Foram expedidos mandados para Goiás e mais seis Estados do país com vistas a desarticular uma quadrilha especializada em tráfico internacional de drogas

Projeto de submarino semelhante ao que os traficantes pretendiam construir
Projeto de submarino semelhante ao que os traficantes pretendiam construir

Pelo menos duas pessoas foram presas em Goiás nesta sexta-feira (23/5) durante a deflagração da Operação Águas Profundas, por parte da Polícia Federal e da Receita Federal. Foram expedidos mandados para Goiás e mais seis Estados do país com vistas a desarticular uma quadrilha especializada em tráfico internacional de drogas.

Segundo as investigações, o grupo faturava mais de R$ 5 milhões semanais com as ações ilegais. Para facilitar o transporte de mercadorias, a quadrilha havia concluído o planejamento para a construção de um submarino e pretendia criar uma empresa aérea para voos internacionais. Os traficantes mantinham atividades em cerca de 30 países, entre eles EUA, China, Espanha, França e África do Sul.

De acordo com o delegado Bruno Gama, responsável pela operação, o grupo fechou uma mineradora na África para viabilizar a construção do submarino no local, com a ajuda de engenheiros colombianos. A ideia era transportar a droga de Venezuela para o Suriname, onde ela seria colocada em pequenas embarcações e levadas para a África, de onde seguiria para a Europa.

A ambição de montar uma empresa aérea, no entanto, não foi concretizada. Eles iriam utilizá-la para poder transportar as mercadorias ilegais entre diferentes países sem levantar suspeita. O delegado destaca o profissionalismo da quadrilha: “Sempre coordenada por um líder, o qual coloca em prática os mesmos princípios da economia de mercado, com a utilização de diversos mecanismos contábeis, comerciais e cambiais, sempre visando o maior lucro possível e a redução constante de custos”, disse.

Foram expedidos 28 mandados de condução coercitiva, 47 de busca e apreensão e 10 de prisão preventiva. Além de Goiânia, centro da operação, as buscas estão sendo realizadas em cidades como Aparecida de Goiânia, Goiatuba, Rio Verde (GO); Guarujá, Ribeirão Preto, Bertioga, São Paulo, Campinas e Santos (SP); Belém e Icoaraci (PA); Londrina (PR); Belo Horizonte (MG); São José do Xingu (MT); e Itajaí (SC). O líder do grupo não foi localizado em Goiás e está sendo procurado em São Paulo.

Segundo a PF, 46 imóveis da quadrilha foram bloqueados, além de veículos, casas, fazendas, lotes, hotel e dezenas de contas bancárias, num total avaliado em mais de R$ 100 milhões. 250 policiais federais e 25 servidores da Receita Federal participam da operação.