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Aposta-se que, com o novo editor, a publicação do Grupo Abril permanecerá crítica, porém mais equilibrada
Antes apontada como estrela de “O Popular”, a repórter estaria escanteada na redação e estaria prestes a "voar"
Comenta-se que, na redação de “O Popular”, os únicos que não estão descontentes são os três “interventores”. A redação, que funcionava no piloto automático, agora começa a cumprir regras bem definidas, de acordo com os interesses do Grupo Jaime Câmara. Entre os principais insatisfeitos estaria a repórter Fabiana Pulcineli, antes apontada como a principal estrela da redação.
O GJC certamente não será pego de surpresa se Fabiana Pulcineli anunciar que vai trabalhar na assessoria do senador Ronaldo Caiado (DEM) ou na pré-campanha de Iris Rezende para prefeito de Goiânia.
Fabiana Pulcineli, repórter competente e séria, também foi convidada para dirigir a comunicação de um candidato a presidente da OAB de Goiás.
A jornalista não bateu o martelo, pois “adora” o jornalismo diário. Mas o quadro de crise — e até de terror — na redação do “Pop” não a agrada. Dorme-se “prestigiado” e acorda-se “demitido”.

[caption id="attachment_35738" align="aligncenter" width="620"] Enil e Buonaduce podem se unir contra Lúcio Flávio | Fotos: Fernando Leite / Jornal Opção[/caption]
Felicíssimo Sena e Miguel Cançado devem bancar a candidatura de Flávio Buonaduce Borges para presidente da OAB-Goiás, na eleição de novembro deste ano, daqui a cinco meses e alguns dias. Está praticamente afunilado. O que se deve trabalhar, a partir de agora, é o apoio de Enil Henrique — que começa a receber o aplauso da categoria, por sua capacidade administrativa e trato diplomático com os advogados, e não apenas os aliados — para a candidatura de Buonaduce.
A tese da tendência OAB Forte é lógica: se eleito, Lúcio Flávio de Paiva vai articular, possivelmente, uma profunda auditoria com o objetivo de “atingir” tanto Henrique Tibúrcio quanto Enil. O corolário da tese é: o adversário comum de Enil e Buonaduce, portanto, é Lúcio Flávio. Mas a candidatura de Enil não está descartada.

[caption id="attachment_17896" align="alignleft" width="620"] Misael Oliveira: Marconi merece continuar modernizando Goiás | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
A parte política do grupo de Vanderlan Cardoso, do PSB, optou por apoiar a reeleição do governador Marconi Perillo. Entenda-se por “parte política” aqueles que têm votos e, portanto, experiência eleitoral. São os casos do prefeito de Senador Canedo, Misael Oliveira (PDT), e do presidente do PSC, Joaquim Liminha.
Misael Oliveira, que faz uma gestão aprovada em Senador Canedo, e Joaquim Liminha, ex-presidente da Câmara Municipal de Anápolis, são os principais aliados políticos de Vanderlan Cardoso. E os dois dizem que o tucano-chefe é o nome apropriado para ampliar a modernização da economia de Goiás.
O candidato do PMDB, Iris Rezende, ficou com o apoio tão-somente de Jorcelino Braga, que, embora presidindo o PRP, é mais marqueteiro do que político. Braga nunca disputou eleição e, pressionado por Vanderlan no pleito deste ano, caiu fora, alegando que não era político.
Com Vanderlan apoiando Marconi indiretamente, por meio de seus aliados mais próximos, a situação de Iris Rezende piora na Grande Goiânia. Em Senador Canedo, acredita-se que, com o apoio de Misael Oliveira, Alsueres Mariano (PSB) e Joaquim Liminha, o tucano-chefe deve receber cerca de 80% dos votos. É a estimativa dos vanderlanistas.
A irmã de Vanderlan, Ivanilda Cardoso, também aderiu à campanha de Marconi.

Se o governador Marconi Perillo for reeleito, o presidente da OAB, Henrique Tibúrcio (PSDB), será convocado para uma secretaria, a da Segurança Pública, a da Casa Civil ou a da Justiça. Tibúrcio deve renunciar ao mandato em janeiro e a OAB fará eleição indireta, via conselho, neste mês ou em fevereiro. Diogo Crosara, Murilo Lobo e Sebastião Macalé são cotados para substitui-lo.
Tibúrcio é uma das principais apostas de Marconi para a renovação de sua equipe técnica e política. Além disso, o que agrada o tucano-chefe, é ficha limpíssima.
[caption id="attachment_4393" align="alignright" width="150"] Fabiana Pulcineli: repórter do primeiro time de O Popular[/caption]
Fabiana Pulcineli, principal repórter de política do “Pop”, está numa encruzilhada. Pode permanecer no jornal, no qual é respeitada, apesar do salário considerado “baixo” (7 mil reais), fazer campanha política (pelo menos dois pré-candidatos gostariam de tê-la na batalha eleitoral) ou ir para o “Correio Braziliense”.
O fato é que Fabiana Pulcineli não faz leilão nem está se oferecendo no mercado. A repórter, competente e séria, é que tem sido procurada. Se depender da editora-chefe, Cileide Alves, que aprecia seu trabalho firme e preciso, fica no “Pop”.
Há pelo menos duas formas de se valorizar um profissional de qualidade, como é o caso.
Primeiro, pagando-o melhor. R$ 10 mil reais, por exemplo, não provocariam nenhum grande desfalque nas contas do “Pop”, que tem perdido excelentes repórteres, para o “Correio Braziliense” (Rodrigo Craveiro e Almiro Marcos) e para “O Globo” (Vinicius Sassine), porque adota a política, nada moderna, de nivelar os salários por baixo. Os únicos repórteres que ganham um pouco mais são os que trabalham em tempo integral (“full time”).
Segundo, valorizando-o internamente. Embora seja convocada para escrever artigos, por sinal os melhores do “Pop” — jornal que terceiriza sua opinião para Elio Gaspari, Dora Kramer e Miriam Leitão, para citar apenas três —, Fabiana Pulcineli não é chamada para editar a coluna “Giro” e para fazer parte da equipe de editores.
Na contramão do que ocorre noutros jornais e revistas, o “Pop” criou a tradição de editores que não escrevem — se tornem chefes e, com o tempo, se tornam absolutamente descartáveis —, mas avalio que com uma personalidade forte, decidida e crítica como Fabiana Pulcineli isto não aconteceria. Mas está acontecendo com duas jornalistas notáveis, Cileide Alves e Silvana Bittencourt. As duas, que escrevem muito bem e pensam pela própria cabeça, além de serem íntegras, praticamente desapareceram. Silvana Bittencourt eventualmente comparece nas páginas do jornal, com artigos bem formulados, mas é só. Ninguém, na redação do jornal, dá conta de escrever um artigo por dia?
O “Pop” precisa criar uma estrutura na qual seus editores não se tornem burocratas improdutivos. Afinal, pagar bem para os melhores cérebros ficarem apenas dando “palpites” não é um negócio rentável e inteligente. Pôr editores para escrever é muito mais pragmático e enriquecedor do que contratar repórteres que não têm o chamado texto final. O barato, ao menos em jornalismo, costuma sair caro. Uma Fabiana Pulcinelli, agressiva e produtiva, vale, quem sabe, por três repórteres lentos e desinteressados.