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Parlamentar seria pré-candidato a deputado federal pelo Patriota nas eleições do próximo ano; prefeito teria pedido ao parlamentar para continuar à frente da presidência casa
Foto: Fernando Leite | Jornal Opção[/caption]
É quase certo que o presidente da Câmara de Goiânia, Romário Policarpo, deve disputar a reeleição a principal cadeira da mesa diretora da casa. O parlamentar pretendia concorrer a deputado federal pelo Patriota nas eleições do próximo ano.
Romário é um dos principais beneficiados com a antecipação da eleição da mesa diretoria, aprovada na semana passada pelos vereadores goianienses.
A antecipação da disputa pela mesa diretora voltou à pauta no momento que a casa está focada na aprovação de outro projeto polêmico: o novo Código Tributário Municipal.
No primeiro semestre, o grupo de Policarpo tentou avançar com a proposta, mas foi esbarrada por um grupo de vereadores até então mais afinados com o Paço, que tinha resistências ao projeto e desconfianças com o presidente da Câmara.
Como o patriota é o próximo da linha sucessória do prefeito Rogério Cruz (Republicanos), existia o receio do prefeito ficar refém do presidente da Câmara ao garantir a ele mais dois anos à frente da presidência da Câmara.
No entanto, de lá para cá, as desconfianças se dissiparam com a aprovação de projetos importantes de interesse do Paço e a conduta leal de Romário na tramitação dessas matérias.
Hoje, Romário Policarpo conta com a confiança do Paço ao ponto de o prefeito pedir ao vereador para ficar até o final de seu mandato à frente da presidência da Câmara até o final do mandato de vereador.
Há receio que com a saída de Policarpo para um mandato de deputado federal o Paço fique nas mãos do vereador Clécio Alves, atual vice-presidente da Casa e que deve ser reconduzido à função com a eleição antecipada.
Além de conquistar a confiança do Paço, o presidente da Casa conseguiu compor com 13 dos 14 vereadores que foram decisivos para derrubar a proposta de eleição antecipada no primeiro semestre.
Para isso, Romário foi habilidoso em manter as funções da mesa e comissões com os vereadores que hoje as exercem e ampliar duas vagas na mesa, uma de 4° secretário e outra de corregedor, função que já existe, mas está fora da mesa.
Essa é a segunda sessão seguida que não atinge a quantidade de vereadores o suficiente no Plenário; apesar disso, parlamentares acreditam que conseguirão esgotar projetos em pauta antes do início do recesso
A proposta é da vereadora Aava Santiago (PSDB) e agora segue para turno definitivo de votação e, depois, dependerá de sanção ou veto do prefeito de Goiânia.
Parlamentar estadual criticou Luciula do Recanto e agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) em caso de suposto maus-tratos a animais em Goiânia
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Deputado estadual Amauri Ribeiro (Patriota)/ Foto: Comunicação Alego[/caption]
Integrantes da Câmara Municipal de Goiânia devem convidar, ainda nesta quinta-feira, 26, o deputado estadual Amauri Ribeiro (Patriota) para prestar esclarecimentos à Casa. Isso porquê o deputado teceu duras críticas à atuação da vereadora Luciula do Recanto (PSD), bem como a participação de agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) em um caso de suposto maus-tratos a animais em Goiânia.
Na tribuna da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Amauri lembrou que a Guarda “não tem poder de polícia” e que a vereadora teria cometido “abuso de autoridade” ao arrombar uma residência sem autorização judicial.
Amauri tem cobrado a devolução de uma série de galos apreendidos no local, bem como filhotes de cachorros e outras aves. O deputado lembrou ser de sua autoria a lei aprovada na Alego que disciplina a criação, manejo e exposição de aves da raça Mura em Goiás.
A legislação, de acordo com ele, assegura aos detentores de animais dessa raça o direito de criá-los e estabelece meios de fiscalização para isso, visando evitar a submissão dos galos a tratamentos cruéis, como a prática de rinhas, por exemplo.
Amauri Ribeiro também disse que no “criatório”, onde houve a apreensão, não havia qualquer evidência de degradação aos animais. “Ali não havia maus-tratos”, arrematou.
Sobre o assunto, a vereadora alvo do que chamou de “ataques” destacou em entrevista ao Jornal Opção que o indivíduo preso já possui três passagens pela polícia e que já teria sido preso “na maior tinha do estado de Goiás”. Para ela, o deputado foi “inconsequente, infeliz e machista” em seu pronunciamento.
E justificou: “Sem tomar conhecimento o deputado já foi acusando a minha pessoa se uma forma muito grotesca sem ouvir os dois lados. Nós não invadimos casa, nós so entramos no segundo dia, depois que o cidadão já se encontrava preso, com autorização da polícia pois eu era a fiel depositário dos galos. Quando temos conhecimento de uma animal maltratado podemos entrar sim”. Em seguida, questionou: É como se deparar com uma mulher ou uma criança sendo espancada, você vai ficar assistindo do lado de fora?”.
Ela destacou, ainda, que o seu assessor - que aparece nas gravações arrombando a porta da residência - pertence à Guarda Civil Metropolitana e que, além dos agentes da GCM, também estavam no local membros da Agência Municipal de Meio Ambiente (AMMA) e “mais de 30 outros apoiadores da causa animal”.
Outro ponto questionado por Amauri Ribeiro na tribuna da Alego, diz respeito ao “falso endereço” fornecido pela vereadora sobre o local onde as aves estariam abrigadas. Questionado sobre o assunto, Luciula considerou o motivo “lógico”. “Quando você mexe com rinha de galos, você mexe com pessoas poderosas . Eu não passaria [o endereço correto]. A delegada sabe disso e foi, inclusive, uma orientação. Eu não passaria o endereço onde estão esses galos pois eles buscariam, e da forma mais truculenta, inclusive”.
Segundo a vereadora foram encontrados, no local, galos cegos, sem esporão, depenados, machucados, “a maioria, inclusive, com cirurgias no peitoral”. Assim como as demais aves, a vereador afirma que os cães encontrados também eram vítimas de maus-tratos. “Os animais estavam com doença do carrapato, sarna, sujeira, abaixo do peso, enfim, numa situação horrorosa.
A parlamentar espera que o deputado preste esclarecimentos já na próxima semana. Através de uma moção de repúdio, requerimento que já possui mais do que a quantia necessária (mínimo de 18) de assinaturas para ser aprovado, o deputado receberá o convite para ir à Casa e se retratar. “Fora isso estamos tomando, juntamente com a Câmara, todas as medidas legais diante do que ele fez. Vamos procurar a Delegacia da Mulher e o Ministério Público para pedir sua total intervenção. Queremos que sirva de exemplo para que outros vereadores tenham prudência, coerência e respeito”, finalizou.
Vale lembrar que as moções de repúdio não possuem força convocatória, por se tratar de um simples requerimento. A expectativa, entretanto, é que uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) que é presidida por outro vereador o convoque para prestar esclarecimentos à Casa.
