Ex-prefeito de Senador Canedo falou sobre decisão momentos antes da oficialização de seu nome para disputa ao governo. Peemedebistas definiram candidato no último dia 11

Entre Marina Silva e Eduardo Campos (esquerda), Vanderlan disse que tentativa de negociação com Iris não tiveram sucesso. Foto: Marcello Dantas/Jornal Opção Online
Entre Marina Silva e Eduardo Campos (direita), Vanderlan disse que tentativa de negociações com Iris não tiveram sucesso. Fotos: Marcello Dantas/Jornal Opção Online

O candidato pelo PSB ao governo de Goiás, Vanderlan Cardoso, confirmou na tarde deste sábado (14/6) que antecipou a convenção que homologou seu nome para a disputa com o objetivo de encerrar as especulações de que poderia ser o vice do candidato pelo PMDB, Iris Rezende, que também concorre ao Palácio das Esmeraldas. A fala veio durante entrevista coletiva concedida a jornalistas em auditório da Assembleia Legislativa, em Goiânia, antes do início do evento.

“Um dia atrás eu era vice de fulano, agora de beltrano. Daqui a pouco, o pessoal me coloca nem como candidato. Então, decidimos adiantar, e nós já estamos com um projeto definido e tem a garantia do partido”, relatou o ex-prefeito de Senador Canedo. O nome de Iris foi lançado oficialmente na última quarta-feira (11), em Goiânia, com a presença do vice-presidente da República, Michel Temer, e do presidente nacional da sigla, o senador Valdir Raupp (RO).

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Vanderlan estava acompanhado do presidenciável Eduardo Campos, que dirige a legenda a nível nacional, e da vice do pernambucano, Marina Silva (PSB-Rede Sustentabilidade). Ambos estiveram na capital para participar da convenção que homologou o nome do goiano.

O empresário afirmou que acredita em seu projeto político e, por isso, não há motivos para deixar a confirmação para o último prazo para as convenções, o dia 30 de junho.

Boatos do PMDB e do governo

Mais cedo, o ex-secretário de Fazenda do Estado e presidente do PRP de Goiás, Jorcelino Braga, disse ao Jornal Opção Online que a data do evento foi adiantada a partir de uma resolução do PSB nacional. Segundo ele, o regimento da legenda prevê que as convenções regionais sejam realizadas entre 14 e 21 de junho. A data de hoje, informou, foi a única que se encaixava na agenda de Campos.

Questionado sobre a veracidade de que Vanderlan sairia na vice da chapa majoritária peemedebista, Braga suspeitou que os boatos teriam partido do próprio PMDB. “Vendo que não ia adiantar, eles pararam”, avaliou, completando que o governo estadual teria feito a mesma coisa.

Adversários

Sobre os desafios de enfrentar Iris e o governador Marconi Perillo (PSDB), Vanderlan relembrou que passou pela mesma situação nas eleições de 2010. O empresário ressaltou que na época saiu com uma candidatura em cima da hora e era mais conhecido na cidade que administrou, onde obteve quase 20% dos votos.

Segundo a análise dele, os números mostraram que a população já não queria mais polarização. E agora, que está com mais tempo, pôde fazer pré-campanha e conhece melhor a realidade do Estado do que anteriormente.

Chapa aberta

O governadoriável ainda observou que o nome para a sua vice será escolhido pelos partidos que formam a aliança de sua campanha. Até o momento, são eles PRP e PSC. Em contrapartida, a vaga ao Senado está definida: é o procurador da Advocacia Geral da União Aguimar Jesuíno (PSB-Rede Sustentabilidade).

Homologação

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Aliados do PSB-Rede Sustentabilidade, PSC e PRP posam para foto em evento que oficializou Vanderlan ao governo estadual

Vanderlan foi oficializado como o pré-candidato ao governo estadual pelo PSB em convenção partidária realizada na Assembleia Legislativa. Como reforço, vieram ao evento Campos e Marina, pré-candidatos a presidente e a vice, respectivamente. Marcado para as 14h, a cerimônia começou após mais de 3h de atraso e terminou às 18h38, o que tirou do sério os próprios militantes e jornalistas. Antes, porém, os três concederam cerca de 20 minutos de entrevista coletiva no salão nobre Henrique Santillo.

Já com a mesa formada e o auditório Costa Lima lotado, o primeiro a discursar foi o atual prefeito de Senador Canedo, Misael Oliveira (PDT), que mencionou erros que estariam sendo cometidos pelo atual governo do Estado. O pedetista ensinou que existem dois grupos políticos que acham que somente eles estão no direito de governar Goiás, o que agora deve ser feito pelo seus aliados. A fala dele foi seguida da esposa de Vanderlan, Isaura Cardoso, que fez uma oração, e do candidato ao Senado da coligação, o procurador da Advocacia Geral da União Aguimar Jesuíno (PSB-Rede Sustentabilidade).

Marina discursa para militantes e políticos, como ex-governador Alcides Rodrigues e o vereador Elias Vaz, candidatos a deputado estadual
Marina discursa para militantes e políticos, como ex-governador Alcides Rodrigues e o vereador Elias Vaz, candidatos a deputado estadual

Na sequência, veio ex-ministra Marina, que antes de sua pronúncia foi aclamada aos gritos de “Brasil não desanima, a solução é Eduardo e Marina”. Em referência aos boatos de que Vanderlan poderia compor com Iris, a ex-ministra do Meio Ambiente afirmou que um político o qual todos ficam “correndo atrás” para ser vice deveria ser, na verdade, o “titular” da chapa.

Em discurso que durou pouco mais de 12 minutos para uma sala lotada, em que os presentes faziam bastante barulho, a acreana demonstrou-se incomodada com os sons estridentes das buzinas. “Vamos deixar essas vuvuzelas para depois, para o gol. E o gol é Eduardo para presidente do Brasil”, pediu, fazendo referência ao clima de Copa do Mundo de futebol.

Ela avaliou que nessas eleições não só o povo goiano, mas todos os brasileiros, devem romper com as “algemas do passado”, em clara referência a polarização eleitoral existente há décadas entre o governador Marconi e Iris. O povo de Goiás, segundo avaliou, será a base da vitória, e estimulou os eleitores a não votarem para o retorno do “atraso do PSDB e com a estagnação do PT”.

Vanderlan por cerca de 10 minutos e disse que a caminhada até a convenção foi difícil, mas valeu a pena. “A Marina disse que todos me querem na vice e há muito tempo tem essa ladainha em Goiás”, citou, relembrando que no momento os outros candidatos estão oferecendo “pacotes de bondades” para que componha com outras chapas. O ex-prefeito disse que não pretende oferecer estrutura e cargos para conquistar aliados e se eleger. No entanto, destacou que no caso dele essas negociações vão cessar –– seja com grupos empresariais ou legendas partidárias. Por isso, quer ser vitorioso entrando pela porta da frente.

A fala de Campos foi a mais longa, durou quase 20 minutos, e na oportunidade destacou que veio a Goiânia com Marina para trazer a mensagem de como veem o Brasil e Goiás dentro dele. Repetindo pontos que ressaltou anteriormente na entrevista coletiva e em debate no 86º Encontro Nacional da Indústria da Construção na capital, em maio, o ex-governador intercalou uma série de melhorias que os brasileiros estavam recebendo nos últimos tempos, mas que foram estagnadas. Para ele, os benefícios de programas sociais, econômicos e no meio ambiente devem ser continuados.