Vereadores da Câmara de Goiânia apontam que não caiu bem o áudio da ex-secretária de Relações Institucionais (SRI) Valéria Pettersen sobre a interferência na ordem das obras da Comurg. Durante a reunião da Comissão Especial de Inquérito (CEI) de ontem, 12, o ex-diretor Administrativo e Financeiro da companhia revelou que Petterson havia pedido prioridade para obras de Henrique Alves (MDB). Ricardo Itacarambi disse, durante depoimento, que o áudio teria sido encaminhado por Valéria.

Welton Lemos (Podemos) apontou contradição da vereadora de Aparecida de Goiânia que disse, durante depoimento na terça-feira, 11, que não teria priorizado pagamentos para parlamentares candidatos.

“Ricardo Itacarambi foi advogado e na época era diretor administrativo da Comurg. Ele foi muito enfático na fala dele dizer que houve prioridade de pagamentos, que eram feitas de acordo com a ordem do presidente da Comurg”, diz.

“Muito ruim, todo mundo é igual, todo mundo tem direito a suas emendas impositivas”, reclama o vereador.

Para Willian Veloso (PL), a ex-secretária foi bem em suas falas e apresentou toda documentação solicitada pela CEI. “Ela estava munida de documentação, provando que os eventuais adiantamentos tinham amparo legal dos Tribunais”, opina. Entretanto, segundo Veloso, a revelação dos áudios colocam luz sobre a utilização dos pagamentos. “Temos que ver se a aplicação desse recurso foi dentro dos princípios da legalidade e vamos apreciar a documentação sobre isso”, completa.

Sem irregularidades

Em entrevista ao Jornal Opção, Pettersen confirmou a veracidade do áudio, mas negou qualquer irregularidade. “Fizemos um acordo com todos os vereadores. A Câmara entregou uma lista para a construção das praças, mas isso não indica exatamente favorecimento político. E, se prestar atenção, os citados no áudio de fato não concorreram”, explicou.