Vereadores propõem audiência para discutir irregularidades do Nexus
08 junho 2017 às 13h00

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Requerimento assinado por Priscilla Tejota, Delegado Eduardo Prado e Jorge Kajuru reacende debate na Câmara sobre megaempreendimento

Duas semanas após o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU-GO) concluir o relatório técnico que comprova diversas irregularidades no projeto arquitetônico do polêmico Nexus Shopping & Business, a Câmara Municipal de Goiânia retomou o debate sobre o caso.
Nesta quinta-feira (8/6), os vereadores Priscilla Tejota (PSD), Jorge Kajuru (PRP) e Delegado Eduardo Prado (PV) apresentaram requerimento para a realização de uma audiência pública para debater os impactos e as falhas do projeto — que já é alvo de uma ação civil pública e investigação na Delegacia de Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema).
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Segundo a parlamentar pessedista, é preciso que a Prefeitura de Goiânia dê as devidas explicações sobre a aprovação pela Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Habitação (Seplanh). “O CAU apresentou constatações gravíssimas sobre todo o processo e a Câmara não pode se furtar de discutir um empreendimento que causará um enorme impacto não só aos Setores Marista e Oeste, mas à toda cidade”, defendeu.
Em relatório entregue ao Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), técnicos do Conselho de Arquitetura e Urbanismo relatam que há erros básicos no projeto do Nexus Shopping & Business, como a confusão de medidas métricas e ausência de plantas fundamentais, incoerências nos cálculos da taxa de ocupação, outorga onerosa (valor pago à prefeitura para que se possa construir mais do que a área do terreno) e de recarga do lençol freático, bem como a publicidade ilegal de um centro de convenções, que não consta nas licenças e alvarás, e o número de torres (ninguém sabe quantas serão construídas).
Como foi apresentado na sessão desta quinta (8), o requerimento só será apreciado em plenário na semana que vem e, como há o feriado de Corpus Christi, a expectativa dos vereadores é que a audiência seja realizada daqui a duas semanas.
“Nosso objetivo é convocar os responsáveis pela aprovação do empreendimento na prefeitura, os empreendedores [Ilézio Inácio, da Consciente Construtora, e Júnior Friboi, da JFG Incorporações], o Ministério Público e o CAU-GO para discutir com a sociedade, já que não foram realizadas audiências públicas antes do início das obras”, defendeu Tejota.
O Delegado Eduardo Prado (PV) garantiu ao Jornal Opção que irá exigir da prefeitura todos os documentos relacionados ao empreendimento: “É inaceitável que o processo siga no obscurantismo. Não podemos deixar que a sociedade seja prejudicada.”
Há a expectativa de que na próxima semana a perícia nas assinaturas do Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) do megaempreendimento seja entregue à delegada, que investiga uma possível falsificação.