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Crônica
Eu não vou ser mais criança!

Cada dia é um dia e há muitos dias não rolava choro por aqui. Depois de 8 meses como irmã mais velha, a situação anda mais controlada aqui em casa, Cecília tá menos ciumenta, eu menos culpada, as noites melhoraram (um pouco) e a vida começa a tomar quase um ar de normalidade. Um novo normal, menos caótico que o pós parto e muito mais caótico que da gravidez. Mas outro dia, assim, do nada, Cecília queria colo, justo quando Matheus queria mamar. Um chorou de um lado, a outra do outro e a gente se virou como pode. Depois de fazer ele dormir, fui consolar ela e entender o que tinha acontecido.

Era ciúme. Era a Cecília descobrindo que crescer dói e tem horas que é dor que rasga. Nesse dia, ela queria ser filha única. Disse que sentia saudades de quando era só a gente, de quando a gente saia de carro e despretensiosamente parava numa praça pra ela brincar. Do skincare e da massagem, do banho calmo, e foi listando uma infinidade de coisas das quais eu também tô sentindo muita falta. Nunca mais seremos só nós duas, mas voltaremos, claro, a fazer coisas de mãe e filha.

Sentindo saudades e com choro entalado na garganta, eu disse pra ela que logo Matheus cresce um pouco, fica menos dependente e que a gente vai poder voltar a fazer algumas coisas com mais tempo. É claro que a gente se ajeita por aqui, tenta assistir um filme, comer alguma coisa juntas, mas ainda é difícil ter um tempo maior só nosso. E sim, isso passa. Assim como passou com ela, vai passar com ele. Mas aí ela soltou uma frase que me pegou: “Mãe, logo eu não vou ser mais criança!”.

Pronto, pegou no ponto fraco que eu estava tentando ignorar há dias. Me pegou de um jeito que doeu demais. Mas acontece que a adulta sou eu, então precisei ser racional. Caracas. Pensar que os filhos crescem é um tanto assustador. Nunca mais eles serão bebês. de repente mudam as etapas, mudam as palavras. Nunca mais Cecília vai dizer MACARUJÁ OU LIFIDIFICADOR. Daqui a pouco Matheus vai começar a falar e nunca mais vai soltar esses sons tentando formar uma palavra. Mudam as brincadeiras, as demandas. A gente pensa que a fase atual é complexa e tem gente que reza pra passar. Eu só peço pro tempo ir com calma.

Todo dia quando eles dormem eu penso: queria ter aproveitado mais eles hoje. Eu sussuro baixinho no ouvido deles: que o tempo passe devagar e que eu saiba aproveitar cada minuto de vocês. O trabalho corre apressado, a rotina por vezes enlouquece e eu não consigo imaginar uma Cecília que não será mais criança. Ontem ela me perguntou com que idade eu menstruei. Meu Deus. Quem foi que apertou o botão do tempo e fez ele correr? Outro dia Cecília sofria em um desmame e acreditava na fada do dente.

Só sei de uma coisa: maternidade é a forma mais cruel de perceber o tempo do relógio.

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Crônica
A maternidade é solitária

A maternidade é solitária. Eu falei essa frase pra mim em voz alta outro dia enquanto amamentava o Matheus no quarto escuro ao som de uma música de ninar. Não importa quantas amigas mães você tenha. Não importa se a sua rede de apoio é maravilhosa e se seu marido, pai da criança esteja presente e faça o papel dele de forma exemplar. Ainda assim, a maternidade é solitária. Pode ser mais fácil, pode ser mais leve, mas lá no fundo da gente, é solitário. E eu não tô dizendo que é triste, nem que o cansaço é maior que o amor. Não. A minha maternidade é o meu maior sonho da vida e eu sou muito feliz, mas a maternidade é solitária.

Ah, Catherine, você super romantiza a maternidade. Sim. Eu amo ser mãe. Eu não gosto de lavar louça. Eu odeio tirar a roupa do varal. Mas se eu pudesse, eu brincava com criança o dia inteiro. Eu não lembrava mais como era ser mãe de um bebê. A Catherine de 25 anos é diferente da de 34. Agora são dois filhos e não mais um só. Demandas diferentes, necessidades diferentes, empregos que me exigem mais, mais contas, mais boletos. Meu marido é muito mais presente, mas a nossa casa agora tem três banheiros para lavar. Mudou tudo.

Há umas semanas, eu exausta, muito exausta, me vi tendo uma crise de ansiedade, respirando devagar, tentando me controlar e o choro entalado na garganta. A introdução alimentar é, pra mim, mais difícil que a amamentação. E agora eu tô tentando criar uma criança sem telas porque reeducar a mais velha pra ficar menos tempo no celular e na TV não tem sido fácil. Uma sensação de esgotamento, incapacidade e lentidão tomando conta de mim. No desabafo com uma amiga ela disse a frase que tá me movendo: “Amiga, pra alguns dias, só outro dia”.

Um guarda-roupas lotado de roupas que não me servem. Calças largas depois de perder 14 kg, blusas sem botão que não servem para amamentar, vestidos lindos que não permitem um peito à mostra. Falta grana pra comprar roupa nova, falta ânimo pra arrumar um cabelo ou passar uma maquiagem, falta vontade de sair de casa e sobra um imenso desejo de passar o dia num pijama. Minhas amigas estão correndo, trabalhando, indo a eventos, organizando festas e churrascos, e confraternizações e eu só quero ficar no meu quarto, amamentar uma criança com calma, deixar ele comer sem as pessoas pressionando para vê-lo abrir a boca e engolir colheradas de comida. Tem dia que são duas colheres, gente, E tá na média.

Cecília de férias. Num dia eu vou na piscina com ela e no outro eu fico implorando pra ela brincar, pra ela sair do celular, pra ela olhar o Matheus enquanto eu faço cocô, enquanto eu lavo a louça, dobro a roupa, preparo o jantar, termino um texto. Eu sou sortuda. Tem muita gente querendo ajudar, mas lá dentro é como se a mente funcionasse na velocidade normal e o seu corpo não conseguisse acompanhar. Na minha solitude, eu tento só aproveitar cada minuto porque eu sou geminiana, eu tenho uma sede imensa de viver as coisas, eu gosto de ter o controle. Ser mãe muda tudo. Absolutamente tudo.

A boa notícia é que eles não serão bebês para sempre. Vão demandar diferente, serão nossos amigos, vão dividir a conta do restaurante com a gente um dia. A má notícia é que eles crescem e com a experiência da primeira, eu sei que vou sentir falta desses olhinhos que me olham como se eu fosse o mundo inteiro, a pessoa mais importante do universo. É cansativo, é solitário, mas é incrível.

Crônica
Um filho te obriga a ir mais devagar

29 de novembro, primeiro dia de férias da escola. Acabouuuuu, grita o Galvão. A mãe tá feliz porque não precisa mais ficar dirigindo e fazendo lanche, e acordando às 5h. Aháaaa, quem disse? Pois a bonita da rotina com um bebê em casa ela dá um tapa na cara da gente. O menino Matheus, no auge dos 6 meses, acordou às 5h como de costume. Naquela hora que a casa inteira levanta e ele brinca com a irmã, vai no colo do pai, espera a casa acalmar de novo. Eu não estava sequer conseguindo manter meus olhos abertos, mas ele estava lá, sorrindo, pulando em cima da gente na cama do papai e da mamãe.

Na primeira reunião do dia, às 9h, eu já tinha trabalhado como uma adulta, arrumado a comida da gata (a pet mesmo, que também mia às 5h pra pedir a comida dela), feito o lanche da Cecília, meu café, coloquei roupa na máquina e tirei o lixo, um monte de fralda de cocô que não deu tempo de tirar ontem. E para conseguir me reunir, Cecília cuidou do Matheus e foi quando eu terminei a reunião que tirei essa foto pensando: Deus, como eu sou sortuda. Porque ser mãe é gritar no meio da tarde e sentir culpa quando eles dormem. É gratidão atrás de eita.

Cecília tem 9 anos e eu já conseguia andar mais depressa. Limpar a casa mais depressa, comer, me arrumar, tomar um banho demorado. Aos 9 anos um filho não te impede mais de fazer coisas de rotina. Quando eu tinha muito trabalho eu pedia para ela esperar um pouco, pegar a comida na geladeira, tomar banho… Eu tinha me esquecido de como um bebê muda tudo. Meu Deus, acho que a gente esquece a introdução alimentar para não desistir de outro filho. É caótico.

Enquanto eu escrevia essa crônica, eu olhava pro macarrão que tá no chão. O que caiu hoje e o que caiu ontem e não deu tempo de limpar. Limpar a comida no chão ou dar banho na criança que tá chorando com sono? Limpar a comida do chão ou trabalhar? Tem que escolher suas lutas, amiga! Saí pra levar a Cecília no ballet, Matheus chorou na volta e me fez gastar nada menos de 3 horas pra chegar em casa, numa chuva imensa. 15h30 da tarde e eu parada numa rua do setor Aeroporto, debaixo de uma árvore cantando Dona Aranha e ninando um bebê no colo. É, um filho te faz pisar no freio. Não tem jeito. É desacelerar e aceitar.

Eu e Cecília gostamos demais de conversar na volta da escola. Outro dia, eu com pressa, não perguntei como ela tinha saído na prova. Ligação, mensagem no WhatsApp, celular tocando e ela me solta: “Nossaaaaaa, queria minha mãe de volta. Você nem me perguntou como eu fui na prova de Geografia….” Eu segurei o riso, pedi desculpas e claro, perguntei da prova. Tem dias que ela me chama pra ver o formato de uma nuvem e minha cabeça tava lá, preocupada com os boletos. Eu amo que duas criaturinhas me fazem pisar no freio porque eu acho tão triste a vida no automático.

A maternidade me ensinou que o hoje passa rápido e amanhã é outro dia, eles aprendem coisas novas, o rostinho mudou. O bebê que não sentava começa a ficar de pé. A menina que aceitava sua opinião quer escolher a própria roupa, não usa mais laço no cabelo e aprendeu a cozinhar. Se você não prestar atenção na prova da escola, ou no vídeo que ela quer que você assista, um dia ela não vai querer te contar mais nada porque você não dá importância.

Eu tenho uma regra clara: se eles pedirem colo, eu paro o que estiver fazendo. Será que vão querer meu colinho pra sempre? Eu me lembro como se fosse hoje de quando chorei no colo da minha mãe em posição fetal depois de não ser aprovada no vestibular. Não existe lugar mais seguro. Eu aprendi que às vezes teremos banhos bem rápidos e colos demorados, mas que todas as fases vão passar. Você se lembrará pouco dos perrengues e sentirá uma saudade imensa de ser colo. Pisa no freio, vai com calma. E esse recado também é pra mim!

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