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O nome do festival é inspirado na onomatopeia da música "A Rã", de João Donato. A canção evoca os sons emitidos por sapos e convida o público a desapegar

A famosa começou na carreira artísitca em 1960 e é filha de Dorival Caymmi com a também cantora Stella Maris

Em 1958, já consagrada, Elizeth Cardoso topou inaugurar um movimento surgido em Ipanema chamado Bossa Nova. Ela gravou o disco "Canção do amor demais"

Artistas de diferentes gerações e estilos musicais vão reinterpretar os sucessos do rei da soul music brasileira

Referência nordestina, o maior dos sanfoneiros compôs clássicos como “Eu só quero um xodó”, sua canção mais regravada e mais tocada

Cantora e compositora, ela tinha 79 anos, morava no Rio e teve canções gravadas por nomes como Maria Bethânia, Elis Regina, Simone, Beth Carvalho e Fagner

Fui a dois shows da cantora em Goiânia. Num deles, teve entrevista para “O Globo” no dia seguinte

Cantor e compositor tinha 71 anos e lutava contra um câncer

Também sobem ao palco Tom Chris, Maria Eugênia, Luiz Augusto, Amauri Garcia e Pádua

Maria Betânia é uma grande cantora; talvez menos inventiva do que Gal Costa e, antes, Elis Regina. Mas poucas vozes cativam, comovem e apaixonam tanto. Certo dia, passei na porta da discoteca Paulistinha, a do Flamboyant (extinta), e ouvi que tocava uma música de Bethânia. Passei e logo voltei. Seria um sacrilégio não ouvir a música inteira. Aquela voz que arranca a alma dos calabouços não pode ser perdida assim não. Noel Rosa na voz de Bethânia (https://www.youtube.com/watch?v=zD-7VgISbJo) contém tanta mestria que começo a chamá-lo de Noelão Rosão. O samba de Noel Rosa não é pesado e, por isso, exige que a voz da cantora capte sua leveza. Sua música e a voz de Bethânia casam-se à perfeição.
Diferente do hermano Caetano Veloso — o Machado de Assis da música (Chico Buarque é o Guimarães Rosa) —, Bethânia é discreta. Porém, muitas vezes assume posições mais consistentes. Na quarta-feira, 10, entrevistada por Luiza Franco, da “Folha de S. Paulo” (“Cada um escreve o que quer; eu sei o que sou”), Bethânia, ao ser informada que um professor universitário está escrevendo sua biografia, disse: “Não autorizei ninguém a escrever. [pausa] Mas quem quiser escrever, pode escrever o que quiser”.
A repórter insiste: “Se fosse sem seu aval, você se incomodaria?” Bethânia responde: “Eu não. Não tenho nada com isso. Cada um escreve o que quer. Eu sei o que sou”.
Sobre o boicote (talvez não só evangélico) à novela “Babilônia” — que apresenta duas lésbicas, interpretadas por Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg (o preconceito deve ser duplo: ao fato de serem lésbicas e velhas; muitos, talvez a maioria, querem que os idosos sejam amebas, e não seres sexuados, vivos) —, para a qual interpreta uma música, Bethânia diz: “O Brasil oscila. Dá sinais de uma modernidade, de uma natureza que é real, nossa. É o Brasil de dentro. As pessoas são lindas, encantadoras. E de repente recua quilômetros e dá uma topada feia. Sai do paraíso para o inferno em tudo: política, religião, amor, preconceito. Temos essa coisa muito extremada, muito perdida ainda. Acho que é um pouco infantil. Somos curumins”.
Bethânia tem lido Clarice Lispector nos seus espetáculos e, por isso, a repórter quer saber o que a atrai na obra da escritora. “Clarice veio forte aos 50 anos. Fiquei surpresa, achei que ia ser mais misturado de autor. Mas quando vi, era ela. Fico muito impressionada com a particularidade, a esquisitice, a franqueza. Esquisitice no melhor sentido. Ela e Fernando Pessoa são autores que se expõem”. A cantora nem deveria ter dito “esquisitice no melhor sentido”. Porque, em Clarice Lispector, a esquisitice incomoda, espanta e atrai. É esquisitice em vários sentidos...
Aos 68 anos, Bethânia guarda um ar juvenil, vivíssimo, com aqueles olhos que riem junto com a boca.

Disco “Brasil In Trio Interpreta Alessandro Branco” foi lançado em Goiânia há dois meses, com dez composições inéditas e arranjos autorais. Confira algumas ao final da matéria