Mauro Carlesse (PSL), foi afastado por decisão do Superior Tribunal de Justiça no dia 20 de outubro

Uma reportagem do ‘Fantástico’ da rede Globo, exibida neste domingo, 31, mostra que o médico Luciano Teixeira contou detalhes de como a estrutura do governo do Tocantins e da polícia teria sido usada para cobrar propinas de empresários do setor de saúde pelo governador Mauro Carlesse (PSL). Ele foi afastado por decisão do Superior Tribunal de Justiça, no dia 20 de outubro, acusado de liderar o esquema criminoso.

Segundo a reportagem, a família do médico Luciano de Castro Teixeira é dona de um dos maiores hospitais de Palmas. Depois de prestar queixa à polícia, ele passou a fazer denúncias graves em redes sociais.

“Nós temos duas UTIs fechadas desde o ano passado por falta de recebimento do Plansaúde. E, enquanto isso, os pacientes do Plansaúde estão morrendo”, disse em vídeo de agosto do ano passado. O Plansaúde é o plano de assistência médica dos servidores públicos do Tocantins.

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“Todo esse atraso de pagamento tinha uma intenção: criar uma dificuldade para vender uma facilidade. Extorquir os hospitais e clínicas”, afirma o médico ao Fantástico. O repórter questionou se não pagava propina, não recebia do governo, e o médico disse:”tinha que dar um cheque para eles antes, para depois receber”.

Investigação

As investigações da Polícia Federal apontam que, empresas usadas no esquema emitiam notas de produtos hospitalares nos valores da propina. Esses produtos não existiam. Os hospitais e clínicas extorquidos pagavam esses valores e a nota era cancelada. Segundo a decisão do Superior Tribunal de Justiça, o governo nomeou aliados para controlar todas as investigações de corrupção que vinham sendo feitas pela Polícia Civil.

Ainda segundo as apurações, os valores da propina eram negociados pelo Secretário Especial de Parcerias e Investimentos, Claudinei Aparecido Quaresemin, que é sobrinho do governador, e também foi afastado do cargo

Por meio de nota, a defesa de Carlesse e de seu sobrinho Quaresemin disse que os dois sempre exerceram suas funções com correção e probidade e que não foram ouvidos pela Justiça nem tiveram pleno acesso às investigações.