívia, que vão desgraçar os membros vizinhos. As nações federadas se fecham em inexpressivo e complicado comércio entre si, quando poderiam abri-lo para o primeiro mundo, como faz a Aliança do Pacífico. Certamente, só com a derrota de Dilma Rousseff poder-se-ia arrancar o Brasil dessa federação, onde cada dia mais se encaixa. Hoje mesmo, no calor da vitória, a presidente prega um plebiscito para a reforma política e volta a falar em controle da mídia, o que embute os maiores desejos de nos fazer totalmente bolivarianos. Não alinho entre as certezas a de que haverá grande piora econômica. A demissão com aviso prévio do titular do Ministério da Fazenda dá a entender que a governanta, em que pese sua teimosia, percebeu que terá que adotar algumas mudanças. Entre elas a de nomear alguém competente e que inspire confiança em quem produz. Se eu estiver enganado, pois essa não é uma certeza, que Deus nos proteja. Responsabilidade fiscal, meta de inflação e câmbio flutuante precisam voltar à ordem do dia. Se por um lado Dilma Rousseff percebeu que algo deve mudar, é certo que a mudança será limitada. Já numa de suas primeiras entrevistas, concedida à Rede Record após a eleição, demonstrou que não mudou, e a urbanidade ainda nela não penetrou. Tratou rispidamente a eficiente repórter Adriana Araújo e fez um discurso tardia e inutilmente eleitoreiro. Na sua linguagem confusa, tentou culpar a imprensa por sua derrota em São Paulo. Outra certeza: é com educação, renda e informação que se fazem eleitores capazes de escolher governantes melhores e de avaliar as vantagens da alternância dos governos. Eleitores que saibam o que acontece e almejem, por discernimento próprio, que algo melhor venha a acontecer. Eleitores que possam eleger quem dê ao País o que sua potencialidade pede. Eleitores que valorizem as verdadeiras conquistas sociais e econômicas, e não se deixem enganar pelo populismo. Basta ver o mapa de votações para confirmar essa certeza.

Hugo Chávez ensinou a usar de forma viciosa as empresas estatais

Uma das lições que Hugo Chávez deixou para os “companheiros” sul-americanos foi a de como usar viciosamente as empresas estatais. Como a Venezuela vive exclusivamente do petróleo — essa sua única, e muito mal administrada riqueza —, e quem cuida dele é uma empresa estatal, ela se prestou, e se presta ainda, a desvios e roubos. No caso venezuelano, porque o dinheiro está quase todo ali, e como, mesmo nas semiditaduras, é mais fácil roubar uma empresa do que a administração centralizada, foi a PDVSA (Petróleos de Venezuela Sociedad Anonima), a Petrobrás lá dele, que Chávez usou nos seus desmandos. No rumoroso caso da apreensão de quase 1 milhão de dólares enviados por Chávez para a eleição de Cristina Kirchner, em agosto de 2007, o avião usado era fretado pela petroleira argentina Enarsa, e os portadores da pecúnia, funcionários da PSDVA. Como se lembram os leitores, um zeloso funcionário da alfândega argentina descobriu e apreendeu o dinheiro, o que resultou em escândalo. A despeito disso, Cristina foi eleita, certamente com outras ajudas de Hugo Chávez. Foi da PDVSA, também, o avião que buscou clandestinamente no Brasil os pugilistas cubanos fugitivos, que Tarso Genro entregou a Fidel Castro, em 2007. Em julho de 2008, a imprensa internacional denunciou o uso de um avião da PDVSA para transportar guerrilheiros das Farc para a Nicarágua, onde tiveram encontro com Daniel Ortega. A PDVSA empresta três aviões para Raul Castro, entre eles um Falcon 900, prefixo YV2053, um dos jatos executivos mais luxuosos do mundo. No ano de 2013, “desapareceram” na contabilidade da empresa cerca de 3 bilhões de dólares, segundo a auditora KPMG. l