Pouco mais de três anos da conclusão do processo de internacionalização do Aeroporto Santa Genoveva ainda não há previsão de quando o terminal de passageiros deve receber uma rota internacional.

A instalação de uma base da Polícia Federal e outra da Receita Federal foram critérios básico para a internacionalização certificada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Todo o processo pelos órgãos federais de regulação foi coordenado pelo então secretário de Indústria, Comércio e Serviços, Wilder Morais, atualmente senador por Goiás.

Na época, em 2019, do anúncio dos termos do processo com a Infraero, o então titular da pasta disse que a certificação era uma determinação do governador Ronaldo Caiado (UB).  

“Foi o que fizemos assim que fui nomeado secretário. E agora estamos bem próximos de anunciar que Goiás, finalmente, terá um aeroporto com voos internacionais”, disse na época.

Saguão do Aeroporto Internacional Santa Genoveva

Desde que o aeroporto de Goiânia foi autorizado a receber voos internacionais apenas aviação executiva e de cargas vindos de fora do Brasil tem operado no terminal. Segundo a CCR Aeroportos, que administra o terminal de Goiânia, em 2024 já são 28 movimentações internacionais e em 2023 foram 196.

A CCR ainda ressaltou que o Aeroporto Santa Genoveva mantém todos os requisitos para receber esses tipos de voos. A assessoria do terminal ainda informou que a decisão de oferecer rotas internacionais partindo de Goiânia são das companhias aéreas.

Ainda finalizou dizendo que a concessionária mantém um diálogo constante com as companhias aéreas e outras partes interessadas, com o objetivo de atrair rotas internacionais para o Aeroporto de Goiânia por acreditar no potencial de mercado da região.

A reportagem não conseguiu contato com o senador Wilder Morais, mas a assessoria informou que depois da pandemia a dinâmica dos voos internacionais mudou após a pandemia e que agora, nesse período de retomada é perceptível ver o aumento da demanda e também o interesse das empresas estrangeiras no Brasil. A assessoria não soube confirmar se o senador está diretamente envolvido nesse processo de negociação.

Atuação do governo

Para o atual secretário de Indústria e Comércio de Goiás, Joel Sant’Anna Braga, a internacionalização do terminal foi importante para que o aeroporto recebesse uma unidade da Polícia Federal e também da Receita Federal e que o trânsito de voos executivos internacionais tem crescido a cada ano.

Braga ainda falou que a mudança de modalidade promoveu a abertura de mais um modal para o favorecer o comércio exterior de Goiás. “Desde a certificação a demanda de voos internacionais tem crescido e impulsionado a economia do estado. Sobre voos comerciais nós ainda vemos uma certa resistência, porque nem todas rotas internacionais que atendiam Brasília, por exemplo, votaram a operar depois da pandemia”, afirmou o secretário.

De fato a América Airlines que oferecia um voo entre Brasília a Miami não voltou a conectar o terminal da capital federal aos Estados Unidos. A inclusão de linhas internacionais depende de um estudo das companhias aéreas. Braga ainda afirmou que na semana passada o secretário de Turismo de Goiás, Fabrício Amaral, e secretário de Infraestrutura, Pedro Sales, estiveram reunidos com representantes da Azul Linhas Aéreas avaliando a possibilidade de fazer algumas operações internacionais em Goiás.

A reportagem entrou em contato com Amaral para saber qual foi o resultado do encontro com os executivos da companhia aérea, mas não tivemos retorno. O espaço segue aberto.

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