O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso preventivamente neste sábado, 22, em um condomínio de luxo em Brasília e encaminhado à Superintendência da Polícia Federal do Distrito Federal. Ele ficará na chamada sala de Estado-Maior, que conta tem 12 m² e foi recentemente reformada. O espaço conta com banheiro privativo, cama, escrivaninha, televisão, frigobar e ar-condicionado. A estrutura é semelhante à que abrigou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando esteve detido na PF em Curitiba e o ex-presidente Michel Temer, quando ele foi detido em São Paulo. Veja o vídeo abaixo:

A legislação brasileira assegura a autoridades com prerrogativa de função, como ex-presidentes, condições diferenciadas de detenção, em ambientes compatíveis com salas de Estado-Maior. Mas a expectativa é que Bolsonaro seja transferido para o Complexo da Papuda para começar a cumprir a pena em regime fechado.

Caso fico mais dias no espaço, a defesa de Bolsonaro poderá solicitar à Polícia Federal e ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para levar itens como eletroeletrônicos, livros e pertences pessoais.

Na decisão que determinou a prisão de Bolsonaro, Moraes destacou risco concreto de fuga. O ministro citou um alerta do Centro de Monitoração do Distrito Federal, que apontou violação do equipamento de monitoramento eletrônico de Bolsonaro às 0h08 deste sábado. Segundo o relatório, haveria indícios de tentativa de rompimento da tornozeleira eletrônica.

Para Moraes, a situação foi agravada pela convocação de uma vigília no condomínio do ex-presidente, feita pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o que poderia gerar aglomeração, tumulto e facilitar eventual fuga. O magistrado classificou o ato como uma incitação ao desrespeito às instituições e afirmou que a movimentação colocava em risco a efetividade da prisão domiciliar que Bolsonaro cumpria desde agosto.

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