Prefeito eleito, Francisco Monteiro, foi afastado por suspeita de utilização de dinheiro público em campanha

Deve tomar posse na Prefeitura de Santa Cruz de Goiás nesta quinta-feira (24/4) o segundo colocado das eleições de 2012 no município. Carlos Fernando de Oliveira (PTC) recebeu o direito de assumir o Executivo depois que o prefeito eleito, o tucano Francisco Monteiro de Rezende (foto à esquerda) e seu vice, Darlan Amâncio de Paula (PTN), foram afastados pela acusação de utilizarem recursos públicos para a campanha.

A ação foi proposta pela Coligação “Unidos por Santa Cruz, Rio do Peixe e Rural” composta por PTC/PPS/PSL/PR/PSB/PMDB sob a alegação de que os representados promoveram “verdadeira pândega com o erário”. Consta nos autos que para a campanha dos acusados não faltava material de campanha, veículos de outros municípios e carros de som “com combustível infinito”.

Os denunciantes pontuam ainda que, enquanto ocorria o que chamaram de “pujança”, os servidores municipais estariam sem receber sua justa remuneração, além de os serviços públicos estarem comprometidos, com falta de medicamentos para a população, sob a justificativa de que não haveria recursos.

Juntados aos autos estão documentos que comprovariam a realização de saques em espécie no montante de R$ 1.170.150,00, transferências eletrônicas (TEDs) no valor de R$ 717.775,68 e ordens de pagamento na quantia de R$ 34.000,00.

A condenação por parte do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-GO), por meio do juiz Paulo Afonso de Amorim Filho, veio no dia 15 deste mês, sentenciando os acusados à cassação dos diplomas e à inelegibilidade pelo prazo de oito anos. Além disso, eles deverão pagar multa no valor de 5.000 Unidade Fiscal de Referência (Ufir) cada.

Em entrevista ao Jornal Opção Online, o prefeito afastado, Francisco Monteiro, afirmou que já está recorrendo da decisão. No entanto, quando questionado sobre as acusações de uso de dinheiro público para a campanha, o tucano preferiu desligar o telefone sem responder.

Seu advogado, Paulo César Bernardo informou que foi protocolada medida protocolar pedindo a manutenção de Francisco no cargo. A resposta do TRE deve sair ainda nesta quinta-feira (24). Ele alega que não há no processo qualquer prova da utilização de recursos públicos na campanha de seu cliente.