Temer determina a ministros que parem de trabalhar por Maia na eleição da Câmara
27 janeiro 2017 às 09h44

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Após reunião tensa com Jovair Arantes (PTB-GO) presidente ligou para auxiliares e garantiu que não interferirá no processo, revela deputado

A reunião com o deputado federal Jovair Arantes (PTB-GO) acendeu alerta vermelho no Palácio do Planalto para uma crise na base aliada.
Após ouvir, por quase duas horas, reclamações de que seu governo está trabalhando pesado para a (questionável) reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara, o presidente Michel Temer (PMDB) resolveu agir: pegou o telefone e ligou para o braço direito, ministro Eliseu Padilha (PMDB-RS), determinando que seus auxiliares parem de interferir no processo.
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Integrante da comitiva de 15 deputados e o presidente do PTB, Roberto Jefferson, que participou da reunião, Célio Silveira (PSDB-GO) contou ao Jornal Opção que Temer se mostrou sinceramente preocupado com o que estava acontecendo.
“Vimos que ele não estava jogando, pois sabe que ficará muito ruim se o governo tratorasse a candidatura de Jovair, que tem uma base muito forte. Afinal, nós votamos os projetos, apoiamos as medidas e não pode haver preferência. Foi isso que vimos em Temer”, revelou.
A cinco dias da eleição, apenas três candidatos seguem na disputa pela presidência da Câmara, o atual presidente, que tentará — na Justiça — conseguir pelo menos registrar sua candidatura; o goiano Jovair Arantes (PTB), tido como o nome dos deputados; e André Figueiredo (PDT-CE), que representa parte da esquerda e da oposição.
Segundo Célio Silveira, os apoios que Maia tem recebido de cúpulas partidárias, como o PSD, o PP, e o próprio PSDB — ao qual é filiado — não significa nada. “Não existe, hoje, esse negócio de apoio de líder de bancada. Deputado vai votar com sua cabeça, não vende voto porque sabe o que está em jogo. Voto é secreto e na urna”, completou.
Questionado se a legalidade da reeleição do atual presidente foi discutida com Temer, o tucano de Goiás refutou: “Quem tem que decidir isso é a Justiça, nós vamos ganhar é no voto”.