Vanderlei Luxemburgo detona comentário de Eduardo Bolsonaro : “humano não pensa assim”

03 março 2019 às 10h03
COMPARTILHAR
Deputado federal tinha postado nas redes sociais, após morte de neto de Lula, que ex-presidente era preso comum e que era absurdo cogitar sua saída, “posando de coitado”
Francisco Costa
A fala do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) sobre a morte de Arthur, 7 anos, neto do ex-presidente Lula, continua a repercutir. Na noite de sábado, 2, o treinador Vanderlei Luxemburgo publicou um vídeo no Twitter em que chama a atenção do parlamentar.
“Quem é avô sabe a dor que tem quando perde um neto. A sua fala foi inoportuna e oportunista. Ser humano não pensa assim”, disse o treinador.
Polêmica
Em postagem, já apagada, Eduardo afirmou via Twitter que “Lula é preso comum e deveria estar num presídio comum. Quando o parente de outro preso morrer, ele também será escoltado pela PF para o enterro? Absurdo até se cogitar isso, só deixa o larápio em voga posando de coitado”.
Após a polêmica, o filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL) publicou outro texto no microblog: “Perguntado se Lula deveria sair da cadeia respondi que não – até por uma questão de isonomia com os demais presos. Agora, sobre a morte da criança é óbvio que é um fato lamentável e indesejável. Isso independe de ideologia. Não misturem as coisas.”
Não é exclusividade
A Lei de Execução Penal, em seu artigo 120, prevê a possibilidade de condenados em regime fechado saírem da prisão. “Poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos: falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão; necessidade de tratamento médico.” O neto é um descendente de 2º grau, conforme a legislação.
Matéria publicada no Estadão, em 30 de janeiro, apresenta estatística sobre autorizações semelhantes a concedida ao ex-presidente Lula. Segundo dados do Departamento Penitenciário (Depen), Ministério da Justiça e Segurança Pública, de 2014 a junho de 2016, uma média de 12,8 mil detentos puderam sair provisoriamente, por mês, para comparecer a velórios. O relatório não fala das negativas.