A Universidade Federal de Goiás (UFG) enfrenta uma batalha silenciosa para manter suas atividades diante de um cenário nacional de desmonte no financiamento da educação superior. Em 2026, o governo federal prevê repassar R$ 17,9 bilhões para universidades e agências de fomento à ciência e tecnologia, valor 53% menor do que o destinado em 2014, quando os recursos somaram R$ 32,5 bilhões, corrigidos pela inflação. Os dados são do Observatório do Conhecimento, apresentados na Câmara dos Deputados.

Na UFG, os reflexos dessa política já foram sentidos em 2025. A universidade sofreu um corte de R$ 340 milhões em relação ao orçamento originalmente proposto, agravado pelo atraso na aprovação da Lei Orçamentária Anual. Até maio, os repasses mensais estavam limitados a 1/18 dos gastos discricionários, o que causou atrasos em pagamentos de contratos essenciais e deixou a situação “muito crítica”.

A recomposição de R$ 400 milhões anunciada pelo Ministério da Educação em maio permitiu à UFG regularizar parte das contas, mas não foi suficiente para garantir estabilidade. A universidade segue dependente de emendas parlamentares para manter serviços básicos e projetos em andamento.

O orçamento discricionário previsto para todas as universidades federais em 2026 será de R$ 7,85 bilhões, apenas 45% do que era destinado em 2014, dividido entre 69 instituições, dez a mais do que naquele ano. Para investimentos, o valor é de apenas R$ 335,9 milhões, o equivalente a 5,67% do que foi destinado em 2014. Segundo o relatório, isso impede a melhoria e expansão estrutural das universidades.

A UFG detalhou seus planos de aquisição de bens e serviços no documento “PCA_2025”, mas o planejamento esbarra na escassez de recursos. Com orçamento comprimido, a universidade luta para preservar a qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão.

A reportagem procurou a UFG, mas, até o fechamento desta edição, não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.

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