Parlamentares consideraram graves as declarações do ex-ministro de Justiça Sergio Moro e afirmaram que irão convocar juiz para falar

Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) realiza audiência pública interativa para ouvir o ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública, sobre informações e esclarecimentos a respeito das notícias veiculadas na imprensa relacionadas à Operação Lava Jato. Foto: Pedro França/Agência Senado

O senador Angelo Coronel (PSD-BA) afirmou nesta sexta-feira, 24, que pretende convocar o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, para falar à comissão parlamentar de inquérito (CPI) das Fake News. A publicação foi feita por meio de sua conta no Twitter. Em coletiva onde anunciou sua saída do governo, Sergio Moto afirmou que Jair Bolsonaro demitiu o diretor da Polícia Federal, Maurício Valeixo, para ter acesso a informações sigilosas que poderiam comprometer membros da sua família.

Para Coronel, Moro teria feito uma delação premiada e destacou que ele poderia “Ele poderia ter agido lá atrás e denunciado o presidente de querer dominar a PF para controlar algumas investigações”.

O deputado federal Marcelo Freixo (Psol-RJ) protocolou um requerimento de convocação para que Moro fale à CPMI. O requerimento deverá ser votado tão logo o Congresso Nacional retorne à normalidade, conforme declarou Coronel.

Para a presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a senadora Simone Tebet (MDB-MS), Moro “tem história para levarmos a sério as muitas declarações bombásticas que fez contra Bolsonaro. Afirmou, taxativamente, que o presidente queria intervir politicamente na PF, ter acesso indevido a inquéritos e produzir relatórios de inteligência, sabe-se lá contra quem”.
A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) defendeu que as declarações de Moro requerem uma CPI específica. Em seu perfil no Twitter, ela disse que a bancada de seu partido irá pedir uma CPI Mista para apurar as denúncias de Moro.

Já Ranguffe (Podemos-DF) quer convidar Moro para depor na Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle (CTFC). Ele destacou que a Polícia Federal deve ser um órgão de Estado e não do governo. Considerou as declaraçõs de Moro gravíssimas e disse ser “revoltante e totalmente inaceitável querer transforma-la (a PF) em um instrumento de uso pessoal”.

Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também apresentou um convite para que Moro fale na CCJ sobre “as denúncias graves que externou”.