O professor e pesquisador da Universidade Federal de Goiás (UFG), Thiago Rangel aponta que com essa taxa de mutações e surgimento de novas cepas do vírus, o uso da máscara se torna ainda mais importante

Obrigatoriedade do item ainda é contestada por muitos | Foto: Pixabay

O uso da máscara,  polêmico no início da pandemia do novo coronavírus veem mantendo a discussão acesa sobre sua obrigatoriedade e eficácia no combate à Covid-19.  Mas, especialista garante a eficácia e comprovação científica no quesito proteção,  em conjunto com o distanciamento social e a higienização das mãos.

O professor e pesquisador da Universidade Federal de Goiás (UFG), Thiago Rangel afirmou ao Jornal Opção que diversos estudos tem provado que a máscara funciona, sendo de extrema relevância o seu uso, com a chegada da segunda onda. “Com o aumento, e com essa taxa de mutações e surgimento de novas cepas do vírus a máscara se torna ainda mais importante”, pontua.

Segundo Thiago, existe um estudo que mostra que duas pessoas que estiverem a dois metros de distância usando máscara N-95, a chance de contaminação e transmissão do vírus é baixíssima. “A máscara N-95, que é a máscara profissional, está ficando de uso obrigatório na Europa, e essa máscara para nós que não somos da área da saúde não nem se quer descartável, pode usá-la várias vezes”, destaca.

A fala do especialista vai de encontro ao que tem sido defendido pela vereadora Gabriela Rodart (DC). A vereadora, que chegou a se recusar a usar o equipamento de segurança, na sessão desta quarta-feira, 10, surpreendeu ao usar a máscara.

“Coloco aqui em respeito aos pares da Casa. Eu não quero constrangê-los, mas a minha posição continua a mesma, até porque a Lei das máscaras é anti natural e nenhuma Lei anti natural tende a permanecer”, esclarece a vereadora.

Ainda segundo ela, existe um projeto de sua autoria para ser protocolado que é contra o uso obrigatório de máscara. “Eu sempre fui contra isso, até porque eu não acredito em imposição estatal ainda mais quando não tem base científica, quando eles colocam uma coisa sem ter um respaldo técnico. Então, se a gente for colocar apenas por achismos, vamos estar fadados realmente ao fracasso”, conclui.

Risco de contaminação

Sobre o risco de transmissão, Thiago diz que depende muito da qualidade da máscara e se a pessoa faz o uso corretamente, cobrindo o nariz e a boca. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças, (CDC, na sigla em inglês) dos Estados Unido,  apontou em um de seus estudos  que o risco de contaminação por meio de superfícies é muito baixo, assim como quando da realização de atividades ao ar livre. Porém, o risco é muito alto em reuniões realizadas em espaços fechados, como escritórios, locais para cultos religiosos, salas de cinema ou teatros.

De acordo com o órgão inglês, conversando com alguém frente a frente (com máscara), o risco é baixo, se o tempo for inferior a 4 minutos. Em relação a estar próximo de alguém (com aproximadamente 2 metros de distância), baixo risco se o limite for inferior a 45 minutos.

Ainda segundo dados do CDC, são necessárias aproximadamente 1.000 partículas virais (pv) para iniciar a doença, a quantidade de carga viral emitida a partir de ações humanas pode variar. Na respiração são 20 pv/minuto, na fala são 200 pv/minuto, ao tossir são 200 milhões de pv (o suficiente pode permanecer no ar por horas em um ambiente mal ventilado). Já no espirro são 200 milhões pv.