Vereador de Ceres vira réu por posse irregular enquanto estava foragido
29 outubro 2025 às 19h14

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O vereador eleito de Ceres, Osvaldo José Seabra Júnior, tornou-se réu após decisão da 1ª Vara Criminal do município, proferida na última semana. Ele é acusado pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) de participar de um esquema fraudulento para realizar uma cerimônia de posse clandestina, em 1º de janeiro de 2025, enquanto estava foragido da Justiça.
Além de Osvaldo, também foram denunciados Kaio Diego da Costa, Glicério de Moraes Mendes Júnior e Daniel José Prados Silva. De acordo com a denúncia apresentada pelo promotor de Justiça Pedro Furtado Schmitt Corrêa, o vereador eleito era alvo de mandado de prisão em decorrência de uma operação contra o tráfico de drogas.
Para escapar da prisão, teria contado com o auxílio do assessor jurídico da Câmara, Daniel Silva, e do então presidente da Casa, Glicério Mendes, para simular o ato de posse. Segundo o MPGO, Daniel elaborou um documento ideologicamente falso, assinado por Glicério e por Osvaldo, atestando a posse do parlamentar.
Kaio, por sua vez, teria auxiliado no transporte do foragido até a Câmara. O suposto ato durou cerca de três minutos e foi registrado pelas câmeras de segurança do prédio. As imagens mostram Osvaldo entrando na Câmara com boné e óculos escuros, tentando ocultar o rosto.
A investigação também incluiu a quebra de sigilo telefônico, que revelou comunicações entre os acusados para combinar a ação. De acordo com o Ministério Público, o procedimento não seguiu as formalidades exigidas pelo regimento interno da Câmara Municipal, como a entrega do diploma e da declaração de bens.
Em diligência realizada no dia 7 de janeiro, o órgão constatou a ausência dos documentos necessários à posse. A denúncia foi recebida pela Justiça, que determinou a citação dos quatro acusados para apresentarem resposta no prazo de dez dias.
O MPGO também pediu a fixação de valor mínimo de R$ 10 mil por danos materiais e morais coletivos para cada réu. Os crimes imputados são falsidade ideológica e favorecimento pessoal.
Segundo o Ministério Público, a suposta fraude “comprometeu a credibilidade das instituições democráticas e violou a solenidade de um ato público”.
A reportagem tentou contatar o vereador, mas não foi possível até o fechamento da edição. O espaço está aberto.
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