Vinte anos sem João Paulo II, o Papa das multidões

02 abril 2025 às 15h48

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A Praça São Pedro, no Vaticano, estava lotada de fiéis naquela noite do dia 16 de outubro de 1978. Todo mundo com os olhos voltados para a chaminé instalada no teto da Capela Sistina. Ali estavam os cardeais reunidos para escolher o novo sucessor de São Pedro. Se a Praça São Pedro estava lotada, imagine os fiéis que largaram tudo o que estavam fazendo para ficar de frente à televisão para ver o resultado de mais uma votação do Conclave. Qual seria a cor da fumaça que sairia daquela chaminé? Naquela noite, a fumaça era branca. A Sé não estava mais vacante. A Igreja Católica tinha um novo Papa.
Karol Wojtyla se tornou João Paulo II, o primeiro papa polonês. Logo na homilia da Missa de inauguração do seu Pontificado, o Papa disse para os fiéis não terem medo. “Não, não tenhais medo! Antes, procurai abrir, melhor, escancarar as portas a Cristo!”. O novo sucessor de São Pedro foi um exemplo de coragem. Desde menino, em sua Wadowice, na Polônia, ele aprendeu a enfrentar as turbulências da vida sem perder a fé e a esperança. Quando sua terra natal foi invadida pelos nazistas e comunistas, Wojtyla resistiu as perseguições. Ele sabia muito bem o que estava fazendo quando dizia para os fiéis não terem medo. Até o fim da vida, João Paulo II teve a coragem de expor as fraquezas do seu corpo.
Seu pontificado foi um dos mais longevos da Igreja Católica. Por 27 anos, João Paulo II conduziu a barca de Pedro sobre os mares do relativismo e da pós-modernidade que pregava um mundo sem limites e favorável a todos os tipos de prazeres. Ele viajou pelos cinco continentes, se esforçou para falar as línguas das várias nações por onde pisava para que todos pudessem entender o que ele estava dizendo. Seu carisma conquistava desde as crianças até os mais idosos. João Paulo II atraiu multidões por onde passava. Quem nunca se emocionou ao vê-lo beijando o chão do país que visitava assim que descia as escadas do avião?
Em 1991, ele esteve no Brasil pela segunda vez. Goiânia estava na lista das cidades que receberiam a visita do Sumo Pontífice. O estacionamento do Estádio Serra Dourada ficou pequeno para tanta gente que desejava ver e ouvir o Papa João Paulo II. Em seu discurso, ele falou sobre o Divino Pai Eterno e recordou das vítimas do acidente com o Césio 137, que aconteceu quatro anos antes. Foi um momento histórico para a nossa cidade.
Hoje nós recordamos os vinte anos da morte de João Paulo II, o papa das multidões. No dia 2 de abril de 2005, a Praça São Pedro também estava lotada de pessoas que choraram a morte dele. Uma multidão o aclamava santo antes da Igreja o canonizar em 2014. Uma multidão pede a sua intercessão todos os dias.
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