O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o desejo do atual presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, é de fazer uma transição mais longa na substituição do comando da autoridade monetária. O pedido para que o anúncio do nome do sucessor seja feito mais cedo foi levado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Iniciado em 2021, o mandato de Campos Neto se encerra em 31 de dezembro.

A indicação dos nomes para sucessão cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sendo o atual presidente do Banco Central escolhido pela gestão anterior. Aprovada em fevereiro de 2021, ainda durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, a autonomia do BC limitou a influência do Executivo sobre as decisões relacionadas à política monetária.

Haddad reforçou que, nas quatro vezes em que foi ouvido por Lula sobre indicações ao BC, houve definição de nomes segundo critérios técnicos, de personalidade e de capacidade de comunicação e diálogo. “Não penso que Lula mudará sua diretriz de escolher grandes nomes para o Banco Central, inclusive substituto de Campos Neto”, disse à GloboNews, ao reforçar que não viu nenhuma das indicações do governo ao BC sendo questionadas.

O presidente do banco assume sempre no primeiro dia útil do terceiro ano de cada governo. Assim, o chefe do Executivo federal só poderá efetuar uma troca no comando do BC a partir do terceiro ano de gestão. No caso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), isso só acontecerá em 1º de janeiro de 2025.

Recentemente, o próprio Campos Neto disse que o ideal seria que o governo Lula indicasse o nome do próximo presidente do BC antes mesmo do fim deste ano, para facilitar o processo de transição. Nos bastidores, o nome mais cotado para o cargo é o de Gabriel Galípolo, ex-número 2 de Haddad na Fazenda e atual diretor de Política Monetária do BC.

A diretoria colegiada do Banco Central é composta por um presidente (Roberto Campos Neto) e oito diretores. Essa também é a composição do Comitê de Política Monetária (Copom), responsável por definir a taxa básica de juros da economia, a Selic, a cada 45 dias. Veja abaixo os mandatos que se encerram nos próximos anos.

Mandatos até 2024

Otávio Ribeiro Damaso
Diretor de Regulação
Mandato fixo: de 23 de abril de 2015 a 31 de dezembro de 2024.

Carolina de Assis Barros
Diretora de Administração
Mandato fixo: de 25 de abril de 2018 a 31 de dezembro de 2024.

Mandatos até 2025

Diogo Abry Guillen
Diretor de Política Econômica
Mandato fixo: de 27 de abril de 2022 a 31 de dezembro de 2025.

Renato Dias de Brito Gomes
Diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução
Mandato fixo: de 27 de abril de 2022 a 31 de dezembro de 2025.

Mandatos até 2027

Ailton de Aquino Santos
Diretor de Fiscalização
Mandato fixo: de 12 de julho de 2023 a 28 de fevereiro de 2027.

Gabriel Galípolo
Diretor de Política Monetária
Mandato fixo: de 12 de julho de 2023 a 28 de fevereiro de 2027.