Vítima de Lázaro relembra momentos de terror que viveu: estupro e tortura
17 junho 2021 às 15h25
COMPARTILHAR
Mulher que preferiu não ser identificada, conta ao Jornal Opção que foi estuprada e quase morreu nas mãos de suspeito de chacina no DF
Foi em 2009, aos 19 anos, que uma mulher que reside em Ceilândia, no Distrito Federal, viveu momentos de terror com Lázaro Barbosa, 32 anos. Hoje, ele é suspeito de ter matado quatro pessoas na mesma região e segue sendo procurado por equipes policiais do entorno do DF.
A vítima conta ao Jornal Opção, que a chácara onde morava com seus familiares foi invadida por Lázaro e seu irmão Deusdete. Ela diz que após uma série de torturas, ela foi estuprada e por pouco não morreu nas mãos da dupla.
“Foi em 2009, eu tinha 19 anos, e trabalhava no pesque-pague da minha família em Ceilândia Norte e eles beberam o dia todo como clientes, fingindo e observando o movimento da gente e resolveram invadir nossa chácara. Era umas 4 horas da manhã e estavam armados. Prenderam a gente no banheiro, subjugavam a gente o tempo todo, bateram muito nos meus tios. Bem violentos”, relata.
Segundo a vítima, o irmão de Lázaro era ainda mais agressivo e conta os detalhes. “Eles me levaram para o matagal e me violentaram até que o helicóptero apareceu com a polícia e me soltaram. Mas, eles iriam me matar, já tinham me colocado dentro da vala no mesmo córrego em que a Cleonice foi morta, só que no final. Ele foi preso por sete anos, ao que consta, aqui no DF e teve um ‘saidão’ em 2017 e desde então, aprontou isso”, disse.
A citada, Cleonice Marques de Andrade, 43 anos, foi a quarta vítima da chacina do último dia 9. Torturada e mutilada, sua morte e dos outros três membros de sua família reflete a crueldade de Lázaro, assim, como os crimes cometidos contra a vítima acima que segue os relatos da violência e comportamento de Lázaro.
“O irmão dele era bem mais perigoso”
De acordo com a mulher ouvida pelo jornal e sobrevivente da violência de Lázaro, ela nunca tinha o visto e reafirma que sente medo. “O irmão dele era bem mais perigoso e foi morto há cinco anos. Temo sim, porque, até soube que ele passou pela chácara procurando, depois desses sete anos preso, mas ainda bem que vendemos a chácara”, conta.
“Não bastava só o assalto, ele queria humilhar, bem a questão de um psicopata. Eu falava de Deus para ele e vi que ele acalmava, mas ao mesmo tempo ele já ficava bem nervoso e o irmão dele eu não gostava nem de olhar, apresentava ser uma pessoa muito perigosa. Ele me batia com a arma, xingava e dizia que eu ia morrer. Eu recitava um salmo da bíblia para ele, falava que o sonho da minha vida era ter um filho e que eu ia morrer sem ter um filho e ele dizia ‘eu preciso fazer’, ‘eu tenho que fazer’, como se tivesse que cumprir alguma coisa. Foi muita tortura”, relembra a vítima.
“Eu tenho medo”
A mulher disse ainda que Lázaro é bárbaro. “Nesse córrego ele ia me matar, me colocou dentro da vala, um buraco, e apontou a arma para a minha cabeça e disse que ia me matar porque, eu tinha visto o rosto dele. Ele é bárbaro e cruel”.
Segundo ela, teve que tomar por dois meses um coquetel contra Aids e DST. “Ele foi preso depois e o irmão Deusdete Barbosa ficou foragido até ser morto. São torturadores cruéis. Não era para ele estar solto”.
A mulher conta que voltou a sentir ansiedade e teme por Lázaro estar a solta. “Como ele voltou eu tenho medo. Parece que a Justiça não foi feita, quando eu vi a Cleonice morta eu fiquei muito abalada, até então eu estava lidando com o assunto, sem chorar ou sem ficar ansiosa. Agora, meu corpo gela, eu estou ansiosa sinto meu corpo tremer. Ele é frio e está se modificando para ficar cada vez pior”, diz.