Sua ingestão diária de açúcar é muito maior do que seu corpo precisa. Entenda
05 maio 2018 às 14h46

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A OMS sugere que o consumo de açúcar não passe de 5% do total de calorias ingeridas durante um dia; especialista diz que quantidade muda de pessoa para pessoa

Em um dia normal, o brasileiro faz em média três refeições, de acordo com o estudo Brasil Food Trends 2020, do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital). Mesmo assim, ainda existem os pequenos lanches feitos durante uma hora e outra: os salgados de massas, doces, sucos, refrigerantes e outros produtos industrializados. No fim, o total resulta em muito mais açúcar do que o corpo precisa durantes as 24 horas do dia.
A preocupação com o açúcar é real. Visto como um dos principais vilões na alimentação, o consumo exagerado desse carboidrato está ligado ao ganho de peso e a várias doenças como a obesidade, diabetes tipo II e de complicações cardíacas.
Por causa dos riscos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já alertou que a ingestão de açúcares, de todos os tipos, não deve passar de 5% do total de calorias consumidas por dia por uma pessoa, o que equivale a 25 gramas. Mas, a Pesquisa de Orçamento Familiar do IBGE mostrou que a média de consumo de um homem adulto é de 96,3 gramas por dia e de uma mulher é de 90,7 gramas, ou seja, quase que quatro vezes o recomendado. O número com certeza precisa ser reduzido.
Por isso, o Jornal Opção conversou com uma especialista no assunto para dar dicas e explicar como funciona uma alimentação onde o açúcar é consumido de forma correta. A nutricionista Victória Guimarães disse primeiramente à reportagem que a recomendação da OMS é correta, mas que a quantidade muda para cada pessoa, devido às necessidades energéticas serem diferentes. “É necessário procurar um profissional que oriente a maneira certa de consumir cada tipo de alimento, como o açúcar, pois somos todos únicos e precisamos descobrir o que funciona e como funciona em cada corpo”, conta.
Porém, de acordo com a nutricionista. “uma dica simples para começar diminuir o consumo de açúcar no dia a dia é substituir alimentos industrializados e processados por alimentos in natura, como frutas”. Sobre cortar de vez o açúcar, a profissional diz que também é possível. “O açúcar de adição, este compramos para incluir nos alimentos pode ser descartado sem problemas”, completa.
É o que faz a advogada Juliana Mendes, de 27 anos, que evita todos os açúcares ao máximo. Ela conta que no histórico de saúde da sua família há muitas pessoas com diabetes e problemas de coração, então, ela decidiu cortar quase completamente este elemento da sua dieta. “Uso açúcar de coco, como frutas e, de vez em quando, até um sorvete, mas sucos, cafés, sobremesas, doces, não estão mais inclusos no meu dia a dia”, relata a jovem, que procurou um nutricionista antes de tomar essa decisão.
Victória afirma que o exemplo de Juliana é adequado. “Os alimentos que contém mais açúcar, realmente são os processados e industrializados. Mas é possível resistir, a favor da saúde” reforça a nutricionista. Ela diz que no começo é difícil, “pois estamos acostumados com a cultura do açúcar, e voltar ao habito de consumir alimentos mais naturais é um processo gradativo. Tudo com moderação”, conclui.

Dica importante
Uma orientação que a nutricionista considera indispensável é ficar sempre atento aos ingredientes da embalagem do produto que estiver sendo comprado. “O mais importante é ler a lista: os componentes são sempre colocados em ordem de quantidade no produto, então o primeiro é sempre o que tem mais, em se tratando de quantidade, na composição total do alimento. Então, se for comprar qualquer coisa e o primeiro for açúcar ou derivados de xarope, descarte”, aconselha.