Vereador Zander Fábio tem prisão decretada

28 junho 2015 às 17h32

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Parlamentar do PSL pode cumprir nove anos de detenção por fraudes em antiga companhia da Prefeitura de Goiânia. Mais sete pessoas estão envolvidas em processo

Seis meses após o Ministério Público de Goiás (MPGO) oferecer denúncia em desfavor do vereador por Goiânia Zander Fábio (PSL), a Justiça decretou a prisão do parlamentar na última sexta-feira (28/6). Ele é acusado pelos crimes de peculato quando era servidor da antiga Companhia de Obras e Habitação (Comob).
A decisão é do juiz Adegmar José Ferreira, da 10ª Vara Criminal de Goiânia. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e a Câmara Municipal de Goiânia receberam ofícios que pedem também a suspensão dos direitos e da convocação do primeiro suplente dele.
Zander não compareceu às sessões da última semana e não atendeu às ligações da reportagem neste domingo (28).
Não há chaces do vereador recorrer da decisão, mas o réu pode tentar suspender os efeitos de sua condenação através de habeas corpus.
Em dezembro passado, Zander afirmou ao Jornal Opção Online que iria cumprir “tranquilamente” o restante de seu mandato. Ele pode cumprir nove anos de prisão e perder o mandato na Casa.
O caso
Além de Zander, o ex-vereador Amarildo Pereira foi condenado a ressarcir os cofres públicos no valor de R$ 114.748 mil. Os dois acusados foram diretores financeiros da extinta Companhia de Obras do Município (Comob), em 2000, e teriam alterado cheques destinados, originalmente, para o recolhimento de INSS.
De acordo com a denúncia do MPGO, o esquema fraudulento teria começado com Amarildo, que foi sucedido por Zander, que depois, foi eleito vereador. A companhia municipal teria pago em duplicidade a Terra Construtora, por serviços prestados ao município.
Na opinião de Adegmar Ferreira, houve total intenção deles em lesar o patrimônio público. “A indicação de Zander por Amarildo para sucedê-lo na diretoria administrativa da Comob, não sem antes o compromisso de desviar dinheiro público, são elementos seguros que denotam o dolo do acusado Amarildo na estruturação e organização da quadrilha sugadora dos recursos públicos”, avaliou o magistrado. O juiz ressaltou também que o crime prejudicou todos os goianienses.
A sentença ainda condenou Vinícius Costa de Amorim, antigo sócio da Terra; Jarí Souza Barreira, que teria se beneficiado com cheques — mesmo sem prestar nenhum serviço na Comob — e Geraldo Miguel dos Santos. Este último era o contador, que teria recebido comissão dos cheques descontados. Eles cumprirão cinco, nove anos e dois anos de prisão, respectivamente.