Mulher que preferiu não ser identificada, conta ao Jornal Opção que foi estuprada e quase morreu nas mãos de suspeito de chacina no DF

Lázaro Barbosa | Foto: divulgação

Foi em 2009, aos 19 anos, que uma mulher que reside em Ceilândia, no Distrito Federal, viveu momentos de terror com Lázaro Barbosa, 32 anos. Hoje, ele é suspeito de ter matado quatro pessoas na mesma região e segue sendo procurado por equipes policiais do entorno do DF.

A vítima conta ao Jornal Opção, que a chácara onde morava com seus familiares foi invadida por Lázaro e seu irmão Deusdete. Ela diz que após uma série de torturas, ela foi estuprada e por pouco não morreu nas mãos da dupla.

“Foi em 2009, eu tinha 19 anos, e trabalhava no pesque-pague da minha família em Ceilândia Norte e eles beberam o dia todo como clientes, fingindo e observando o movimento da gente e resolveram invadir nossa chácara. Era umas 4 horas da manhã e estavam armados. Prenderam a gente no banheiro, subjugavam a gente o tempo todo, bateram muito nos meus tios. Bem violentos”, relata.

Segundo a vítima, o irmão de Lázaro era ainda mais agressivo e conta os detalhes. “Eles me levaram para o matagal e me violentaram até que o helicóptero apareceu com a polícia e me soltaram. Mas, eles iriam me matar, já tinham me colocado dentro da vala no mesmo córrego em que a Cleonice foi morta, só que no final. Ele foi preso por sete anos, ao que consta, aqui no DF e teve um ‘saidão’ em 2017 e desde então, aprontou isso”, disse.

A citada, Cleonice Marques de Andrade, 43 anos, foi a quarta vítima da chacina do último dia 9. Torturada e mutilada, sua morte e dos outros três membros de sua família reflete a crueldade de Lázaro, assim, como os crimes cometidos contra a vítima acima que segue os relatos da violência e comportamento de Lázaro.

“O irmão dele era bem mais perigoso”

De acordo com a mulher ouvida pelo jornal e sobrevivente da violência de Lázaro, ela nunca tinha o visto e reafirma que sente medo. “O irmão dele era bem mais perigoso e foi morto há cinco anos. Temo sim, porque, até soube que ele passou pela chácara procurando, depois desses sete anos preso, mas ainda bem que vendemos a chácara”, conta.

“Não bastava só o assalto, ele queria humilhar, bem a questão de um psicopata.  Eu falava de Deus para ele e vi que ele acalmava, mas ao mesmo tempo ele já ficava bem nervoso e o irmão dele eu não gostava nem de olhar, apresentava ser uma pessoa muito perigosa. Ele me batia com a arma, xingava e dizia que eu ia morrer. Eu recitava um salmo da bíblia para ele, falava que o sonho da minha vida era ter um filho e que eu ia morrer sem ter um filho e ele dizia ‘eu preciso fazer’, ‘eu tenho que fazer’, como se  tivesse que cumprir alguma coisa. Foi muita tortura”, relembra a vítima.

“Eu tenho medo”

A mulher disse ainda que Lázaro é bárbaro. “Nesse córrego ele ia me matar, me colocou dentro da vala, um buraco, e apontou a arma para a minha cabeça e disse que ia me matar porque, eu tinha visto o rosto dele. Ele é bárbaro e cruel”.

Segundo ela, teve que tomar por dois meses um coquetel contra Aids e DST. “Ele foi preso depois e o irmão Deusdete Barbosa ficou foragido até ser morto. São torturadores cruéis. Não era para ele estar solto”.

A mulher conta que voltou a sentir ansiedade e teme por Lázaro estar a solta. “Como ele voltou eu tenho medo. Parece que a Justiça não foi feita, quando eu vi a Cleonice morta eu fiquei muito abalada, até então eu estava lidando com o assunto, sem chorar ou sem ficar ansiosa. Agora, meu corpo gela, eu estou ansiosa sinto meu corpo tremer. Ele é frio e está se modificando para ficar cada vez pior”, diz.