Baixa atividade econômica tem impactado a capacidade de pagamento das empresas; segmento de serviços e região Sudeste lideram ranking dos atrasos

Foto: Marcos Santos/usp imagens
Foto: Marcos Santos/usp imagens

A quantidade de empresas com contas em atraso voltou a crescer no mês de novembro. Os dados vêm do indicador calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

Segundo o indicador, na comparação com novembro de 2013, houve alta de 7,44% no número de empresas inadimplentes. E, se comparado com o mês anterior, novembro de 2014 apresentou um crescimento de 1,1% na quantidade de pessoas jurídicas inadimplentes. Essa foi a maior alta mensal desde abril deste ano.

Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, os empresários não conseguem pagar suas contas em dia devido à inflação persistente, ao encarecimento do crédito e à estagnação da economia. Também influenciam na diminuição da capacidade de pagamento das empresas a piora da confiança dos empresários e o crescimento da inadimplência da pessoa física.

Ranking

A abertura do indicador por ramo da economia mostra que as empresas do setor de serviços foram as com maior inadimplência: na comparação entre novembro deste ano com o mesmo mês de 2013, a alta chegou a 11%. A segunda maior alta foi no setor de indústrias (6,93%), seguida pelo ramo do comércio (6,32%). A agricultura enfrentou, no mesmo período, um crescimento de 3,16% no atraso de pagamento de contas.

Em relação ao tempo da dívida, a maior variação ficou com aquelas que venceram há um prazo entre três e cinco anos: 10,95% em relação a novembro do último ano. O segundo maior crescimento ficou com as dívidas atrasadas num período entre 181 e 360 dias, com variação de 7,55%. As pendências recentes, atrasadas em até 90 dias, ficaram em terceiro lugar, com uma alta de 7,53%.

O aumento no número de empresas inadimplentes foi maior no Sudeste, região em que a quantidade de devedores cresceu 8,07%. A alta no Nordeste foi de 7,42%. Em seguida, vieram as regiões Centro-Oeste e Norte, com crescimento de 5,09% e 4,70%, respectivamente. A região Sul apresentou a menor alta, com variação de 3,79% no período de um ano.

Quanto à concentração de empresas inadimplentes, o maior índice é, mais uma vez, do Sudeste. 43,81% das pessoas jurídicas que não pagaram as contas em dia estão nessa região. O Nordeste é a segunda região com mais empresas devedoras, concentrando 19,24% delas, seguido pelo Sul, com 17,17%.

Setores credores

Entre os setores que deixaram de receber os valores que lhes são devidos, os credores, o segmento de serviços é o que mais se destaca. O setor que engloba bancos e financeiras responde por 71,78% do total de dívidas a receber. A seguir vem o comércio, com uma taxa de 15,37%, seguido pela indústria, com 10,87%.