Traficantes planejavam construir submarino e constituir empresa aérea

23 maio 2014 às 17h58

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Foram expedidos mandados para Goiás e mais seis Estados do país com vistas a desarticular uma quadrilha especializada em tráfico internacional de drogas

Pelo menos duas pessoas foram presas em Goiás nesta sexta-feira (23/5) durante a deflagração da Operação Águas Profundas, por parte da Polícia Federal e da Receita Federal. Foram expedidos mandados para Goiás e mais seis Estados do país com vistas a desarticular uma quadrilha especializada em tráfico internacional de drogas.
Segundo as investigações, o grupo faturava mais de R$ 5 milhões semanais com as ações ilegais. Para facilitar o transporte de mercadorias, a quadrilha havia concluído o planejamento para a construção de um submarino e pretendia criar uma empresa aérea para voos internacionais. Os traficantes mantinham atividades em cerca de 30 países, entre eles EUA, China, Espanha, França e África do Sul.
De acordo com o delegado Bruno Gama, responsável pela operação, o grupo fechou uma mineradora na África para viabilizar a construção do submarino no local, com a ajuda de engenheiros colombianos. A ideia era transportar a droga de Venezuela para o Suriname, onde ela seria colocada em pequenas embarcações e levadas para a África, de onde seguiria para a Europa.
A ambição de montar uma empresa aérea, no entanto, não foi concretizada. Eles iriam utilizá-la para poder transportar as mercadorias ilegais entre diferentes países sem levantar suspeita. O delegado destaca o profissionalismo da quadrilha: “Sempre coordenada por um líder, o qual coloca em prática os mesmos princípios da economia de mercado, com a utilização de diversos mecanismos contábeis, comerciais e cambiais, sempre visando o maior lucro possível e a redução constante de custos”, disse.
Foram expedidos 28 mandados de condução coercitiva, 47 de busca e apreensão e 10 de prisão preventiva. Além de Goiânia, centro da operação, as buscas estão sendo realizadas em cidades como Aparecida de Goiânia, Goiatuba, Rio Verde (GO); Guarujá, Ribeirão Preto, Bertioga, São Paulo, Campinas e Santos (SP); Belém e Icoaraci (PA); Londrina (PR); Belo Horizonte (MG); São José do Xingu (MT); e Itajaí (SC). O líder do grupo não foi localizado em Goiás e está sendo procurado em São Paulo.
Segundo a PF, 46 imóveis da quadrilha foram bloqueados, além de veículos, casas, fazendas, lotes, hotel e dezenas de contas bancárias, num total avaliado em mais de R$ 100 milhões. 250 policiais federais e 25 servidores da Receita Federal participam da operação.