Senadores pretendem investigar relação da empresa Vale com autoridades. CPI deve durar 180 dias e contará com a participação de 11 membros titulares e sete suplentes

Lama oriunda do rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão em Brumadinho (MG) / Foto: Carolina Ricardi

O Senado deverá instalar na próxima semana a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que irá investigar as causas relacionadas ao rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão, no município de Brumadinho em Minas Gerais. Os primeiros movimentos em prol da instalação da Comissão no Legislativo deverão ocorrer a partir da próxima terça-feira, 12.

De acordo com o cronograma do Senado, a previsão é de que o plenário realize, na mesma semana de instauração da CPI, um encontro com especialistas, ambientalistas, representantes da mineradora Vale — responsável pela administração da barragem — e outras autoridades para discutir e apurar as circunstâncias que causaram o acidente.

Segundo o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), o Parlamento irá aguardar até o dia 11 de março para que os partidos apontem os nomes daqueles que deverão compor a comissão. Por fim, Alcolumbre garantiu que o Senado cumprirá o seu papel e que a CPI será instalada a partir do dia 12.

Já o senador Carlos Viana (PSD-MG), que se prontificou a relatar a Comissão, afirmou que o foco será descobrir a real responsabilidade do governo estadual e federal, bem como a relação da empresa Vale com as autoridades.

A Comissão Parlamentar de Inquérito permanecerá em atividade por um prazo de 180 dias e contará com a participação de 11 membros titulares e sete suplentes.

Relembre o caso

A barragem da Mina Córrego do Feijão, que pertence a mineradora Vale, se rompeu no dia 25 de janeiro. A lama devastou o refeitório da empresa, centros administrativos, propriedades rurais e outros locais onde haviam pessoas aglomeradas. O último relatório da Defesa Civil aponta para um total de 122 pessoas ainda desaparecidas. Ao todo, foram localizados 186 mortos.

Militarem seguem com as buscas por desaparecidos. Para as buscas foram empenhados mais de 100 bombeiros militares, cães farejadores e cerca de 80 máquinas pesadas. Ainda não há previsão de encerramento das buscas.