Vacinas falsas da Pfizer são aplicadas no México e Polônia
21 abril 2021 às 14h52
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Farmacêutica que produz imunizantes contra a Covid-19 disse que criminosos se aproveitam de momento de escassez global das vacinas e exploram vulnerabilidade das pessoas
80 pessoas receberam falsas vacinas da Pfizer no México e na Polônia. Sendo vendidas por um valor de U$ 1.000 a dose (cerca de R$ 5.570), os frascos com injeções continham uma substância desconhecida na clínica mexicana e um medicamento anti-rugas na Polônia. Até o momento, as pessoas não pareceram desenvolver efeitos colaterais após a “vacinação”, mas elas seguem em monitoramento.
A fraude foi denunciada pela própria farmacêutica norte-americana nesta quarta-feira, 21. Em nota, a Pfizer Global afirmou que identificou os casos de falsificação e que “os pacientes nunca devem procurar a compra de vacinas online, uma vez que nenhuma vacina verdadeira está disponível e apenas centros médicos e profissionais da saúde competentes estão autorizados a aplicar as vacinas”.
“Estamos cientes que com esse tipo de ambiente –alimentada pela facilidade e conveniência do comércio virtual e pela anonimidade da internet– haverá um aumento de fraudes, desvios e outras atividades ilícitas ligadas às vacinas para Covid-19 e possíveis tratamentos contra a doença.”
Ainda, disse que a Pfizer possui “décadas de experiência em proteção contra malfeitos e desvio de produtos para poder antecipar e prevenir potenciais ameaças à produção global da Pfizer/BioNTech das vacinas contra Covid”. “Nosso largo time de profissionais, incluindo ex-funcionários das forças policiais e cientistas forenses são especialistas em monitorar as tendências [de golpes] e têm meios de identificar possíveis ameaças para a cadeia legítima de produção global, e continuarão a atuar com as autoridades, governos e profissionais da saúde para combater a venda ilegal de vacinas.”
As autoridades reforçam que as vacinas contra Covid-19 não estão atualmente à venda para usuário e são apenas distribuídas aos governos e, portanto, qualquer pessoa que fizer uma compra também corre o risco de financiar organizações criminosas em todo o mundo.
No Brasil, após denúncia de empresários recebendo a vacina da Pfizer ilegalmente em um estacionamento da empresa Saritur, em Belo Horizonte, a Polícia Federal confirmou que o conteúdo dos frascos era soro fisiológico. A análise foi feita após mandados de busca e apreensão na casa da falsa enfermeira responsável por aplicar as doses.
A falsa vacinação em empresários e familiares ocorreu no dia 24 de março, conforme revelou a revista Piauí. Cada pessoa que recebeu o suposto imunizante teria pago R$600 pelas duas doses.