Reflexões sobre casos em Goiás foram debatidas na Assembleia Legislativa. Autoridades, parlamentares e representantes de entidades da categoria participaram de encontro

Audiência pública sobre o Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher | Carlos Costa
Audiência sobre o Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher | Carlos Costa/Assembleia

Várias mulheres com mandato político em Goiás e na capital participaram, nesta quarta-feira (25), da audiência pública do Dia Internacional da Não Violência Contra as Mulheres, no auditório Solon Amaral, na Assembleia Legislativa.

Vários apontamentos foram feitos durante o evento, como fiscalização mais efetiva da Lei Maria da Penha para a diminuição dos casos de agressão doméstica e a posição do estado no ranking dos mais violentos no Mapa da Violência do País.

De acordo com a deputada estadual Adriana Accorsi (PT), as vítimas estão sangrando e por isso precisam da mão forte do trabalho das polícias e do poder público. “Temos que colocar a Lei Maria da Penha em vigor em sua totalidade. Agir com rigor e com punições exemplares. O mapa da violência diz que Goiás é o terceiro colocado”, declarou. A petista ainda destaca que Goiás está com repercussão negativa nesse quesito, pois deverá subir sua posição no próximo mapa da violência.

Conforme a titular da Secretaria Cidadã, a deputada estadual licenciada Lêda Borges (PSDB) o Poder Executivo vai trabalhar na elaboração de pesquisas no sentido de levantar dados oficiais relacionados ao tema abordado pelo encontro.

“A legislação está pronta. O que precisamos fazer mais? Chegamos ao mais alto grau da violência que é o feminicídio. Nós temos que avançar na aplicação da lei. As políticas públicas do estado devem ser empoderadas nesse combate, para viabilizar a liberdade física, afetiva, financeira e moral das mulheres”, discursou.

De acordo com a tucana, as medidas preventivas devem ser acompanhadas de perto e a Rede de Proteção tem que ser ampliada, no sentido de combater esse tipo de crime não somente na capital, pois no interior do estado também existem casos.

Já a diretora do Centro de Valorização da Mulher Consuelo Nasser (Cevam), Dolly Soares, a sociedade não pode ser míope diante dos dados. Segundo ela, as mulheres necessitam de acesso e ainda de serem ouvidas pelo poder público estadual, pois não pode ser mantida essa realidade que coloca Goiás como o terceiro Estado que mais mata mulheres.

“Nós estamos aqui, as mulheres estão morrendo. Dezoito anos é a idade mais perigosa para as mulheres no Brasil. Precisamos ir até o governador [Marconi Perillo, PSDB] pedir socorro, pois ele tem a caneta e as condições de nos ajudar”, afirmou a diretora do Cevam.

Vereadora pela capital, Tatiana Lemos (PCdoB) relata que as atitudes estão inseridas no processo cultural machista, que é propagado pela sociedade. “A violência contra a mulher não tem classe social, não tem cor, não tem raça, não tem classe econômica. Infelizmente, é algo que está inserido na cultura do povo brasileiro e do povo goiano não é diferente. A violência contra a mulher existe”, disse.

Autora da proposta para a audiência pública, a deputada estadual Isaura Lemos (PCdoB) devem ser tomadas medidas efetivas no combate ao feminicídio e ainda na conscientização de toda a população. “São fatos que ocorrem muitas vezes sem ser notificados.”