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Julgamento de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz no Rio de Janeiro começa nesta quarta-feira, 3

O militar chegou quase duas horas antes do horário combinado do seu depoimento e, até as 17h, ainda estava depondo

Dez empresários, donos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) devem prestar depoimento nas próximas semanas

[caption id="attachment_42053" align="alignright" width="620"] Iris e Francisco Júnior serão convocados por último | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção e Denise Xavier/Assembleia[/caption]
A ordem de convocação dos depoentes da CEI das Pastinhas da Câmara de Goiânia, a ser definida na manhã de sexta-feira, 7, estará atrelada à tática de investigação adotada pelos integrantes da comissão. O ex-prefeito Iris Rezende (PMDB), o ex-titular da Seplan Francisco Júnior (PSD) e o ex-presidente da Ademi Goiás Ilézio Ferreira estão entre os alvos da CEI.
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E quais serão os primeiros convocados? A indicação é a de que, inicialmente, servidores da antiga Seplan compareçam à Câmara. "Justamente para termos mais embasamento e documentações para questionar àqueles que tem maior grau de importância", disse um vereador.
Com isso, a prioridade não é chamar Iris de primeira, pois espera-se mais elementos para esclarecer a metodologia de funcionamento na extinta secretaria, entre 2007 e 2010, quando o líder peemedebista esteve no Paço Municipal. "Aí, fica mais claro e as pessoas com maior responsabilidade, como ex-secretários e o ex-prefeito sejam convocados", informou uma fonte.
Faz parte da comissão Elias Vaz (PSB), autor das denúncias e presidente do colegiado que, junto a Geovani Antônio (PSDB), representa a oposição.
Mizair Lemes é o indicado do PMDB, mas tendo como base o comportamento dos últimos tempos — ele é quarto secretário da mesa diretora presidida pelo tucano Anselmo Pereira —, deve cobrar ações do Paço Municipal sem colocar a conta nas costas do líder de seu partido. Paulo da Farmácia, do Bloco Moderado, posicionou-se a favor do Poder Executivo durante a reforma administrativa de junho e vai representar o Pros.
Pode-se dizer que o petista Carlos Soares será o mais fiel à prefeitura, mas é importante lembrar que as denúncias datam da gestão do ex-governador. Isso porque Paulo Magalhães, representante do Solidariedade (SD), está descontente com recente veto de Paulo Garcia (PT) a projeto que beneficiaria aposentados lotados no serviço público da capital (percúlio).
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A Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro comprovou hoje (11) o primeiro caso de tortura dentro de um hospital militar, no período da ditadura. Hoje (11), a CEV divulgou laudo pericial confirmando que, por pelo menos três vezes, o engenheiro Raul Amaro Nin Ferreira sofreu tortura, inclusive às vésperas de sua morte, no Hospital Central do Exército (HCE), em Triagem, na zona norte do Rio. Raul passou 12 dias em poder dos militares. Com base em vasta documentação oficial e no laudo cadavérico, o médico-legista da CEV Nelson Massini revelou que Raul tinha lesões pelo corpo adquiridas durante a internação no HCE, para onde foi levado no quarto dia de prisão, 4 de agosto de 1971. O ativista tinha contusões no tórax, nas pernas e nas coxas, o que indica que foi atingido com socos, mas principalmente por pontapés e outro material não identificado. O uso de choque elétrico não foi descartado. Segundo Massini, a coloração dos hematomas em Raul é contundente para estimar os dias em que a vítima foi torturada. “O laudo [cadavérico] traz detalhadamente a cor e o espectro das lesões, com os quais se pode detalhar a evolução regressiva delas. Ele tem lesões dos dias 6 e 7 de agosto e, por fim, do dia 11. Essas últimas, vermelhas [que são as mais recentes], em pontos diferentes, sinal de que, no dia [da morte], ele foi espancado e o legista detalhou isso no laudo”, informou. Documentos a que a família teve acesso para compor o dossiê sobre o caso, entregue à CVE em 2013, mostram que o Exército enviou investigadores para interrogar Raul no Hospital do Exército dia 11 de agosto, o que pode explicar as lesões mais recentes no corpo da vítima. Oficialmente, o ativista morreu de infarto, o que, segundo Massini, pode ter sido decorrente do estresse. Em nota, a família de Raul se disse “horrorizada” com a tortura dentro do Hospital do Exército. Ela cobra que o único coronel vivo envolvido no caso, José Antonio Nogueira Belham, que assina documento enviando os interrogadores ao HCE, esclareça lacunas do dossiê, como os sinais de tortura no corpo do ativista antes de ele chegar ao hospital, e revele a identidade dos torturadores. A presidenta da Comissão Estadual da Verdade, Nadine Borges, além do comparecimento do coronel reformado Antonio Nogueira Belham à Comissão Nacional da Verdade, quer que o Exército entregue o prontuário de todos os ativistas que passaram pelo hospital, para esclarecer o papel da unidade de saúde, por onde passaram dezenas de presos políticos, no contexto da ditadura. “Os relatos de tortura e de morte dentro da estrutura militar, mesmo que as Forças Armadas neguem, nós sabemos que ocorria. O que não sabíamos é que o Hospital Central do Exército servia para torturar e matar, sendo o caso do Raul o primeiro a ser revelado”, disse Nadine. “É chocante. Isso não acontece nem em guerra, mas na ditadura brasileira, aconteceu”, declarou. Para a família, a história de Raul Nin só será passada a limpo quando jornais também revisarem suas publicações. “Extrato de reportagem de O Globo diz que Raul era terrorista e foi hospitalizado por não se alimentar, quando, na verdade, ele tinha sido torturado a ponto de não aguentar mais e ser transferido para a 'recuperação' no HCE”, disse o sobrinho, Felipe Nin. Procurado pela reportagem, o Exército não comentou as revelações da CEV e do legista. O coronel reformado do exército José Antonio Nogueira Belham não foi localizado.