Temer indica Serraglio para Ministério da Justiça e causa mal estar no PMDB
23 fevereiro 2017 às 19h04
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Insatisfeito com indicação, vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho (PMDB), anunciou rompimento com presidente
O deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR) será o próximo ministro da Justiça. O porta-voz da Presidência da República, Alexandre Parola, informou na noite desta quinta-feira (23/2) que o parlamentar aceitou o convite do presidente Michel Temer (PMDB) para assumir a pasta, no lugar de Alexandre de Moraes, que assumiu vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).
“Jurista e congressista com larga trajetória parlamentar na Câmara dos Deputados, o deputado traz sua ampla experiência profissional e política para o trabalho de levar adiante a agenda de atribuições sob sua responsabilidade”, afirmou Parola.
A indicação de Serraglio causou divergências dentro da bancada do partido na Câmara. O vice-presidente da casa, Fábio Ramalho (PMDB-MG) anunciou seu rompimento com o presidente e afirmou que quer impor derrotas sucessivas ao Palácio do Planalto no Congresso.
O PMDB de Minas Gerais esperava que algum nome da bancada fosse indicado para assumir o ministério. O nome de Rodrigo Pacheco (PMDB-MG) chegou a ser cotado, mas acabou descartado pelo presidente. Temer teria ligado para o vice-presidente da Câmara e prometeu criar um novo ministério para ser comandado por um peemedebista mineiro.
Fábio disse, então, que a bancada não aceitará a criação de novos ministérios por ouvir as ruas. De acordo com o Estadão, o mineiro anunciou então o rompimento ao presidente, que disse “Que seja feita sua vontade”. Ramalho respondeu: “Se prepara que o senhor vai ter muitas derrotas no Parlamento”.
O peemedebista de Minas é o coordenador da bancada mineira na Câmara, que tem 53 deputados. Ele afirmou que trabalhará para convencer os parlamentares mineiros e os insatisfeitos com o governo a reformularem a Reforma da Previdência, um dos principais projetos do governo federal.
O PMDB tem reclamado de ter um espaço menor que o PSDB. Além do Ministério da Justiça, os peemedebistas também queriam a liderança do governo, que deve ser entregue ao deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). (Com informações da Agência Brasil)