Requerimento para voto secreto foi colocado em apreciação pelo presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB), e rejeitado pela maioria

senado-federal-marcos-oliveira-senado-federal
Senado Federal vai votar cassação de forma aberta | Foto: Marcos Oliveira / Agência Senado

O Senado Federal decidiu que votará o pedido de prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) na noite desta quarta-feira (25/11) de forma aberta. Isso é, o voto de cada senador será divulgada no painel da Casa.

Por  votos 52 a 20, os parlamentares rejeitaram o requerimento do presidente Renan Calheiros (PMDB-RN) de manter a votação secreta.

Após uma longa discussão entre os parlamentares, prevaleceu o entendimento da oposição e de partidos independentes de que a Constituição prevê que votações de cassação de senadores e vetos presidenciais devem ser de forma aberta.

Os senadores elogiaram a postura do presidente Renan Calheiros de colocar a decisão para apreciação do plenário.

“Sim” representava voto secreto; “não”, o voto aberto. Veja como orientaram as bancadas:

PSDB: “não”
PMDB: liberou a bancada
Rede Sustentabilidade: “não”
Democratas: “não”
PSD: “não”
PSB: “não”
PRB: “não”
PT: “sim”
PDT: liberou a bancada
PCdoB: “não”
PPS: “não”

O caso

O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) foi preso em um hotel pela Polícia Federal nesta quarta-feira (25), em Brasília. Líder do Governo no Senado, ele é acusado de atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato.

O petista teria tentado dificultar a delação premiada do ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró sobre sua suposta participação em irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.

As primeiras informações são de que o filho de Serveró teria gravado vídeo do senador oferecendo fuga para o ex-diretor para evitar depoimento na delação. A prisão é preventiva, ou seja, não há prazo para o fim da reclusão.

Foram realizados mandados de busca e apreensão na casa do congressista em Mato Grosso do Sul. As ações foram autorizadas pleo Supremo Tribunal Federal (STF).

Delcídio foi citado na delação do lobista Fernando Baiano por ter recebido entre US$ 1 e 1,5 milhão de dólares de propina pela compra da refinaria. O parlamentar já havia citado por Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da Petrobras, em outro depoimento.