Parlamentar estadual criticou Luciula do Recanto e agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) em caso de suposto maus-tratos a animais em Goiânia

Deputado estadual Amauri Ribeiro (Patriota)/ Foto: Comunicação Alego

Integrantes da Câmara Municipal de Goiânia devem convidar, ainda nesta quinta-feira, 26, o deputado estadual Amauri Ribeiro (Patriota) para prestar esclarecimentos à Casa. Isso porquê o deputado teceu duras críticas à atuação da vereadora Luciula do Recanto (PSD), bem como a participação de agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) em um caso de suposto maus-tratos a animais em Goiânia.

Na tribuna da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Amauri lembrou que a Guarda “não tem poder de polícia” e que a vereadora teria cometido “abuso de autoridade” ao arrombar uma residência sem autorização judicial.

Amauri tem cobrado a devolução de uma série de galos apreendidos no local, bem como filhotes de cachorros e outras aves. O deputado lembrou ser de sua autoria a lei aprovada na Alego que disciplina a criação, manejo e exposição de aves da raça Mura em Goiás.

A legislação, de acordo com ele, assegura aos detentores de animais dessa raça o direito de criá-los e estabelece meios de fiscalização para isso, visando evitar a submissão dos galos a tratamentos cruéis, como a prática de rinhas, por exemplo.

Amauri Ribeiro também disse que no “criatório”, onde houve a apreensão, não havia qualquer evidência de degradação aos animais. “Ali não havia maus-tratos”, arrematou.

Sobre o assunto, a vereadora alvo do que chamou de “ataques” destacou em entrevista ao Jornal Opção que o indivíduo preso já possui três passagens pela polícia e que já teria sido preso “na maior tinha do estado de Goiás”. Para ela, o deputado foi “inconsequente, infeliz e machista” em seu pronunciamento.

E justificou: “Sem tomar conhecimento o deputado já foi acusando a minha pessoa se uma forma muito grotesca sem ouvir os dois lados. Nós não invadimos casa, nós so entramos no segundo dia, depois que o cidadão já se encontrava preso, com autorização da polícia pois eu era a fiel depositário dos galos. Quando temos conhecimento de uma animal maltratado podemos entrar sim”. Em seguida, questionou: É como se deparar com uma mulher ou uma criança sendo espancada, você vai ficar assistindo do lado de fora?”.

Ela destacou, ainda, que o seu assessor – que aparece nas gravações arrombando a porta da residência – pertence à Guarda Civil Metropolitana e que, além dos agentes da GCM, também estavam no local membros da Agência Municipal de Meio Ambiente (AMMA) e “mais de 30 outros apoiadores da causa animal”.

Outro ponto questionado por Amauri Ribeiro na tribuna da Alego, diz respeito ao “falso endereço” fornecido pela vereadora sobre o local onde as aves estariam abrigadas. Questionado sobre o assunto, Luciula considerou o motivo “lógico”. “Quando você mexe com rinha de galos, você mexe com pessoas poderosas . Eu não passaria [o endereço correto]. A delegada sabe disso e foi, inclusive, uma orientação. Eu não passaria o endereço onde estão esses galos pois eles buscariam, e da forma mais truculenta, inclusive”.

Segundo a vereadora foram encontrados, no local, galos cegos, sem esporão, depenados, machucados, “a maioria, inclusive, com cirurgias no peitoral”. Assim como as demais aves, a vereador afirma que os cães encontrados também eram vítimas de maus-tratos. “Os animais estavam com doença do carrapato, sarna, sujeira, abaixo do peso, enfim, numa situação horrorosa.

A parlamentar espera que o deputado preste esclarecimentos já na próxima semana. Através de uma moção de repúdio, requerimento que já possui mais do que a quantia necessária (mínimo de 18) de assinaturas para ser aprovado, o deputado receberá o convite para ir à Casa e se retratar. “Fora isso estamos tomando, juntamente com a Câmara, todas as medidas legais diante do que ele fez. Vamos procurar a Delegacia da Mulher e o Ministério Público para pedir sua total intervenção. Queremos que sirva de exemplo para que outros vereadores tenham prudência, coerência e respeito”, finalizou.

Vale lembrar que as moções de repúdio não possuem força convocatória, por se tratar de um simples requerimento. A expectativa, entretanto, é que uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) que é presidida por outro vereador o convoque para prestar esclarecimentos à Casa.