A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) tem realizado medidas sanitárias com o objetivo de impedir a chegada da gripe aviária em Goiás. Uma delas foi a proibição de exposições de aves ornamentais, galinhas de raça pura e outras espécies, inclusive de corte e postura comercial, bem como aves silvestres em cativeiro. A portaria editada em março, que estabelece tais medidas, tinha prazo de 90 dias e agora foi prorrogada por tempo indeterminado.

Mesmo com o registro recente de casos em aves silvestres no Espírito Santo e no Rio de Janeiro, a coordenadora do Programa Estadual de Sanidade Avícola, Silvânia Andrade Reis, explica que a esses casos não afetam a avicultura comercial, mas é imprescindível manter a vigilância e cuidados sanitários.

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“São casos isolados, de aves silvestres, migratórias e litorâneas. Essas aves não tem nenhum contato com aves que são criadas para corte ou produção de ovos, mas mesmo assim, é preciso manter os cuidados sanitários. Goiás é exemplo nesta questão e vamos continuar seguindo os todos os protocolos necessários” afirmou.

Principais cuidados

Ela reforça a importância das medidas preventivas, tais como evitar ao máximo o contato das aves das granjas com aves de vida livre; barrar o acesso de pessoas alheias às granjas; usar roupas exclusivas para manejo das aves nos criatórios, além de desinfetar veículos antes da entrada e na saída do local.

O órgão também tem preparado os profissionais da medicina veterinária para enfrentamento da influenza aviária caso a doença chegue a Goiás. Em abril, a Agrodefesa realizou o curso de capacitação técnica sobre Influenza Aviária e Protocolo de Necropsia em Aves. Durante dois dias foram capacitados cerca de 80 profissionais que exercem atividades no segmento da sanidade animal.

Outras atividades

As ações incluem a suspensão da participação de quaisquer espécies de aves em eventos agropecuários, bem como aglomerações, encontros, torneios e exposições de passeriformes nativos ou exóticos, e o cancelamento de todos os eventos já registrados no Sistema de Defesa Agropecuária (Sidago).

Dentre as medidas adotadas já em andamento estão a intensificação da fiscalização do trânsito das aves intra e interestadual e em granjas avícolas; realização de reuniões presenciais com todas as empresas integradoras para um eventual plano de contingência; realização de levantamentos soroepidemiológicos em aves de granjas comerciais visando o monitoramento; capacitação presencial e on-line de fiscais agropecuários médicos veterinários para técnica de necropsia, alertas sanitários e plano de contingência.

As medidas corriqueiras de biosseguridade evitam a entrada de outras doenças nas granjas, sendo que especial atenção deve ser dada às telas de proteção com a medida de 1 polegada, pois são barreiras que evitam a entrada de aves de vida livre, transmissoras da influenza aviária.

Sobre a doença

Também conhecida como gripe do frango, a influenza aviária é considerada uma doença de alto risco para as aves, pois não há cura. Por ser um mal de notificação obrigatória aos órgãos oficiais de controle de saúde animal no Brasil e nos demais países, a presença da doença nos plantéis acarreta em barreira sanitária para comercialização de produtos avícolas no mercado interno e externo, com potencial para causar prejuízos econômicos à avicultura comercial e à economia.

A gripe aviária é classificada como zoonose, mas as chances de se tornar um problema de saúde pública no Brasil são poucas, já que o contato entre humanos e aves no Brasil é muito menor que em países, onde o contato direto entre aves e humanos é ato comum.